top of page

Mazurkiewicz: Cadê o Pelé?


Mazurkiewicz - Seleção Uruguaia

Muitos jogadores de futebol são lembrados por lances isolados, mesmo tendo construído uma carreira sólida e vitoriosa. Esse é o caso do classudo de hoje que, mesmo tendo vestido o terno titular da seleção uruguaia em 3 mundiais, num dos quais foi considerado o melhor goleiro, é sempre lembrado pelo lance em que foi driblado por Pelé, sem que o mesmo sequer tocasse na bola.

O pai, fugindo da invasão nazista à Polônia, estabeleceu-se no Uruguai, na pequena cidade-balneário de Piriápolis, onde nasceu o pequeno Ladislao, em 1945. Depois de jogar basquete no clube Olival Mundial, foi levado para as divisões de base do Racing de Montevidéu, destacando-se pela firmeza com que agarrava a bola e, em uma decisão por pênaltis, defendeu 6 de 10 cobranças. Profissionalizou-se em 1964, mesmo ano em que, convocado pela celeste olímpica, conquistou o campeonato sul-americano sub-20. Destacou-se tanto que, na temporada seguinte, foi contratado pelo Peñarol, seu clube de coração.

Integrado ao elenco de uma das maiores equipes aurinegras da história, era um dos reservas do famoso Luis Maidana, mas a oportunidade surgiu logo no início do ano e, de modo premonitório, contra o Santos, em uma partida desempate pela semifinal da Libertadores. Após um desentendimento com o técnico Máspoli, Maidana foi afastado e o treinador optou pelo “más chiquito” dos reservas, escalando Mazurkiewicz, cujo nome de difícil pronúncia, passou a ser substituído por “El Chiquito”, “Polaco” ou “Mazurka”.

Esse primeiro encontro com aquele que viria a ser considerado o Atleta do Século XX foi auspicioso para nosso classudo, com a vitória do Penãrol por 2 a 1, classificando a equipe para a final da competição, que viria a ser conquistada pelo Independiente (ARG). Começava aí uma carreira vitoriosa que o levaria a 4 títulos nacionais, uma Libertadores e uma Copa Intercontinental, além de três titularidades em copas do mundo.

E é exatamente na segunda participação em mundiais, em 1970 que, mesmo eleito o melhor goleiro, as lembranças sempre recaem na jogada de um dos gols mais bonitos que Pelé não fez e que dá título e ilustra este texto. Na semifinal vencida pelo Brasil, lançado por Tostão, Pelé avança em direção a Mazurka, desloca-o com um maravilhoso drible de corpo, dá a volta e toca em direção ao canto baixo direito da meta, para evitar a chegada do zagueiro Ancheta, mas a bola não entra.

Ilustração da jogada do drible de corpo aplicado por Pelé em Mazurkiewicz (Fonte: Infogol)

Em 1972, Mazurkiewicz foi contratado pelo Atlético-MG, sendo vendido ao Granada (ESP) dois anos depois. A partir daí alternou passagens curtas pelo Pelotas, América de Cali (2 vezes) e Cobreloa, com 4 passagens pelo Penãrol, no qual encerrou sua carreira em 1981.

Por que jogava de terno?

Considerado baixo para a posição (1,79m), o “Polaco” compensava com reflexos rápidos e colocação perfeita, exibindo grande frieza para se colocar fora da linha de gol e diminuir o ângulo de tiro dos atacantes. Como ele mesmo disse em uma entrevista, “com posicionamento certo um goleiro pode parecer maior do que realmente é quando enfrenta um atacante”.

👤 Ladislao Mazurkiewicz Iglesias

👶 14 de fevereiro de 1945 – Faleceu em 02 de janeiro de 2013

🏠 Uruguaio

👕 Racing (URU), Peñarol (URU), Atlético-MG, Granada (ESP), Pelotas, América de Cali (COL), Cobreloa (CHI) e Seleção Uruguaia

🏆 (Principais) Libertadores 66, Mundial de Clubes 66, Campeonato Uruguaio 65, 67, 68, 81 (Peñarol), Copa América 67 (Uruguai)

👑 Melhor goleiro: Copa do Mundo 70

Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8,0)

📷 Assis Hoffmann/Revista Placar

bottom of page