Por liberdade e democracia
Quando eu criei o Joga de Terno, sempre tive em mente dois pilares básicos que até hoje sustentam esse projeto: futebol e jornalismo. Por algumas vezes, nós fugimos do primeiro (falamos de outros esportes, videogame, séries, política etc) mas jamais do segundo. Nunca nos rendemos à tentação de ganhar seguidores de forma fácil e rápida com memes, "decretos" e outras aleatoriedades, nosso público é pequeno e seleto e hoje, com este manifesto, sabemos que ele pode diminuir. Tudo bem. Acontece que, pelo jornalismo que nos move, decidimos deixar o futebol de lado e falar do momento em que vivemos. Vivemos tempos em que o ódio, a intolerância, a censura e o medo têm dado as cartas na mesa e, nesse jogo, estamos todos perdendo. Mas nós não vamos aqui ficar apenas esperando que o pior aconteça e esse clima de caos anunciado diariamente na imprensa vire rotina. Não é exagero, não são casos isolados, é real. O tão temido fascismo de que tanto falamos não surge de uma hora para outra. Não o ignore, não o menospreze, não ache que isso nunca vai acontecer, pois é exatamente na incredulidade que ele cresce e se não agirmos antes de envolver todas as esferas da sociedade (e isso envolve nossas instituições) pode ser tarde demais. É por isso que estamos nos posicionando antes mesmo do resultado das urnas. Ficar em cima do muro nunca foi nossa intenção, afinal. Há duas propostas apresentadas e nenhuma delas parece ser a ideal, dados seus nomes (e partidos) por trás delas. Mas uma delas, em especial, e a que acreditamos ser mais perigosa a tudo que há de mais importante em uma sociedade: liberdade. Liberdade de ideologias, de opiniões, de ser quem você quiser ser e de decidir o nosso próprio futuro. É isso o que forma uma democracia, que agora estremece. E sem democracia, não existe liberdade de imprensa, e sem liberdade de imprensa, não existe jornalismo. Sem jornalismo, perdemos um de nossos pilares do Joga de Terno. Por tudo isso, o Joga de Terno não vota 17.