"Tim, Tim, Tim! Gol de Valentim!"
Hoje não é um sábado qualquer. É dia de River Plate x Boca Juniors. Dia de decisão da Libertadores. Considerado por muitos a maior rivalidade do futebol mundial, o confronto entre River e Boca é repleto de histórias e de artilheiros. Na lista dos maiores goleadores, o classudo de hoje cravou o seu nome. Nada de Tévez, Palermo ou Maradona, contra o River ninguém foi maior que ele. O JdT relembra a carreira do brasileiro Paulo Valentim, o maior artilheiro do Boca Juniors no Superclássico argentino.
Foram cinco anos anos com o terno xeneize, sete clássicos contra o maior rival e dez gols marcados. Mas antes de brilhar na Argentina, o atacante natural de Barra do Piraí fez fama no futebol brasileiro.
Paulo Valentim começou a jogar no Central, time de sua cidade. Passou ainda pelo Guarani de Volta Redonda, antes de se transferir para o Atlético-MG, em 1954. Em Belo Horizonte, foi bicampeão mineiro e marcou 31 gols em 51 em jogos. Raçudo e com faro de gol, o atacante chamou a atenção do técnico João Saldanha, que em 1956 o levou para o Botafogo.
No Alvinegro carioca o classudo integrou uma equipe imbatível, jogando ao lado de Garrincha, Édson e Quarentinha. Uma de suas partidas mais lembradas é, sem dúvidas, a final do Campeonato Carioca de 1957, contra o Fluminense. O Botafogo goleou o tricolor por 6x2, com cinco gols de Paulo Valentim, sendo um deles de bicicleta. O atacante ajudou o Glorioso a encerrar um jejum de títulos que já durava quase dez anos.
O sucesso no Rio de Janeiro e as boas atuações do atacante também na Seleção Brasileira, durante o Sul-Americano de 1959, disputado justamente em Buenos Aires, levaram Paulo Valentim para o Boca Juniors. Lá foi campeão Argentino duas vezes e também artilheiro da equipe em 1961, 1962 e 1964.
O craque deixou ainda o seu nome na história do clube ao marcar gols contra o River Plate em todos os clássicos que disputou. Ganhou o carinho da torcida xeneize, que entoava na La Bombonera um canto especial: “Tim, tim, tim! Es gol de Valentim!”
Em 1965, aos 33 anos, e já debilitado pela vida boêmia que nunca escondeu, Valentim transferiu-se para o São Paulo, onde teve uma rápida e apagada passagem. Ao fim dos anos 1960, o atacante mudou-se para o México, onde tentou jogar pelo Atlante, também sem sucesso. Paulo Valentim encerrou a carreira pouco tempo depois. Ele faleceu em 1984, em Buenos Aires. Atualmente, o ídolo ainda é reverenciado com o seu nome gravado na Calçada da Fama do Boca Juniors.
Por que jogava de terno? Paulo Valentim era um centroavante raçudo e artilheiro, excepcional em seu ofício. Tinha bom posicionamento, era habilidoso e veloz, com instinto goleador. Com o terno do Botafogo foram 135 bolas na rede em 206 jogos. Com a camisa da Seleção Brasileira marcou gol em todas as cinco partidas que disputou. É o único brasileiro a integrar a lista dos maiores artilheiros da história do Superclássico entre River Plate e Boca Juniors.
👤 Paulo Ângelo Valentim 👶 20 de novembro de 1932 Faleceu em 9 de julho de 1984, aos 51 anos 🏠 Brasileiro 👕 Central de Barra do Piraí, Guarani de Volta Redonda, Atlético-MG, Botafogo, Boca Juniors, São Paulo, Atlante (MEX) e Seleção Brasileira 🏆 (principais) Campeonato Carioca 57 (Botafogo); Campeonato Argentino 62 e 64 (Boca Juniors) 👑 Sem títulos individuais de destaque Classômetro: 👔👔👔👔👔👔 (6) 📷 Divulgação Boca Juniors.