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Natal: o Diabo Loiro Celeste


Natal - Cruzeiro E. C. (Revista Placar)

Partida de volta da decisão da Taça Brasil de 1966. Aos 44 minutos do segundo tempo, no enlameado gramado do Pacaembu, um raio penetrou a área do Santos e, com o lado externo do pé direito, decretou a vitória do Cruzeiro e consolidou o primeiro título de expressão nacional de uma equipe de Minas Gerais. Natal, o Classudo de hoje, contrariando sua tendência natural de procurar a linha de fundo, apareceu como centroavante, para inscrever seu nome na galeria de “monstros sagrados celestes”, ao lado de Tostão e Dirceu Lopes, autores dos 2 primeiros gols da histórica virada contra o time do Rei Pelé. Natal iniciou sua carreira futebolística na Cidade Industrial, região metropolitana de Belo Horizonte, mas foi na equipe também amadora do Barreiro que despertou, aos 17 anos, o interesse dos olheiros do Cruzeiro, destacando-se nas equipes de base. Aos poucos foi tendo algumas oportunidades de vestir o terno do time principal, com 4 atuações em 1964 e também no ano seguinte, quando marcou 3 gols e sagrou-se campeão mineiro pela primeira vez. Em 1966 assumiu a titularidade e, até 1969, ajudou a consolidar a hegemonia cruzeirense nos primeiros anos do Mineirão, conquistando o pentacampeonato. Algumas vezes como mero coadjuvante, outras atingindo o mesmo patamar dos craques da equipe, como no gol mencionado no início deste texto, e também na primeira partida daquela final, quando o Cruzeiro derrotou o Santos por 6x2. Mas algumas vezes também foi protagonista, como em 1967, quando, com 2 gols, comandou a reação cruzeirense para empatar um jogo contra o Atlético que, com um jogador a mais, ganhava por 3x0 aos 15 minutos do segundo tempo e, com a vitória, impediria o tricampeonato da equipe celeste. Entre 67 e 68, já apelidado de Diabo Loiro, Natal vestiu 15 vezes o terno da seleção brasileira, balançando a rede 3 vezes. Com fama de boêmio, e acumulando desentendimentos com Flávio Costa, então supervisor do Cruzeiro, Natal foi negociado com o Corinthians, mas não manteve trajetória de destaque. A partir daí alternou duas passagens pelo Bahia com um retorno à Toca da Raposa, iniciando a seguir uma jornada por clubes de menor expressão, até aposentar-se no Villa Nova (Nova Lima/MG), aos 35 anos. Por que jogava de terno? Sem grandes atributos físicos, Natal era habilidoso e extremamente veloz, preferindo partir para cima dos seus marcadores em busca da linha de fundo, de onde executava cruzamentos precisos para colocar seus companheiros cara a cara com os goleiros adversários. Mas também, por vezes, fechava em diagonal, visando o gol adversário em jogadas mortais, ou aparecia de surpresa no miolo da área para estufar as redes.

👤 Natal de Carvalho Baroni 👶 24 de novembro de 1945 🏠 Brasileiro 👕 Cruzeiro, Corinthians, Bahia, Vitória, Londrina, América-MG, Valeriodoce, Democrata (Sete Lagoas), Caldense, Villa Nova (Nova Lima-MG) e Seleção Brasileira 🏆 (Principais) Campeonato Mineiro 65, 66,67, 68 e 69; Taça Brasil 66 (Cruzeiro) 👑 Sem títulos individuais de destaque Classômetro: 👔👔👔👔👔👔 (6,1) 📷 Revista Placar

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