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Roberto Carlos: A física talvez explique


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Batizado com o nome do ídolo de seu Oscar, seu pai, em 10 de abril, em 1973, nascia Roberto Carlos da Silva Rocha. Com apenas 11 anos, jogava bola com os veteranos de uma fábrica de aguardente em Cordeirópolis junto de seu pai. Jogando mais avançado, Roberto foi chamado para jogar pelo time da cidade. Num determinado episódio, o lateral esquerdo do time se machucou e ele foi improvisado na posição. O primeiro passo para se tornar um dos maiores da história na posição. Foi o primeiro jogador jovem contratado pelo União São João de Araras. Em 1990, teve um excelente tutor para os característicos chutes fortes e cobranças de falta: Éder Aleixo, ídolo do Atlético-MG e da Seleção Brasileira, que teve uma curta passagem pelo União São João. Dois anos depois, Roberto foi emprestado ao Atlético-MG para um torneio amistoso na Europa. Lá despertou o interesse do Real Madrid pela primeira, mas o presidente disse que o jogador não tinha a estatura necessária para jogar no clube merengue, em alusão aos 1,68m de Roberto, e o negócio não avançou. Na volta ao Brasil, o Palmeiras, no início da era Parmalat, contratou o lateral por US$550 mil. Em janeiro de 1993, Roberto Carlos estreava no Palmeiras. Era o início de um time histórico. Vanderlei Luxemburgo conseguia extrair de cada jogador o seu máximo e lapidava seus jogadores como poucos treinadores fizeram na história do futebol brasileiro. Com a camisa alviverde, Roberto encantava com suas investidas, chegava até a linha de fundo com uma qualidade muito acima da média, muita habilidade com a bola nos pés e força física. No Parque Antártica, venceu dois Campeonatos Brasileiros, um Torneio Rio-São Paulo e dois Campeonatos Paulistas. Após vencer duas Bolas de Prata, Roberto começou a receber sondagens de clubes como Paris Saint-Germain, Aston Villa e Internazionale, que, em 1995, conseguiria contratar o jogador por cerca de US$7 milhões. A ida para a Itália acontece simultâneamente com sua consolidação na Seleção Brasileira. Em 1993 já havia disputado a Copa América, que tinha sido com um elenco alternativo, já que o Brasil estava mais focado nas Eliminatórias. Roberto tinha a expectativa de ser chamado para a Copa do Mundo de 1994, mas foi preterido por Carlos Alberto Parreira, que levou os experientes Branco e Leonardo. A Inter, na época, não tinha um elenco muito competitivo. Roberto agradou logo de cara com dois gols nos primeiros dois jogos com a camisa dos nerazzuri. Após a saída do técnico Otavio Bianchi e a chegada de Roy Hodgson, caiu muito de produção. O comandante inglês avançou Roberto para o meio de campo e até para as pontas, posições que não o agradavam. Em 1996, Fabio Capello pediu a contratação do lateral para o Real Madrid que, mesmo com a resistência do presidente da Inter, o levou por €3,5 milhões. Uma nova era na carreira de Roberto Carlos. Chegou no Real jogando na sua posição preferida sendo campeão da La Liga, com a segunda melhor defesa da competição e esbanjando bom futebol. Em 1997, foi com a Seleção para o Torneio da França, uma competição amistosa preparatória para a Copa. Contra os donos da casa, Romário e Ronaldo eram caçados em campo. Aos vinte do primeiro tempo, uma falta na intermediária. Roberto, já conhecido pela potência nas cobranças de falta, pegou a bola. Mas era muito longe, 35 metros. Tomou a famosa longa distância para sua corrida característica e soltou a bomba. A bola parecia ser teleguiada. Fez a curva por fora da barreira e foi morrer no fundo do gol defendido por Barthez. Até físicos franceses ficaram incrédulos e foram analisar o lance: “No caso do futebol, onde ℒ é duas vezes menor do que L, vale a pena ser comentado. A trajetória da bola pode desviar significamente do circular, desde que o chute tenha longa distância. Dessa forma, a trajetória se torna surpreendente e imprevisível para o goleiro. É assim que interpretamos o famoso gol do brasileiro Roberto Carlos contra a França, em 1997. A falta foi cobrada de uma distância de aproximadamente 35 metros, ou seja, uma distância a qual é possível esperar uma trajetória inesperada. Levando em conta que o chute é poderoso o suficiente, uma característica do Roberto Carlos, a trajetória da bola curva brutalmente em direção à rede, em uma velocidade ainda grande o suficiente para surpreender o goleiro”. Ainda sobre Seleção, a Copa de 1998 foi para esquecer. Após vitórias pouco convincentes na fase de grupos, o Brasil acordou na vitória por 