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Especial Copa do Mundo - Argentina 1986: Muito além de la mano de Dios

É sobre a Argentina de 1986 que damos sequência hoje a uma série especial de Ternos de Linha vão contar a história de uma seleção de cada grupo da Copa do Mundo

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, terminando no dia da estreia do torneio da Rússia, dia 14 de junho. A Copa de 1986, conquistada pela Argentina foi especial. Mas isso você já deve saber. Qualquer país que vence a maior competição de futebol do mundo tem um sentimento especial pela conquista. Porém, diferente de outras conquistas, o povo argentino carrega um sentimento que vai muito além do simples patriotismo representado em um evento esportivo. Lá, em 86, tinha muito mais que apenas a possível conquista da Copa. A Argentina, oito anos antes, havia conquistado o seu primeiro mundial. Mas a forma polêmica de como se tornou campeã em 78 deixou um sentimento de revolta nos Hermanos, que buscavam vencer novamente para mostrar que a Argentina era sim uma potência mundial do futebol. Além disso, também havia o gosto amargo da eliminação precoce da Copa de 82. Como se pode notar, o povo argentino queria provar muita coisa em 86 e tinha uma pessoa dentre todas obstinada a tornar esse desejo realidade: Diego Armando Maradona. Muitos dizem que o craque carregou a seleção sozinho e, em partes, eles têm razão. Maradona era a maior estrela daquela seleção, mas não fez todo o trabalho sozinho – apenas a maior parte dele. Comparada com outros anos, a seleção de 86 tinha muito equilíbrio entre a defesa forte e consistente, comandada por Ruggeri, Brown e Cucciufo, passando por um meio campo marcador, com Enrique e Batista, e chegando ao poderoso ataque com Burruchaga, Valdano e o craque Maradona. Jogando num inovador esquema para a época (3-5-2), a equipe dava total liberdade para El Pibe destruir os beques adversários. A campanha argentina encontrou rivais tradicionais pelo caminho. Na fase de grupos enfrentou a atual campeã Itália, já nas oitavas derrotou o tradicional rival Uruguai de Francescoli e cia. Porém, as quartas de final reservavam um inimigo especial e, durante os 90 minutos, a partida deixou de ser apenas de futebol. Do outro lado estava a Inglaterra que, anos antes havia vencido a Guerra das Malvinas contra a própria Argentina. O clima de tensão antes e durante o jogo foi inevitável. Fato que fez com que a polícia mexicana realizasse uma grande e complicada operação ao redor do Estádio Azteca, palco da partida. Esta foi a primeira vez que as seleções se enfrentavam depois da guerra. Os argentinos queriam vingança. Um argentino em especial estava disposto a tudo para vingar o seu país. E assim o fez. Maradona não apenas acabou com a Inglaterra naquela partida, como fez uma das maiores apresentações de um jogador na história das Copas. O início da vingança surgiu num gol que entrou pra história: a mão de Deus, de El Pibe colocou a Argentina à frente do placar e foi como uma estocada no adversário inglês que, anos antes, havia derrotado a tropa argentina e reconquistado o poder das Malvinas. O segundo gol foi para lavar a alma. Maradona, do alto de toda a sua genialidade, marcou um dos gols mais bonitos da história das Copas, ao arrancar do meio campo, passar por praticamente todo time inglês, driblar o goleiro e marcar o gol que decretou a vitória. Os ingleses ainda tentaram reagir, marcaram um gol com Lineker, mas não foi suficiente para diminuir o ímpeto argentino e, principalmente, de Dieguito. A vingança argentina ocorreu no futebol e da forma mais deliciosa possível para os Hermanos. Ao final da partida, ao ser questionado sobre o polêmico gol de mão, Maradona, meio que sem querer, deu nome ao seu gol ao declarar que “Se houve mão na bola, foi a mão de Deus”. A semifinal foi contra Bélgica e, novamente El Pibe, fez questão de despachar os rivais, dessa vez em uma espécie de vingança pessoal contra os belgas que, na Copa anterior, haviam “batido demais” no craque argentino. A final foi contra a poderosa seleção alemã, que havia eliminado somente a França de Platini. A partida foi equilibrada, mas mesmo a marcação individual que a Alemanha preparou para Maradona não foi suficiente para segurar a vontade da Argentina de vencer aquele Mundial. A Argentina abriu o 2 a 0 com Brown e Valdano, mas a Alemanha conseguiu empatar o jogo. Aí então foi a hora de Maradona fazer a diferença (mais uma vez) e, com um passe magistral, colocou Burruchaga em condições de fazer o terceiro gol e dar números finais à partida. Desta vez, de forma incontestável e legítima (diferente do que é dito de 78), a Argentina foi campeã mundial. Outra vez o México, tal qual 1970 de Pelé, viu uma Copa em sua terra consagrar um jogador, o elevando ao status de mito do futebol. 🏆 Copa do Mundo 1986 👕 Time base: Pumpido; Cuciuffo, Brown e Ruggeri; Giusti, Batista, Olarticoechea, Enrique e Burruchaga; Maradona e Valdano. 👤 O principal classudo: Maradona 📺 Argentina 2x1 Inglaterra válido pelas quartas-de-final da Copa do Mundo 86 ⚽ Maradona, aos 29' do primeiro tempo no primeiro gol da vitória por 2x1 contra a Inglaterra no Estádio Azteca, no México.

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