Terno de Linha #6 - Internacional 1975/76: glória do desporto nacional
Nossa gloriosa história de hoje começa um pouco antes de 1975. Em 1969 o Internacional de Porto Alegre inaugura seu tão sonhado estádio: o Beira Rio. Com a nova casa é também iniciada uma nova era que jamais seria esquecida pelo lado vermelho da capital gaúcha. Explica-se: entre 1962 e 1968 o Inter viu seu principal rival, o Grêmio, ser hepta campeão estadual. Só que a partir de 1969, o Inter empilharia oito títulos seguidos, superando a marca do rival. Mas engana-se que a história acaba aqui em nível estadual. Aquele time iniciado ainda na década de 60 ganharia o grande reforço de um jovem chamado Falcão, em 1973, e iria se preparar para amedrontar e conquistas o Brasil. Em 1975 o Rio Grande do Sul era mais uma vez pintado de vermelho. Era a vez de conquistar o Brasil pela primeira vez e o Inter não decepcionou a montar um verdadeiro esquadrão: uma zaga extremamente técnica e ao mesmo tempo raçuda composta por Figueroa e Hermínio, um meio campo para lá de classudo com o já ídolo Falcão ao lado de Paulo César Carpegiani e Caçapava e um ataque goleador formado por Lula e Flávio. O técnico Rubens Minelli, um dos maiores do futebol brasileiro, fazia seu time jogar sempre com eficiência e para frente, nunca com preciosismos desnecessários ou firulas. A fórmula deu certo e o Inter foi avançando no campeonato sendo o primeiro colocado em seu grupo na primeira e na segunda fase. Já na terceira, ficou em segundo atrás do Santa Cruz, o que forçou um confronto contra a temida Máquina Tricolor de Rivellino e companhia pela semifinal. Dono de melhor campanha, o Fluminense levou 97 mil pessoas para o único jogo daquela fase com a convicção de que iria para a final. Mas eles não contavam com uma partida monstruosa de Falcão, que orquestrou a vitória colorada por 2 a 0, com gols de Lula e Carpegiani. Na final, o Inter enfrentou o Cruzeiro também em jogo único, dessa vez no estádio Beira Rio. Em um jogo disputado, foi necessária a sempre presença marcante do zagueiro Figueroa: o craque marcou, de cabeça, o gol do título colorado em um lance emblemático, em que um único feixe de luz do sol iluminou exatamente a cabeça do zagueiro, fazendo com que o gol ficasse conhecido como o “gol iluminado”. O Inter, pela primeira vez em sua história, era campeão nacional. Era, também, o primeiro clube gaúcho campeão brasileiro, deixando o rival Grêmio ainda mais raivoso. Em 1976 a diretoria colorada faz algumas contratações pontuais, entre elas a de Dario, o Dadá Maravilha. É dele o segundo gol na final do Campeonato Gaúcho contra o Grêmio, o que deu o octacampeonato. O Inter superava a façanha tricolor no quesito de conquistas consecutivas. O que poderia ser melhor para o torcedor colorado? Claro, um bicampeonato nacional. Já considerado um dos grandes favoritos ao título, ao lado de Cruzeiro e Fluminense, o Inter dominou todas as primeiras fases do campeonato sempre liderando seus respectivos grupos. Na semifinal, recebeu o Atlético-MG no Beira Rio para um jogo de tirar o fôlego: sob um calor de 39º, o clube mineiro saiu na frente e obrigou o Inter a buscar a virada. Batista empatou para o colorado. Já no fim da partida, quando todos esperavam por uma prorrogação, Falcão e Escurinho fizeram uma tabelinha de cabeça extraordinária na entrada da área do Galo. Resultado: Falcão completou o lance para o gol no último lance do jogo. Mais uma vez o Internacional alcançava a final do Campeonato Brasileiro. Na final o surpreendente Corinthians, que derrotara a segunda versão da Máquina Tricolor em pleno Maracanã, não foi páreo para o Internacional. O time alvinegro não conseguiu ser valente como no jogo anterior e foi derrotado por 2 a 0, gols de Dario e Valdomiro.O Internacional era bicampeão brasileiro, e coroava seu futebol eficiente, brilhante e técnico, além de colocar Falcão, Figueroa, Manga e Carpegiani no mais alto patamar dos grandes do futebol brasileiro. 🏆 Bicampeão Brasileiro 1975 e 1976; Bicampeão Gaúcho em 1975 e 1976. 👕 Time base: Manga; Cláudio, Figueroa, Hermínio (Marinho Perez) e Vacaría; Caçapava, Falcão e Paulo César Carpegiani (Batista); Valdomiro (Jair), Flávio (Dario) e Lula (Escurinho). Técnico: Rubens Minelli. 👤 Os principais classudos: Falcão, Paulo César Carpegiani, Manga e Figueroa. 📺 Jogos decisivos: Fluminense 0 x 2 Internacional - Semifinal do Brasileiro de 1975, Internacional 1 x 0 Cruzeiro - Final do Campeonato Brasileiro de 1975 e Internacional 2 x 0 Corinthians - Final do Campeonato Brasileiro de 1976. ⚽ Figueroa, aos 11' do 2º tempo da vitória de 1x0 contra o Cruzeiro pela final do Campeonato Brasileiro de 1975