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Terno de Linha – Vasco da Gama 2000: A virada do século


Vasco 2000

O Vasco começou o ano de 2000 com uma máquina nas mãos. A força do elenco repleto de craques, alguns remanescentes do título da libertadores de 98, empolgava os torcedores. Entretanto, na primeira metade do ano, a equipe do Vasco colecionou 3 vices campeonatos, o Mundial de Clubes da FIFA, conquistado pelo Corinthians, o Torneio Rio-São Paulo, que teve o Palmeiras campeão e o Campeonato Carioca vencido pelo flamengo em junho de 2000.

No dia 1 de agosto começou a terceira edição da Copa Mercosul. Organizada pela Conmebol, a competição contou com vinte equipes oriundas da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Era o penúltimo campeonato possível para o Vasco em 2000, já que a equipe ia bem no campeonato brasileiro.

O Clube da Colina começou a competição no grupo E ao lado de Peñarol, Atlético Mineiro e San Lorenzo. A classificação não foi das melhores, o Vasco estreou na competição com uma derrota por 4 a 3 para o Peñarol lá no Uruguai, ganhou o segundo jogo em São Januário por 3 a 0 em cima do San Lorenzo e perdeu pro Atlético-MG por 2 a 0 em Minas Gerais.

Nos jogos da volta, o Vasco precisava de bons resultados para conseguir a classificação e acabou empatando em 1 a 1 com o Peñarol, no Rio de Janeiro. A torcida já estava enlouquecida, mas ainda acreditava na possível classificação. Foi quando, então, o Vasco derrotou o San Lorenzo por 2 a 0 na Argentina e decidiu em casa contra o Atlético-MG anotando mais uma vitória por 2 a 0.

A classificação em segundo lugar fez com que o Clube da Colina enfrentasse a equipe do Rosário Central nas quartas-de-final. Com uma vitória pelo placar mínimo em São Januário, o cruzmaltino acabou derrotado também por 1 a 0 na Argentina, levando o jogo para os pênaltis. O Vasco levou a melhor no 5 a 4 e foi pra semifinal para enfrentar o River Plate, que tinha acabado de eliminar o Flamengo.

Revivendo a semifinal de 98 da Libertadores, em que o Vasco sagrou-se campeão, o River Plate novamente não foi páreo para a equipe Cruzmaltina. Depois de vencer na Argentina pelo placar de 4 a 1, em São Januário era só deixar o tempo correr e com uma vitória de magra de 1 a 0, o Vasco estava na sua quarta final no ano de 2000, dessa vez a torcida não iria perdoar.

Antes da final com o Palmeiras, o Vasco teve alguns imprevistos no caminho. O primeiro foi que a Conmebol decidiu que o saldo de gols da final não seria critério de desempate, ou seja, se um time ganhasse o primeiro jogo, por qualquer placar, e o time derrotado na primeira partida vencesse a segunda, também por qualquer placar, obrigaria um terceiro confronto para decidir.

Além disso, quatro dias antes do primeiro jogo com o Palmeiras, o Vasco empatou dentro de casa com o Cruzeiro pela semifinal do brasileiro. O então técnico Oswaldo de Oliveira liberou os atletas no domingo, o que desagradou o Presidente Eurico Miranda que, em uma tentativa de mudar a folga, acabou discutindo com o técnico, que terminou demitido do clube. No mesmo domingo, na parte da tarde, Joel Santana treinava a equipe em São Januário.

No primeiro confronto o Vasco venceu o Palmeiras no Rio de Janeiro pelo placar de 2 a 0. No jogo da volta o Palmeiras venceu o Vasco por 1 a 0, obrigando, portanto, o terceiro jogo. Como o Palmeiras fez melhor campanha, a decisão foi para o Palestra Itália.

