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Carregador de piano


Vanderlei Paiva - Atlético=MG

Aplicada a um jogador de futebol, a expressão do título significa alguém que “carrega o time nas costas”, fazendo o trabalho mais pesado, correndo muito e sendo o encarregado de tomar a bola do adversário para que os verdadeiramente talentosos possam criar as jogadas ofensivas de sua equipe. Em outras palavras, sacrifica-se e é pouco valorizado pela crítica, embora, geralmente, garanta um lugar no coração dos torcedores por sua entrega, dedicação e raça. Vanderlei Paiva, classudo de hoje, foi um dos muitos rotulados assim, embora tenha demonstrado outras qualidades normalmente não associadas aos carregadores de piano.

Natural de Três Corações (MG), Vanderlei iniciou sua carreira no Atlético Clube local, aos 17 anos e, 3 anos depois foi comprado pelo Atlético-MG, depois de recusar uma oferta para atuar no futebol carioca. Aos poucos conquistou a confiança dos treinadores e da torcida, embora sua equipe ficasse ofuscada pelo time do Cruzeiro pós-Mineirão. Mas com a chegada de Telê Santana, e já titular absoluto, o volante ajudou a interromper a sequência de 5 títulos consecutivos do arquirrival, tornando-se campeão mineiro em 1970.

Nessa ocasião, Vanderlei Paiva já começava a expandir o conceito de carregador de piano, tendo contribuído com 4 gols na campanha quase irretocável do Atlético (20 vitórias, 1 empate e apenas 1 derrota). O auge da carreira seria atingido em 1971, quando o Atlético conquistou o título brasileiro, ganhando a Bola de Prata como melhor volante do campeonato.

Ao longo de 10 anos Vanderlei Paiva vestiu o terno do Galo Mineiro e, em 1975, integrou o elenco da seleção brasileira, eliminada na semifinal da Copa América, pelo bizarro critério de cara-ou coroa, depois de uma vitória e uma derrota para o Peru. Com passagem apagada pelo América-MG, Vanderlei Paiva foi contratado pela Ponte Preta, em 1976, destacando-se na equipe que quase destronou o Corinthians no campeonato paulista do ano seguinte. Sua carreira como jogador foi encerrada em 1981, no Comercial de Ribeirão Preto. Como treinador, foi campeão paulista júnior em 1981 (Ponte Preta) e campeão goiano de 2004, com o modesto CRAC, de Catalão/GO.

Por que jogava de Terno?

Garra, disposição e regularidade são adjetivos que definem o guerreiro volante, mas com qualidades que extrapolavam o rótulo de carregador de piano. Ainda é o 2º jogador que mais atuou com o terno do Atlético (só perde para o ex-goleiro João Leite), tendo disputado 559 jogos e marcado 32 gols.

👤 Vanderlei Paiva Monteiro

👶 07 de abril de 1946

🏠 Brasileiro

👕 Atlético Clube (Três Corações/MG), Atlético-MG, América-MG, Ponte Preta, Palmeiras, Londrina, Comercial-SP e Seleção Brasileira.

🏆 (Principal) Brasileiro 71 (Atlético-MG).

👑 Bola de Prata 71 (Atlético-MG)

Classômetro: 👔 👔 👔 👔 👔 👔 (5,8)

📷 André Fidusi

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