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O patrão da América


Nestor-Rossi

Não é difícil definir um volante, seja pela posição em si ou pela personalidade. Geralmente são aqueles jogadores duros, que protegem a zaga, cara de mau, número 5 nas costas do terno. E um bom volantão sempre se sobressaí pela eximia técnica. E é assim mesmo a melhor maneira de descrever o aniversariante de hoje. Melhor, põe a pesada faixa vermelha sobre a camisa branca para termos a vestimenta do River Plate. Esse é Nestor "Pipo" Rossi. Rossi foi daqueles argentinos que marcaram geração no país entre os anos 40 e 50. Daqueles, porque el Pipo surgiu na mesma safra de Di Stéfano e Amadeo Carizzo. Nestor, primeiramente, chamou mais atenção do então técnico da base do River, Carlos Peucelle, que o "sequestrou" em seu sítio, numa estádia para evitar que Rossi fosse para o Boca. De contrato assinado, estreou em 1945 pelos profissionais do River, junto a seus dois amigos de base, Di Stéfano e Carizzo. Pipo foi o primeiro entre eles a cativar a posição de titular e no ano seguinte era o dono absoluto da posição. Seu primeiro título veio em 47, mesmo ano de sua estreia pela seleção nacional. Nestor conseguiu bancar o consagrado Ángel Perucca da posição. Mas, mesmo jogando bem, Rossi só voltaria a vestir o terno dos Hermanos quase 9 anos depois... No River, as coisas começaram a dar errado no final da década de 40. Nestor encabeçou a greve de jogadores daquele ano, afim de melhores salários. Longe de sua meta, o jogador deixou o país rumo ao Millionários, da Colômbia, junto a Di Stéfano, Hugo Reyes e Adolfo Perdena. Obviamente, os argentinos se deram bem no país e chamavam atenção do mundo. O Real Madrid, em 53, queria levar todos para a Espanha. Conseguiu menos Pipo, que não via com bons olhos o time naquela época (em jejum de 20 anos sem conquistar La Liga). Ficou. Em 55, terminada sua "anistia" voltou pra casa e a vestir a camisa do River. E foi sensacional: tri campeão nacional e o retorno a seleção. A volta não poderia ser mais triunfante: uma sequência de três vitórias sobre o vizinho Brasil. Uma delas, marcada pela estreia de um jovem Pelé, que entrou e marcou o único tento brasileiro no jogo vencido pelos hermanos por 2x1. Curiosamente, o futuro rei do futebol passaria por dois antes de marcar. Um deles era o Rossi. Que já não vivia a áurea de seu vigor físico. Mesmo com a idade avançando, foi um dos líderes do selecionado na copa de 58, na Suécia. E nem el Pipo (já consagrado como o Patrão da América por ser reclamão e exercer de fato uma liderança nata por onde passou) nem a Argentina se recordam daquela Copa com boas lembranças. A seleção albiceleste deixaria o torneio num vexatório 6x1 contra a Tchecoslováquia ainda na fase de grupos. Mesmo sendo um símbolo da seleção, Rossi foi um dos mais perseguidos. Um ano depois, começou a preparar sua despedida: foi para o time de coração, Huracán onde pendurou as chuteiras em 61. A partir dai, tentou carreira de técnico, mas nada muito significativo. Foi interino na seleção na copa de 62 sem qualquer sucesso. Até a década de 80, treinou times como o próprio River, seu rival Boca (onde conseguiu seu único título no comando de um time). Rossi faleceu no seu próprio esquecimento. Em 91 foi diagnosticado com Alzhaimer e em 2007 faleceu em Buenos Aires. Por que jogava de terno? Nestor Rossi, que completaria 93 anos nesse 10 de maio, não era chamado de patrão à toa. Comandava o River enquanto estava em campo. Sua técnica saltou aos olhos antes mesmo da de Di Stéfano. Sua carreira é marcada por bancar jogadores consagrados tanto no River quanto na Seleção Argentina. Ainda que sua passagem pelo selecionado tenha terminado de maneira trágica, é lembrado como lenda, inclusive por Pelé, que a certa altura o definiu como um dos maiores jogadores Argentinos que já havia enfrentado. 👤 Nestor Raúl Rossi 👶 10 de maio de 1925. Faleceu em 13 de junho de 2007 (aos 82 anos) 🏠 Argentino 👕River Plate, Millionarios, Huracán e Seleção da Argentina 🏆 Campeonato Argentino: 45, 47, 55, 56 e 57 (River Plate); Campeonato Colombiano: 49, 51, 52 e 53 (Millionários); Copa América: 47 e 57 (Seleção Argentina) 👑 Sem títulos individuais de destaque. Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔 (7,25)

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