4 a 1 contra o Chile. O jogo contra a Dinamarca expôs todos os problemas defensivos da equipe, que passou no sufoco. E depois do jogo épico contra a Holanda, a Seleção enfrentaria a França, dona da casa. A convulsão de Ronaldo abalou todo o elenco brasileiro e principalmente Roberto Carlos, que dividia quarto com o atacante, viu tudo de perto e foi o primeiro a chamar os médicos. A volta para o Real Madrid era para se tornar um recomeço. Até a Copa da Coreia e do Japão, conquistou o Mundial de Clubes por duas vezes, em 1998 e 2002, a Liga dos Campeões por três vezes, em 1997/1998, 1999/2000 e 2001/2002, a UEFA Super Cup, em 2002, o Campeonato Espanhol em 2000/2001, além de Supercopas da Espanha em 1997, 2001. Se solidificou como o melhor jogador da posição, um mix de técnica, solidez defensiva, força física e disciplina tática. A Seleção de Luiz Felipe Scolari chegava desacreditada. Após o fracasso na decisão, Ronaldo havia se lesionado gravemente e estava longe dos gramados há dois anos. Foi uma verdadeira história de superação. Na primeira partida, vitória sobre a Turquia por 2 a 1. No jogo seguinte, goleada de 4 a 0 sobre a China com um gol de falta de Roberto Carlos. Na sequência, o Brasil bateu a Costa Rica, e, na segunda fase, despachou Bélgica , Inglaterra e Turquia até chegar a mais uma final, contra a Alemanha. Atuação irretocável, vitória por 2 a 0 e o pentacampeonato mundial. Roberto foi escolhido para a Seleção da Copa e ficou em segundo lugar no Ballon d’Or, se consagrando de vez como um dos maiores laterais-esquerdo de todos os tempos do Brasil e do mundo. No Real Madrid, novamente um período de vacas magras. Após a Copa, o craque viveria um hiato de títulos após o ápice dos Galácticos e o crescimento do Barcelona, mas ele ainda tinha tempo para disputar mais uma Copa do Mundo, dessa vez na Alemanha, em 2006. Mais uma vez a Seleção chegava favorita. Um elenco recheado de craques, experientes e jovens. Uma campanha monstruosa nas Eliminatórias, goleada na decisão da Copa das Confederações contra a arquirrival Argentina. Tudo pronto para mais uma festa. Novamente a França no caminho. Roberto ficou marcado por não acompanhar a infiltração de Thierry Henry no gol que classificou a França nas quartas-de-final daquela Copa, por supostamente estar “arrumando o meião”. Ali Roberto dava adeus à Seleção. Era um fim melancólico e injusto para um jogador tão espetacular e importante em tantos jogos do Brasil. Roberto, ao fim da temporada 2006/07, com o título da La Liga, anunciou que não renovaria com o Real Madrid. Desgastado com a torcida, decidiu encerrar sua passagem irretocável pelo clube merengue e assinou com o Fenerbahçe, da Turquia. Venceu duas Supercopas, mas acabou não se adaptando ao futebol turco. Em 2010, recebeu uma proposta do Corinthians e voltou ao futebol brasileiro. Ao lado de Ronaldo, um ambiente caótico e pressionado, onde vencer a Libertadores era quase uma obrigação. Embora tenha feito bons jogos e até gol olímpico, Roberto Carlos foi um dos mais criticados pela torcida após a eliminação na pré-Libertadores na competição continental em 2011, para o Tolima – isso porque o lateral nem jogou o duelo vencido pelos colombianos por 2 a 0. Após receber ameaças por causa da eliminação, o jogador deixou o clube e foi jogar no, na época milionário, Anzhi Makhachkala, onde foi capitão e atuou muitas vezes como volante e até como técnico. Por lá, decidiu se aposentar em 2012, aos 39 anos. Por que jogava de terno? Roberto é considerado por muitos o maior da história de sua posição, ao lado de nomes como Nilton Santos e do expoente Marcelo, seu sucessor na lateral do Real Madrid. Velocidade, explosão física, habilidade e muito controle de bola marcaram sua carreira, além dos inúmeros gols de falta. 👤 Roberto Carlos da Silva Rocha 👶 10 de abril de 1973 (45 anos) 🏠 Brasileiro 👕 União São João de Araras, Atlético-MG, Palmeiras, Internazionale, Real Madrid, Fenerbahçe, Corinthians, Anzhi Makhachkala e Seleção Brasileira 🏆 (principais) Campeonato Brasileiro 93 e 94 (Palmeiras), Mundial Interclubes 98 e 02, Liga dos Campeões da UEFA 97/98, 99/00 e 01/02, Campeonato Espanhol 96/97, 00/01, 02/03 e 06/07 e (Real Madrid), Copa das Confederações 97, Copa América 97 e 99 Copa do Mundo da FIFA 02 (Seleção Brasileira). 👑 Bola de Prata 93, 94 e 10, Time do Ano da UEFA 02 e 03, Defensor do Ano da UEFA 02 e 03,Golden Foot 08, Eleito Melhor Lateral-Esquerdo da História do Real Madrid. Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔👔 (9,2) Foto: Reprodução/Marca

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