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Jairzinho: O furacão de 70


Jairzinho

Valente, forte e veloz, o classudo de hoje não tinha os dribles desconcertantes de Garrincha, mas também virou ídolo no Botafogo, com suas arrancadas e impressionante faro de gol. Honrou a camisa 7 alvinegra e perpetuou a sua magia, assim como fez com o terno da Seleção Brasileira. Quem desfila no tapete verde do JdT deste sábado é o único jogador a marcar gols em todas as partidas de uma Copa do Mundo. Prazer, Jairzinho!

A ligação do craque com o Botafogo começou no final da década de 1950, quando a família de Jairzinho mudou-se para os arredores de General Severiano, território alvinegro. No início dos anos 1960, o garoto, já muito talentoso, iniciou os testes no Botafogo e logo já era destaque das categorias de base da equipe. Em 1965, recém chegado ao profissional, Jairzinho recebeu uma missão complicada: herdar a camisa 7 de Garrincha. Substituir o mestre era impossível, mas Jairzinho conseguiu honrar o manto alvinegro. Abusando da técnica, habilidade e força física, o craque prodígio logo conquistou a torcida e virou titular absoluto.

Daí pra frente, o classudo tornou-se um dos maiores atacantes do país, terror das defesas adversárias. Com Jairzinho em campo, o Glorioso conquistou o Torneio Rio-SP de 1966 e a Taça Brasil de 1968, além de campeonatos cariocas. Brilhando intensamente, o craque era também presença constante nas convocações da Seleção Brasileira.

Jairzinho disputou três Copas, em 1966, 1970 e 1974, com 16 partidas somando as três edições. Em 1966, com a camisa 17, assim como todo o esquadrão brasileiro, o atacante brilhou pouco e a Seleção acabou eliminada na primeira fase do Mundial na Inglaterra. Ainda em 1966, Jairzinho sofreu uma grave lesão, que ameaçou a sua carreira. Ele foi o primeiro atleta a se submeter a um enxerto ósseo no Brasil. Após longa recuperação, retornando aos gramados apenas no segundo semestre do ano seguinte, Jairzinho voltou absolutamente fenomenal, pronto para ir ao México na Copa do Mundo de 1970 e cravar o seu nome na história.

Naquele Mundial, o time comandado por Zagallo tinha Pelé, Jairzinho, Rivellino, Tostão e Gérson. Nenhum problema para o treinador, que soube encaixar todos os craques juntos, cada um com sua função. Jairzinho foi para a ponta-esquerda, herdando também na Seleção, a camisa 7 do genial Garrincha. E honrou o manto. O classudo marcou gols em todas as partidas daquela Copa, sete no total, sendo uma das principais peças da Seleção na conquista do tricampeonato. Já no pontapé inicial do Brasil no torneio, contra a Tchecoslováquia, Jairzinho anotou dois gols. E seguiu derrubando defensores. Marcou também contra Inglaterra, Romênia, Peru, Uruguai e contra a poderosa Itália, na grande final. Com atuações memoráveis, Jairzinho entrou de vez para o rol dos maiores craques do futebol mundial, recebendo um apelido consagrador: o furacão da Copa.

Em 1974, depois de 13 anos no Botafogo, o craque transferiu-se para o Olympique de Marselha. Mas no clube francês Jairzinho não conseguiu repetir as boas atuações e logo decidiu voltar ao Brasil. Começava então uma nova era vitoriosa na carreira do atacante, dessa vez vestindo azul e branco. Jairzinho assinou com o Cruzeiro aos 31 anos. Chegou para integrar uma equipe que já contava com grandes estrelas como Palhinha, Nelinho, Joãozinho, Piazza e Raul e que buscava conquistar a América pela primeira vez. Assim fizeram, com uma campanha espetacular e emocionante. O furacão estava a favor do Cruzeiro. Jairzinho atuou em 12 jogos, com 11 gols, vice-artilheiro da equipe na competição.

Depois de 1976, Jairzinho jogou em equipes de menor expressão no Brasil e na América do Sul, até retornar ao Botafogo em 1982 e encerrar a carreira aos 37 anos. Depois de pendurar as chuteiras, Jairzinho dedicou-se, principalmente, ao trabalho nas divisões de base do São Cristóvão, no Rio de Janeiro, onde foi o responsável por descobrir e ajudar a lapidar um dos grandes nomes do nosso futebol, o craque Ronaldo fenômeno. Jairzinho ainda trabalha no futebol, com uma escolinha para crianças e jovens.

Por que jogava de terno?

Arrasador, marcante, forte. Faltavam forças para os zagueiros conseguirem parar tamanha energia, ímpeto e explosão. Jairzinho desfilou nos tapetes verdes pelo mundo esbanjando talento, habilidade e faro de gol. Em 413 partidas pelo Botafogo, marcou 186 gols. Pela Seleção Brasileira foram 42 gols em 102 jogos. Foi um furacão que passou pelo México e cravou o seu nome na história do futebol mundial. Até hoje, o primeiro e único atleta a marcar gols em todos os jogos de uma Copa do Mundo.

👤 Jair Ventura Filho

👶 25 de dezembro de 1944

🏠 Brasileiro

👕 Botafogo, Olympique de Marselha, Cruzeiro, Portuguesa (VEN), Noroeste, Fast Club, Jorge Wilstermann (BOL), 9 de Outubro (EQU) e Seleção Brasileira

🏆 (Principais): Taça Brasil 68, Campeonato Carioca 67 e 68 (Botafogo), Copa Libertadores 76 (Cruzeiro), Campeonato Venezuelano 77 (Portuguesa), Campeonato Boliviano 79 e 80 (Jorge Wilstermann) e Copa do Mundo 70 (Seleção Brasileira).

👑 All-Star Team da Copa do Mundo de 1970; Melhor jogador do Campeonato Carioca 67 e 68; 27º Melhor Jogador do Século XX pela Revista World Soccer.

Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8,7)

📷 Getty

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