Esse Terno tem história
A cada quatro anos, um confronto entra em campo. Não apenas o das seleções duelando pelo status de quem melhor joga com a bola nos pés. Estamos falando do Quem ama a Copa do Mundo x Quem liga para a Copa do Mundo, do Aqueles que torcem pela Seleção x Aqueles que "como vocês ainda apoiam isso com o país desse jeito?". Um clássico.
Foi-se um tempo em que as seleções de futebol pareciam representar as nações em combate, e vem daí o grande sucesso da Copa do Mundo. Nós éramos a Pátria de Chuteiras e cantávamos para a Canarinho voar de gol em gol com direito a replay. E esse sentido de união nacional em prol de uma seleção ultrapassou, muitas vezes, cenários políticos conflituosos e da própria confederação com suas gestões não tão transparentes. A relação hoje com a Seleção Brasileira se tornou mais distante, a torcida contra aumentou e a camisa acabou ganhando até outra conotação em manifestações recentes, dividindo muitos torcedores para uma torcida que em nada tinha a ver com futebol.
E mesmo com os últimos resultados da equipe brasileira na competição, a Seleção e a amarelinha, o Brasil, ainda somos um dos maiores símbolos do futebol mundial. O futebol ainda é um dos nossos maiores trunfos. Entender isso e torcer por isso não quer dizer esquecer assuntos considerados mais urgentes como se uma coisa excluísse a outra, mas também valorizar nossa trajetória em torno desse esporte e do que nos torna referência.
Alguns podem até dizer que é papo de publicidade, mas a Nike deu um chute certeiro com seu comercial para a Copa do Mundo, exaltando o que chamam de "Brasileiragem". Acertou na veia em que pulsa o futebol pelos campinhos e estádios do país. E na veia dos torcedores que já se preparam para, quem sabe, mais uma taça.
Quem somos nós nesse confronto? Os entusiastas do futebol brasileiro, não só em Copas do Mundo mas aqueles que vão sim vestir amarelinha, seja no corpo ou na alma, porque é preciso respeitar esse terno que tem história.