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Jefferson: O facho de luz na estrada dos louros


Jefferson, Botafogo

Jefferson se aposentou. Ao longo de 2017 e 2018, o goleiro botafoguense se viu em meio a lesões que comprometeram sua regularidade e bom rendimento. Cansado e a fim de aproveitar a família, o camisa 1 deixa o gramado e entra para a sala de ídolos do passado botafoguense. O jogo contra o Paraná, na 37ª rodada do Brasileirão de 20018, foi o último diante a torcida no estádio Nilton Santos. O goleiro foi titular e bancou o então dono da posição, Gatito Fernández para que, definitivamente, ele deixe o palco onde tanto brilhou, mesmo que em situações que não estivessem a altura do seu talento. Talento que inclusive foi posto em dúvida no início de carreira. Jefferson de Oliveira Galvão integrou a categoria de base do Cruzeiro, no final dos anos 90. Na virada do século, Luiz Felipe Scolari colocou o jovem para jogo. Com a confiança do treinador, Jefferson foi titular mesmo que no plantel celeste houvesse goleiros mais experientes. A coisa mudou de cenário com a chegada de Luxemburgo na Toca da Raposa. E também porque o goleiro não contribuiu: na final da Copa dos Campeões de 2002, contra o Paysandu, o arqueiro teve atuação para se esquecer e saiu pela porta dos fundos do time mineiro. Esse último parágrafo foi exclusivo. Porque a partir daqui, contaremos a história do goleiro no time em que ele ia permanecer por anos, mesmo com um pequeno intervalo: o Botafogo. E não teremos qualquer ressalvas para se fazer aqui. Em 2003, era reserva de Max na campanha da Série B do Botafogo. Mas aos poucos, conquistou a posição e de certa forma o carinho da torcida. As atuações fizeram crescer o interesse de outros times. Visando um mercado mais amplo e até mesmo a Seleção Brasileira - frequentador desde a categoria de base - Jefferson foi para a Europa em 2005. As quatro temporadas na Turquia não foram nada gloriosa. Até porque o que era glorioso estava no Brasil e foi pra lá que ele voltou em 2009. Novamente no Botafogo, Jefferson viu um time que capengava para não voltar à série B. Mas, ao lado de Jóbson, manteve o time na principal divisão do país e sua idolatria já começava ali. As atuações do arqueiro começavam a impressionar e chamar a atenção do Brasil. Sobretudo durante a final do Carioca de 2010, quando, diante o então campeão brasileiro Flamengo, também algoz nas últimas três finais de carioca, Jefferson fez partida majestosa e parou Adriano Imperador em um pênalti. Era a consagração de quem ainda tinha muito a fazer pelo clube. Ao longo de seus 9 anos no clube, ganhou respeito de demais jogadores e um carinho imenso da torcida do Botafogo. Mesmo que nesse caminho, tivesse que lidar com mais uma série B, que veio no mesmo ano em que disputasse uma Copa do Mundo e fosse escolhido o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro. Aliás, na seleção ele estreou também em 2010, quando disputou vaga para a Copa do Mundo na África do Sul. Não foi convocado, mas sua ida ao mundial foi adiada para 2014, quando Felipão o levou entre os 3 goleiros. 2014 talvez foi o ápice da carreira de Jefferson, que, mesmo com o rebaixamento, fazia atuações memoráveis com o Botafogo. Um ano antes, o time jogava um dos melhores futebol no Brasil e fez frente ao Cruzeiro, que acabou sendo o campeão em 2013. Ao lado de Clarence Seedorf, Jefferson era a garantia de qualidade do time. Em 2015, foi especulada sua saída. Seria desastroso para o goleiro disputar uma série B logo agora que ele assumia a titularidade da Seleção Brasileira no início da segunda era Dunga na canarinho. Mas, declarou seu amor ao clube e garantiu sua permanência no clube mesmo com o revés. Ele entrava definitivamente para a idolatria botafoguense. O mau momento da seleção com Dunga, sobretudo nas duas copas América em que o Brasil fez campanha vexatória, caiu nos ombros do Goleiro. Apontado muitas vezes por ter cometido falhas no gol da seleção, Jefferson perdia a titularidade no meio da competição e jamais voltaria a seleção depois daquela passagem. Mas verdade é que Jefferson teve momentos magníficos com o Brasil. Em 2014, no Super Clássico contra a Argentina, defendeu pênalti de Messi e pode ali assegurar sua titularidade durante um tempo. Depois, em 2015, mais uma vez mostrou sua genialidade, dessa vez contra a França de Benzema, que acertou cabeçada mortal para o gol canarinho, mas parou no goleiro. Foram os grandes momentos do goleiro que mesmo mostrando muita segurança e habilidade no Botafogo, jamais retornou à seleção. Esses bons momentos tiveram uma interrupção em 2016, quando teve séria lesão no tríceps. Retornou em 2017 apenas, depois de um ano sem atuar e com Gatito Fernández em grande fase. No seu retorno, num jogo contra o Atlético Mineiro, teve atuação impecável e evitou a derrota. Teve até pênalti defendido. Com Gatito em alta, Jefferson passou a disputar vaga com o paraguaio, que se lesionou. Mas a sorte de Jefferson também não andava bem e o goleiro lesionou as cordas vocais numa disputa de bola com Lucas Paquetá, do Flamengo. Recuperado, Jefferson vestirá o terno botafoguense pela última vez, sendo o terceiro que mais a vestiu. Perde apenas para Nilton Santos e Garrincha. Por que joga de terno? Jefferson manteve sua regularidade ao longo desses últimos nove anos. Só foi parado pelas lesões. Com reflexos pouco vistos por goleiros no Brasil, é um grande pegador de pênaltis e ótimo em reposições de bola, além da qualidade nos pés. Na saída cara a cara com o atacante, é gigante. Gigante como sua idolatria para o Botafogo que viu nele a estrela solitária dona do facho de luz, nessa longa e sinuosa estrada de louros que foi sua passagem por General Severiano. 👤 Jefferson de Oliveira Galvão 👶 2 de janeiro de 1983 🏠 Brasileiro 👕 Cruzeiro, América de Rio Preto-SP, Botafogo, Trabzonspor-TUR, Konyaspor-TUR e Seleção Brasileira. 🏆 Campeonato Carioca: 10, 13 e 18. Campeonato Brasileiro série B: 15 (Botafogo). Copa das Confederações: 13. (Seleção Brasileira). 👑 Melhor jogador do Campeonato Carioca de 10, Melhor goleiro do Brasileirão: 11 e 14. Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔(7) 📷 Vítor Silva/SSPress/Botafogo

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