Jogando em casa e para 30 mil pessoas, o Palmeiras fez o que quis do primeiro tempo. Mesmo com Hélton fechando o gol, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura, aos 37 do primeiro tempo Júnior Baiano bota a mão na bola dentro da área e Arce abre o placar de pênalti. Logo na saída de bola, Magrão rouba a bola no meio do campo, arranca em velocidade e toca pra Tuta que bate pro gol. Hélton faz mais uma linda defesa, mas no rebote, o próprio Magrão marca de cabeça, 2 a 0 Palmeiras. Aos 45, ainda do primeiro tempo, depois de uma bola rebatida na área do Vasco, Juninho acha Tuta que marca novamente para o Palmeiras, 3 a 0 no primeiro tempo.

Nesse momento, qualquer vascaíno em todo o mundo perdeu as esperanças. Muitos relatam que saíram de perto da tv e os que ainda assistiam, viam o amargo de mais um vice campeonato no ano. Romário assistia tudo do ataque e Júnior Baiano errava tudo na defesa. O primeiro tempo acabou com a torcida do Palmeiras entoando o “É CAMPEÃO” por todo o estádio.

Até hoje o Brasil inteiro quer saber o que Joel Santana fez com os jogadores no vestiário. O Vasco que voltou para o segundo tempo era outro. Joel voltou para o tudo ou nada, tirou o cabeça de área Nasa e colocou o centroavante Viola, que ao lado dos dois Juninhos, Romário e Euller, fizeram o futebol acontecer. Em uma das infiltradas na área Alviverde, aos 14 minutos do segundo tempo, Juninho Paulista sofre pênalti, Romário converte, 3 a 1. O Palmeiras ainda apático, muito provavelmente pela larga vitória, comete outro pênalti em cima de Juninho, aos 24 do segundo tempo. Romário, mais uma vez, não perdoa, 3 a 2 no placar.

O Vasco estava a um gol do empate, depois da entrada de Viola, o time era outro em campo, até que Júnior Baiano, mais uma vez, coloca tudo a perder, depois de falta grave em cima de Flávio, leva o cartão vermelho. Joel chama Mauro Galvão, seria a hora da experiência fazer valer, mas antes mesmo de o árbitro liberar a entrada do jogador, com o o jogo rolando, Euller acha Romário na área, que não consegue bom domínio e a bola sobra para Juninho Paulista marcar, 3 a 3. O Palestra Itália se cala e os poucos vascaínos que foram ao estádio cantam para o mundo inteiro ouvir que “o Vasco é o time da virada”.

Embalados pela emoção e com o calor da pequena torcida presente no Palestra Itália, o Vasco fez-se gigante. Aos 48 do segundo tempo, a alguns segundos do apito final, Viola dispara pela lateral, a bola rebate e sobra para Juninho Paulista, que imediatamente bate pro gol, mas a bola encontra um zagueiro pelo caminho e cai no pé de Romário, era o Hat-Trick do baixinho. O impossível aconteceu. Romário guardou a bola e correu para calar todos os palmeirenses presentes. Joel Santana conquistou ainda o campeonato brasileiro daquele ano com o Vasco. Mas até os dias atuais não se viu nada igual a final da Mercosul, a virada mais bonita da história fez virar também o século. 🏆 Campeão da Mercosul e do Campeonato Brasileiro. 👕 Time base: Helton, Clebson, Odvan, Júnior Baiano (Mauro Galvão) e Jorginho Paulista (Fabiano Eller), Nasa (Paulo Miranda), Jorginho (Felipe), Juninho Pernambucano e Juninho Paulista (Pedrinho), Romário e Euller (Viola). 👤 Principais classudos: Romário, Juninho Paulista e Juninho Pernambucano. 📺 Palmeiras 3x4 Vasco, final da Copa Mercosul em 2000. ⚽ Romário, 4º gol na vitória por 4x3 sobre o Palmeiras, na final da Mercosul. 📷 Folha Online

https://www.youtube.com/watch?v=S-Oo9mIyG10

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