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Terno de Linha #9 - Paysandu 2002/03: 15 anos do dia em que o papão engoliu a Bombonera


Paysandu

Quem hoje vê o time do Paysandu na série B, longe dos holofotes e da grande mídia talvez não se lembre que há 15 anos ele conseguia um feito incrível, raro e histórico. No dia 24 de abril de 2003, o Paysandu vencia o Boca Juniors por 1x0 em plena La Bombonera e marcaria para sempre a memória do torcedor e a história do clube. O ano de 2003 já começava marcante para o Papão da Curuzu. Depois de ser campeão da extinta Copa dos Campeões no ano anterior, o modesto time do Pará faria sua estreia na Libertadores da América. Era a primeira (e até hoje única) vez que um time da região Norte estaria na competição. O time tinha, na época, alguns bons jogadores, como o caso de Iarley e Róbson, mas que só fariam sucesso, de fato, anos mais tarde. Àquela época, o elenco ainda era pouco conhecido e só de poder estar em uma competição internacional de tanto destaque já era motivo de orgulho para todo o clube. Obviamente, se você está em uma competição você entra para vencer. E foi isso que aconteceu com o Paysandu na fase de grupos. Não uma, nem duas, mas 4 vezes. Foram 4 vitórias e 2 empates, com direito a uma incrível goleada sobre o Cerro Porteño por 6x2 e a vaga para as oitavas-de-final. O próximo adversário seria ninguém menos que o Boca Juniors. Se de um lado tínhamos a zebra do campeonato, do outro um time estrelado com nomes da Seleção Argentina como Abbondanzieri, Burdisso, Schelotto e Tevez. O primeiro jogo seria na mítica La Bombonera e seus 45 mil torcedores que não param de gritar um minuto sequer. O jogo, como sempre é em solo argentino, foi muito disputado e tenso. Não é à toa que o Boca é tão temido em casa. É difícil jogar com tanta gente gritando e cantando sem parar como se estivesse dentro do gramado. O Paysandu, contudo, conseguiu manter a concentração e se manteve fechado esperando a melhor oportunidade para atacar. Do outro lado, talvez o Boca, por sua superioridade, achasse que poderia vencer a qualquer momento. Ainda mais depois que Róbson e Vanderson foram expulsos (Clemente Rodrigues também fora expulso junto com Robgol). Eram 9 contra 10, contra toda a torcida, contra o improvável. Em um lance de contra-ataque aos 23' do segundo tempo, a bola foi de pé em pé até chegar em Sandro Goiano, que tocou para Iarley, que sem afobação cortou 2 marcadores e colocou no fundo da rede. A determinação do Paysandu seguiu até o apito final e assim conseguiu segurar o placar e fazer história. No dia seguinte jornais de todo o país enalteciam o feito. Não era pra menos, até aquele momento apenas o Santos de Pelé e o Cruzeiro de Ronaldo conseguiram vencer o Boca Juniors na casa dele. E a partir daquele dia, também o Paysandu de Iarley. No jogo da volta, no Mangueirão, o Paysandu não conseguiu novamente segurar o Boca Juniors e perdeu por 4x2. Talvez a vitória tenha subido à cabeça dos jogadores, que jogaram muito mal aquela partida. Talvez o Boca Juniors tenha, enfim, mostrado a sua superioridade, de fato. Pouco importava. O time paraense se despediu da sua única Libertadores disputada ovacionado pela torcida. E o Boca Juniors, que seguiu seu caminho, foi campeão da Libertadores com apenas 2 derrotas, uma delas para o Paysandu. O Papão então perdeu suas principais peças e não conseguiu mais ser "aquele time que venceu o Boca Juniors". Iarley, por exemplo, jogou tanta bola neste confronto que foi contratado pelo próprio Boca Juniors e foi campeão mundial em cima do Milan naquele mesmo ano. Ainda hoje não há quem não se lembre desse dia, dessa campanha histórica na Libertadores. Para um outro time qualquer, acostumado a grandes cifras, craques e salários astronômicos, seria só mais um lamento por uma eliminação precoce na Libertadores. Para o Paysandu foi uma campanha de superação, garra, valentia e muita determinação. Mostrou a força do Pará para toda a América, calou 45 mil argentinos e entrou na história do futebol e agora no do Joga de Terno. 🏆 Copa dos Campeões 2002 👕 Time base: Ronaldo; Rodrigo, Jorginho, Tinho e Luís Fernando; Sandro, Lecheva , Vanderson e Iarley; Vélber e Róbson. Técnico: Dario Pereyra. 👤 Os principais classudos: Ronaldo, Iarley e Róbson 📺 Boca Juniors 0x1 Paysandu válido pelo primeiro jogo das oitavas-de-final da Libertadores 03 ⚽ Iarley, aos 22' do 2º tempo na vitória por 1x0 contra o Boca Juniors na La Bombonera.

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