El loco del fútbol argentino
Em tempos de discussões sobre chuteiras coloridas e penteados estilosos no mundo do futebol, o argentino Hugo Orlando Gatti se destacaria. Como seria, em plenas décadas de 60 e 70, acompanhar um goleiro com rituais excêntricos dentro e fora dos gramados? El Loco, como ficou conhecido, começou sua carreira em 62 pelo Atlanta, sendo transferido para o River Plate dois anos depois. Em 69 iniciou sua passagem pelo Gimnasia e em 75 foi contratado pelo Unión de Santa Fe a pedido do técnico Juan Lorenzo (o próprio Lorenzo o convocou para a Copa do Mundo de 66). Gatti agradou o clube com sua boa temporada - defendeu quatro pênaltis - fato que contribuiu para que fosse reconhecido como o jogador de terno que é. No ano seguinte chega ao gigante Boca Juniors e no clube, escreve história. Seu nome é citado entre os de ídolos como Román Riquelme, Carlitos Tévez e Diego Maradona. Ao lado de Suñe e Mastrángelo foi um dos pilares da conquista da Libertadores de 77. Na final, contra o Cruzeiro, consagrou-se herói ao defender o pênalti batido pelo capitão Vanderley. Na decisão da Intercontinental do mesmo ano os xeneizes bateram o favorito Borussia por uma goleada de 3 a 0, baita temporada do jogador. A insistência em usar bermuda e bandana durante as partidas faz parte da ousadia de Gatti. Já atuou com a camisa número 0, jogando a 1 ou a 12, preferidas dos guarda-redes, para escanteio. Boladas no rosto eram parte de seu treinamento e tomar vinho antes das partidas um ritual. Sabe a intensa rivalidade entre Brasil e Argentina? Ousou afrontá-la. Em 88 conseguiu uma camisa do Santos (rosa e prateada) com seu colega Rodolfo Rodríguez e amarrou uma bandana, também rosa, no cabelo. O argentino jogou com a camisa do time brasileiro por cerca de três jogos. 11 de setembro do mesmo ano, La Bombonera, partida contra o Club Deportivo Armenio. El Loco comete o erro que origina o gol do adversário ao tentar cortar uma bola de Silvado Maciel. O treinador da equipe, na época José Pastoriza, questiona a titularidade do defensor, colocando em seu lugar o colombiano Carlos Navarro. Mal sabia Hugo Gatti que a aposentaria de seu terno estava próxima. Para alguns encerrou a carreira por política, para outros por sua contestada forma física. Classificado como líbero que usa as mãos, sempre seguro e atento, o classudo não gostava de deixar problemas para seus companheiros resolverem. Saídas arriscadas de fora da área foram comuns em sua carreira, nem sempre os atacantes saíram satisfeitos. A preocupação estética refletia na forma como se impunha dentro e fora de campo. Por que jogava de terno? El Loco já atuou como meio-campo e atacante pelo Boca Juniors, denomina-se torcedor da equipe xeneize - foram 12 anos de clube. É o jogador com o maior número de partidas por equipes argentinas, 765 no total. Além disso, permaneceu sem tomar gols na Libertadores por 767 minutos, recorde mantido por quase 30 anos. Ao longo de sua carreira defendeu 26 pênaltis e mesmo não se destacando pela seleção argentina, é celebrado como um dos maiores goleiros da história do futebol do país. 👤 Hugo Orlando Gatti 👶19 de agosto de 1944 🏠 Argentino 👕 Atlanta, River Plate, Gimnasia La Plata, Unión Santa Fe, Boca Juniors e Seleção Argentina 🏆 (principais) Taça Libertadores da América 77 e 78 e Copa Intercontinental 77 (Boca Juniors) 👑 Segundo o IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol) é o terceiro maior goleiro argentino do século XX, perdendo apenas para Amadeo Carrizo e Ubaldo Fillol. Entre os sul-americanos, o sétimo. Classômetro: 👔 👔 👔 👔 👔 👔 (6,8) 📷 Site da FIFA