Cruzeiro 2013-2014: O incontestável tetracampeonato
Hoje o Cruzeiro Esporte Clube completa 98 anos, recordaremos uma das páginas heroicas e imortais de sua história recente: o tetracampeonato brasileiro. A equipe celeste veio de um quase rebaixamento em 2011 e mediano 2012. Sem vaga garantida para a Libertadores a diretoria iniciou a temporada seguinte anunciando um pacotão de reforços desacreditados por mídia e torcida. “Quantidade não é garantia de qualidade”, afirmavam. Entre os recém-contratados, estavam dois dos protagonistas do feito: Éverton Ribeiro, vindo do Coritiba e Ricardo Goulart, do Goiás. Coincidentemente a primeira rodada do brasileirão terminou em 5 a 0 para a equipe mineira sobre o mesmo Goiás. O desacreditado Cruzeiro aplicou importantes goleadas: dono do melhor ataque da competição e campeão com quatro rodadas de antecedência, a raposa viu seus adversários comerem poeira. Podemos citar vários jogos memoráveis para os mineiros, um dos mais lembrados pelo torcedor foi o 3 a 0 para cima do outro favorito ao título, o Grêmio. Desse duelo sairia o campeão brasileiro. Mais de 56 mil torcedores assistiram gols dos classudos Borges, Willian e Goulart, sendo o do primeiro de voleio. Mesmo com o título adiado devido a vitória do Atlético Paranaense sobre o São Paulo, o grito de “tricampeão” (entalado na garganta) saiu a plenos pulmões. A vitória contra o Botafogo em setembro, por esse mesmo placar, também é inesquecível. No mês seguinte, a virada por 5 a 3 contra o Criciúma. Talento, união e trabalho são três palavras que descrevem o que foi o ano azul estrelado. Para cruzeirenses foi difícil aceitar Marcelo Oliveira como técnico. Queimaram a língua? Sim. Pouco tempo depois o abraçaram. Cruzeiro não ganhava o campeonato de pontos corridos desde 2003, o melhor ano da história do clube. Após a perda da Libertadores de 2009 e a sequência de temporadas insatisfatórias a torcida almejava um grande título. Elenco mantido em 2014, pensaram “que venha o tetra”. E ele veio. Menos dramático, porém não menos importante a conquista chegou em momento de lua de mel entre torcedores e jogadores. No embalo de “nós somos loucos, somos Cruzeiro”, goleadas, dribles, chapéus e arrancadas espetaculares, o Brasil se rendeu aos pés do time celeste novamente. Além dos nomes já citados Fábio, Ceará, Dedé, Lucas Silva e companhia jogaram de terno com seus talentos individuais que refletiram no coletivo. É difícil apontar uma única liderança para o grupo. Cruzamento de Mayke e gol de bicicleta de Marcelo Moreno contra o Fluminense. Gol de Éverton Ribeiro para cima do Grêmio, de virada. Ricardo Goulart contra Flamengo e Santos. Egídio marcando de falta sobre o Botafogo. São inúmeros golaços dignos de um vale a pena ver de novo. Se não tivesse perdido a final da Copa do Brasil para o Atlético Mineiro, o elenco garantiria outra tríplice coroa para a história do clube. A conquista do tetracampeonato foi resultado de apostas que tinham tudo para dar errado e deram certo. Dizer que não houve planejamento dos dirigentes soa injusto, porém é certo que o pacotão de reforços desconhecidos não chegou para suprir expectativas que envolviam ganhar títulos importantes. Peço licença para dizer que é uma daquelas coisas que nem deuses do futebol conseguem explicar por completo, parece que estava escrito na constelação Cruzeiro do Sul. Se estava escrito ou não, uma coisa é certa: a torcida celeste jamais se esquecerá desse feito. 🏆 Títulos conquistados: Campeonato Brasileiro 2013 e 2014 👕 Time base: Fábio, Ceará, Bruno Rodrigo (Léo), Dedé, Egídio, Nilton, Lucas Silva, Éverton Ribeiro (Luan), Willian (Dagoberto), Ricardo Goulart e Borges (Júlio Baptista) 👤 Principais classudos: Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart 📺 Cruzeiro 3x0 Grêmio pela 33ª rodada do brasileirão ⚽ Aos 34' 1T, Dagoberto vence disputa com Werley, o rebote chega até Borges que finaliza de canela/ Willian faz o segundo aos 33' 2T após dividida de Júlio Baptista/ Ricardo Goulart fecha o placar aos 40' 2T 📷 Site do Cruzeiro