Terno de Linha - Seleção Brasileira feminina 2018: O Heptacampeonato
Em ano de Copa do Mundo Feminina relembraremos a Copa América do ano passado, conquistada pelas meninas da seleção canarinho no Chile. A competição carimbou a vaga do Brasil no torneio que acontece entre junho e julho, nos Jogos Pan-Americanos e nos Jogos Olímpicos de 2020. De oito edições da Copa América sete foram conquistadas pela Seleção Brasileira de Futebol Feminino. O último título foi acompanhado por uma trajetória de vitórias em todas as partidas. Melhor ataque e defesa da competição, o time comandado por Vadão aplicou destacáveis goleadas, inclusive a de 8 a 0 sobre o país anfitrião. Foram 31 gols marcados e apenas 2 sofridos em 7 jogos. Bia Zaneratto foi a artilheira da equipe, perdendo no ranking geral apenas para a colombiana Catalina Usme (9 gols) e empatando com a argentina Soledad Jaimes (6 gols). Das 22 jogadoras que foram ao Chile todas entraram em campo e 14 balançaram as redes. O grupo contou com uma artilharia curiosa, 7 gols foram marcados por zagueiras. A Argentina foi a campeã sul-americana de 2006, único ano em que a taça não veio para o Brasil. As equipes se enfrentaram duas vezes na campanha do hepta, Cristiane e Debinha balançaram a rede em ambas. Na vitória por 3 a 0 Cristiane abriu o placar após receber lançamento de Marta logo no início do segundo tempo, Thaisa deixou o seu de rebote e Débora fez o terceiro, um golaço de fora da área. As classudas da seleção canarinho comemoraram a conquista antecipadamente já que a equipe albiceleste, concorrente direta ao título, perdeu de 4 a 0 para o Chile. Para honrar a campanha perfeita tivemos um 3 a 0 para cima da Colômbia, dois gols de Mônica e um da experiente Formiga. Recentemente Marta, eleita seis vezes melhor do mundo, se emocionou ao falar sobre o crescimento do futebol feminino e a importância do trabalho desempenhado por Formiga e Pretinha para que isso ocorresse. É importante reconhecer o protagonismo das jogadoras brasileiras, restrições de transmissões, falta de patrocínio, baixos salários e pouco apoio da CBF caracterizam o caminho percorrido até o heptacampeonato. Mesmo diante dessas condições a seleção se manteve em rankings FIFA e alcançou outros bons resultados. No início da temporada a comissão técnica optou pela não realização de amistosos com o objetivo de evitar lesões e desgastes. A seleção não participou do torneio Algarve, se restringindo apenas a jogos-treino. O que foi bastante criticado, mesmo com o favoritismo brasileiro frente aos demais times sul-americanos. Como saber se as técnicas adotadas por Vadão estavam surtindo efeito? Vale lembrar que a equipe contava com dois retornos de peso: o de Formiga que havia se aposentado em 2016 e Cristiane que decidiu se afastar da seleção após a demissão de Emily, um protesto contra o descaso da CBF com o futebol feminino. A chegada de Bia Vaz como coordenadora e auxiliar técnica do time contribuiu para que se falasse em valorização da modalidade no país. Atualmente a exigência para que os times que disputarão a Libertadores montem ou façam parcerias com equipes femininas também alimenta tal debate. Seria a Copa do Mundo o título que falta na sala de troféus da Seleção Brasileira de Futebol Feminino? Chegamos perto em 2007. Como o time se comportará nos confrontos contra Austrália, Itália e Jamaica? Teremos que esperar até junho para conferir. A conquista do heptacampeonato e o Torneio das Nações nos deram pistas do caminho a ser percorrido. 🏆 Título conquistado: Copa América 2018 👕 Time base: Bárbara (Letícia); Rilany, Mônica, Rafaelle (Erika) e Tamires (Andressa Alves); Thaisa, Formiga, Marta e Thaisinha; Debinha e Cristiane (Bia Zaneratto) 👤 Principais classudas: Bia Zaneratto, Cristiane, Formiga, Marta e Mônica 📺 Brasil 3 x 0 Colômbia ⚽ Aos 29' 1T, Mônica marca de cabeça após cobrança de falta. No fim da primeira etapa Formiga amplia, golaço. Aos 26' 2T Mônica fecha o placar. 📷 Getty Images