Donizete: a Pantera da Colina e de General Severino
É difícil dizer onde Osmar Donizete Cândido foi mais ídolo: no Botafogo campeão de 95 ou no Vasco vencedor da Libertadores de 98? Na Colina ou em General Severiano, se o Pantera chega, a reverencia é a mesma!
Mesmo sendo mineiro, da cidade de Prados, o Pantera pouco lembra o famoso mineirinho que permeia o imaginário brasileiro. Na verdade, o que mais se assemelha é mesmo o animal na qual é lembrado pelas suas comemorações.
O atacante forte e rápido deus seus primeiros passos profissionais no Volta Redonda. Mesmo já mostrando algum faro de gol, deve curtas passagens pelo time, pelo São José, de São Paulo e a primeira pelo Botafogo, onde foi Campeão Carioca em 90.
Foi quando embarcou no México, onde pode mostrar melhor suas qualidades em campo: marcando muitos gols e conquistando títulos. Foi campeão mexicano e artilheiro na temporada 93/94 pelo então UAG (hoje Técos).
O jogando o fino da bola em solo mexicano, Donizete retornou para o Brasil e vestiu pela segunda vez o terno alvinegro, então comandado por Paulo Autuori. Ao lado de Túlio, Donizete comporia a dupla de ataque daquele Botafogo todo remontado em 95.
O Pantera era um dos nomes daquele torneio, ao lado do companheiro Túlio e do santista Geovanni. Entre a primeira partida no Maracanã vencida pelo Glorioso e segunda e decisiva Donizete sente a coxa. Último jogo, valendo título, você acha que o Pantera ia perder essa? Foi a campo no sacrifício e ajudou o Bota a levantar a taça.
Título ganho, o time do Botafogo passou por um desmanche e Donizete foi uma dessas peças debandadas. Foi para Portugal, onde jogou por uma temporada no Benfica, retornou ao Brasil uma temporada depois vestindo a camisa do Corinthians. Passagens rápidas e sem destaque, que ainda teve o Cruzeiro de 97, que chegaria ao Mundial daquele ano.
Até chegar no Vasco, em 98. O time da Colina seria o time daquele ano e Donizete. Dono de uma campanha fantástica no torneio, o Vasco chegou à final com pompas e Donizete era um dos nomes do plantel, que ainda tinha Luizão, Juninho, Pedrinho e Felipe. Donizete e seu faro de gol ficaram na memória do Vascaíno graças aos seus dois tentos (um em cada partida) contra o Barcelona de Guayaquil. Mais uma taça para a prateleira do Pantera.
Consagrado em dois grandes times do Brasil, o Pantera parecia resolvido. Ainda teve passagem discreta pelo Palmeiras, algumas idas e vindas pelo México e nos dois clubes onde se tornaria ídolo. Sem o brilho que teve nos anos 90, Donizete aos poucos foi perdendo destaque nos anos 2000, até anunciar aposentadoria no Macaé, em 2005.
Mas, um ano depois, ainda tentaria um retorno no Londrina. Assinou contrato e tudo, mas sequer chegou a entrar em campo. Agora sim, se aposentaria. Pelo menos pelos próximos 10 anos. Isso porque, em 2016, Donizete Pantera jogaria um jogo profissional pelo Sport Linharense, do Espírito Santo. Jogo único e bom... Está aí o Pantera aposentado novamente. Vamos ver até quando...
Por que jogou de terno?
O Pantera tem todos os atributos do mundo para ser um grande ídolo. E não bastasse ser em um time, mas é em dois. Tanto botafoguenses e vascaínos viram ostentando seus ternos um atacante forte, mas veloz e mortal de frente ao gol. De quatro no gramado após os gols, Donizete era a representação ali da agressividade da Pantera!
👤 Osmar Donizete Cândido
👶 24 de outubro de 1968
🏠 Brasileiro
👕 Volta Redonda, São José-SPl, Botafogo, UEG-MEX, Verdy Kawasaky, Bendifca, Corinthians, Vasco, Cruzeiro, Tigres-MEX, Palmeiras, Macaé, Sport Linharense-ES e Seleção Brasileira.
🏆 Campeonato Carioca: 90 (Botafogo), 98 (Vasco). Campeonato Paulista: 97 (Corinthians). Campeonato Mexicano: 93/94 (UEG). Campeonato Brasileiro: 95 (Botafogo). Copa Libertadores da América: 98 (Vasco).
👑 Artilheiro do Campeonato Mexicano 93/94. Bola de Prata da revista Placar: 95.
Classômetro: 👔👔👔👔👔👔 (6,3)
📷 Ivo Gonzalez