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Se acabar com o malandro, como vai ter o otário?


Dé Aranha

É isso ai, mesmo! O classudo de hoje mandou esse questionamento quando foi perguntado se a malandragem está exagerada hoje em dia. Dé Aranha nunca foi doce nas palavras. E nem dentro de campo. O ex-centroavante de Bangu, Vasco e Botafogo coleciona causos, opiniões fortes e muita bola na rede. Seu primeiro grande momento como profissional foi com o terno do Bangu, de onde foi formado. Dé era aqueles centroavantes chatos, que desestabilizava o zagueiro sem ter a bola. Com ela nos pés, tinha perdão não, "malandro". Além de ser uma marca na sua fala, o "malandro" era personificado pela figura de Dé. Catimbeiro, o jogador nunca se intimidou de usar alguns "subterfúgios" para conseguir meter a pelota pras redes: conta-se que num jogo entre Bangu e Flamengo, o time de Moça Bonita ganhava por um a zero. O Rubro Negro pressionava. Numa falta, o zagueiro da Gávea Reyes põe a bola no chão pra poder reiniciar a partida. Dé (não nos perguntem como) me aparece um uma pedra de gelo, atira na bola, Reyes que não entende nada, perde a bola, Dé a rouba, dribla quem tem que driblar e faz o gol. A arbitragem era outra que sofria com o Aranha. Depois de surgir no Bangu em 67, em 70 foi para o Vasco. Não perdeu seu ímpeto de goleador, malandro e turrão. Num determinado jogo, teve um gol anulado. Ficou irado e partiu pra cima do bandeira. Passou a mão no gramado e enfiou goela abaixo do juiz: "burro tem que comer capim!". Ele ainda se denomina como o primeiro jogador a tomar o cartão das mãos de um juiz (e rasgá-lo com os dentes) e o recordista mundial de pênaltis cavados. Ele conta que treinava sozinho para se calçar e cair na área. Mas orgulha-se que fazia isso sem machucar ninguém. "Eu gostava era de tirar a pessoa do sério. Desestabilizar e me aproveitar disso", conta. Mas Dé não era só malandragem, não! Foi considerado um dos centroavantes mais oportunista de sua época. Fez parceira com Roberto Dinamite no Time da Colina e participou de alguns jogos da campanha do time campeão Brasileiro em 74. Daí foi para Portugal jogar pelo Sporting Lisboa, a tempo de conquistar o campeonato nacional por lá. A irreverência de Dé ficou marcada por onde jogou (no Rio, atuou também pelo Botafogo). Hoje, é comentarista e conhecido por suas opiniões fortes, sem papas na língua e por nunca esconder uma discordância. Por que jogava de terno?

Irreverências e malandragens a parte, Dé foi goleador por onde passou. Dentro da área era mortal e não se intimidava pela cara feia de um zagueiro brucutu: se precisasse, driblava todo mundo e só não entrava com bola e tudo porque era humilde, como bem afirma ele. 👤 Domingos Elias Alves Pedra 👶 16 de abril de 1948 (70 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Bangu, Vasco, Sporting Lisboa, Botafogo, Al Hilal, Bonsucesso, Rio Branco-ES, Desportiva-ES e Ferroviária-SP. 🏆 Campeonato Português: 74 (Sporting Lisboa) 👑 Melhor jogador do Vasco no ano de 1971 📷 Revista Placar (retirada do site Terceiro Tempo) Classômetro: 👔👔👔👔👔 (5,7)

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