O polivalente de Turim
O perfilado de hoje é um daqueles jogadores versáteis que podem executar inúmeras funções em campo. O tipo de atleta que convém a todo técnico e que sempre ajuda o time por conta da capacidade de atacar e defender com qualidade. E no caso de Claudio Marchisio, bota qualidade nisso. O meio-campista da Juventus vem se mostrando um excelente box-to-box ao longo dos anos e coleciona títulos com o terno da Velha Senhora. Cria da equipe de Turim, Marchisio não teve vida fácil para se firmar como ídolo alvinegro. Depois de capitanear a Juventus Primavera nas categorias de base com direito a título, Claudio foi promovido para o time principal na temporada 2006/07. Nessa época, a Juve jogava a segunda divisão após ser rebaixada devido ao escândalo do Calciopoli. O meia soube aproveitar as oportunidades e foi utilizado com frequência na campanha que culminou no acesso à Série A. Porém, na temporada seguinte, com a volta à elite do Calcio, a Velha Senhora decidiu priorizar a experiência em detrimento de jovens talentos. Com isso, Marchisio foi emprestado ao Empoli, junto de Sebastian Giovinco. Aquele seria o único ano do meio-campista longe da Juventus até hoje. Marchisio não marcou gols, mas foi bem e se firmou como titular na campanha do Empoli. Infelizmente, não foi o suficiente para evitar o rebaixamento da equipe. Ao término do período de empréstimo, o meia voltou para Turim a pedido do então novo treinador, Claudio Ranieri. Daí em diante, Marchisio se firmou de vez pelos bianconeri e caiu nas graças da torcida. Suas primeiras performances na temporada renderam elogios da imprensa e comparações com Marco Tardelli. No fim das contas, o meio-campista aproveitou a boa fase e as chances dadas por Ranieri para cavar a titularidade. Depois de assegurar o vice-campeonato italiano, Marchisio foi especulado em diversos clubes, mas a diretoria da Juve foi esperta e estendeu seu contrato por cinco anos, classificando-o como um dos “intocáveis” de seu elenco. Foi nessa época que veio, também, a primeira convocação para a Azzurra, então comandada por Marcello Lippi. Em 2009, seus problemas com lesões começaram a ficar aparentes, quando Marchisio teve de ficar de fora da equipe por um mês e meio. Ainda assim, o meia fez uma grande temporada e foi eleito o melhor jogador da Juve naquele ano. Já em 2010, veio a primeira partida como capitão do time principal. Também disputou a Copa do Mundo daquele ano, ainda que a campanha da Nazionale tenha sido um grande fiasco. Mas isso não o impediu de seguir brilhando pela Velha Senhora, na qual se manteve titular absoluto e teve contrato renovado. Seu tento de meia bicicleta contra a Udinese em maio de 2011 foi eleito o gol da temporada pelos torcedores. A partir da época 2011/12, Marchisio experimentaria um período de sucesso como nunca antes. Sob o comando do novo treinador Antonio Conte, a Juve voltou aos tempos de glória. E um dos principais motivos foi seu excelente meio-campo. Ao lado de Marchisio, estava Arturo Vidal e ninguém menos que Andrea Pirlo. O trio “MVP” foi fundamental para a campanha da Juventus no campeonato italiano. Ao final da temporada, Marchisio foi eleito para a seleção do ano no Calcio e conquistou seu primeiro Scudetto, o primeiro de muitos que a Velha Senhora ganharia nos anos seguintes. Pela seleção, o meia ficou no quase na Eurocopa de 2012, perdida para a Espanha na final. Na temporada seguinte, Marchisio continuou a excelente forma. Ganhou outro italiano e se manteve na seleção do campeonato. Também integrou o rol dos melhores da UEFA em 2012. Já a época de 2013/14 não foi tão boa quanto as anteriores. As lesões prejudicaram a continuidade de Marchisio, e quem aproveitou a chance de se firmar como titular foi o jovem francês Paul Pogba. Ainda assim, o italiano entrava frequentemente na equipe e colaborou com mais um título doméstico, com o recorde de 102 pontos. Em 2014/15, a Juventus trocou de comando técnico. Saiu Antonio Conte e veio Massimiliano Allegri, que está à frente do clube até hoje. A troca fez bem a Marchisio e ao clube. O meia foi um dos que mais jogou ao longo da temporada e a Juve manteve o domínio doméstico. Quase veio a glória europeia, mas o Barcelona de Messi, Suárez e Neymar impediu o título da UEFA Champions League (na última temporada, a Juventus voltaria a ser vice da UCL, após perder para o Real Madrid). Ao menos, Marchisio foi selecionado para a seleção do torneio. Entretanto, aquela seria a última época de pleno futebol para o meia italiano: nas últimas duas temporadas, Marchisio tem sofrido com lesões e não pôde atuar de maneira contínua pela Juve. Mas o jogador tem apenas 31 anos e um bom tempo pela frente para mostrar o alto nível de seu futebol. Por que joga de terno? Meia de extrema versatilidade, Marchisio seria uma adição de peso ao plantel de qualquer equipe. Na Juventus, seu papel é ainda mais importante. Há anos no clube e identificado com os bianconeri, o italiano cresce em partidas decisivas. Apesar da polivalência, Marchisio não é daqueles que joga em vários lugares por não ser bom demais para atuar em uma função específica. Dotado de grande qualidade técnica e ótima visão de jogo, o meia desempenha com maestria qualquer posição da faixa central do gramado. Também não falta vontade e marcação. Todas essas qualidades tornam Marchisio um dos melhores meias centrais do futebol italiano. Não fossem as lesões, talvez do mundo. 👤 Claudio Marchisio 👶 19 de janeiro de 1986 (31 anos) 🏠 Italiano 👕 Juventus, Empoli e Seleção Italiana 🏆 Campeonato Italiano 11/12, 12/13, 13/14,14/15, 15/16 e 16/17; Campeonato Italiano Série B 06/07; Copa da Itália 14/15, 15/16 e 16/17 (Juventus) 👑 Time do Ano no Campeonato Italiano 10/11 e 11/12; Time do Ano da UEFA Champions League 14/15 Classômetro: 👔 👔 👔 👔 👔 👔 👔 (7,3)
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