Controvérsia, polêmica e um futebol manchado - para todos
Difícil imaginar que algum fã de futebol, aqui no Brasil, não tenha ouvido falar desse nome: Sandro Hiroshi. Também é difícil discorrer sobre sua carreira e dizer somente que o atacante teve passagem de destaque no São Paulo, depois de ser revelado pelo Tocantinópolis, quando esse jogador batiza um dos mais controversos capítulos do Campeonato Brasileiro - o famigerado "Caso Sandro Hiroshi".
Sim, o atacante fez uma dupla de respeito no São Paulo, ao lado de França, no final da década de 90. Ele despontou interesse do tricolor depois de um bom campeonato paulista pelo Rio Branco, time que o tirou de Tocantins.
Aos 18 anos, ao lado de um dos mais promissores atacantes à época, Sandro poderia ter uma carreira de alto nível, mas tudo mudou no Campeonato Brasileiro de 99: no início do certame, Tocantinópolis e Rio Branco estavam em um imbróglio judicial pelo jogador. Na teoria, o jogador estaria impossibilitado de se transferir enquanto não se resolvesse o problema.
Porém, Hiroshi participou da goleada do São Paulo contra o Botafogo (6x1), na terceira rodada do brasileirão. O Bota percebeu essa brecha e recorreu à justiça os pontos da partida. Dois meses depois, o TJD deu causa ao time carioca. O Internacional também percebeu isso e foi outro a recorrer os pontos do empate contra o São Paulo. Também ganhou. Outros times recorreram, mas somente os dois conseguiram os pontos.
A confusão, por fim, livrou o Botafogo do rebaixamento naquele ano - num critério bizarro de médias de pontos. O Gama assumiu o posto do Glorioso no descenso e recorreu à justiça. Tudo complicou quando se descobriu que Sandro Hiroshi jogava com documentos adulterados desde 1994, o famoso "gato". Toda essa situação fez com que a justiça julgasse que a CBF estava inapta a organizar o Brasileirão do ano seguinte. Assumiu a organização o Clube dos 13 e tivemos então a polêmica Copa João Havelange em 2000 e seus 116 times.
Assumimos: o episódio é complexo e longe de ser explicado em nosso pequeno espaço. Voltemos a Sandro.
Com a descoberta do "gato", a CBF suspendeu Hiroshi por 180 dias. Depois disso, marcado por ser o pivô de uma das maiores confusões do Brasileirão, o atacante nunca teve o mesmo rendimento de antes: passou por Flamengo, Figueirense, além de times do Emirados Árabes e Coreia do Sul. Pendurou a chuteira em 2013, pelo mesmo Rio Branco que ajudou a começar esse emblemático episódio do Futebol Brasileiro.
Por que jogava de terno?
Poderia ter jogado de terno. Ou, jogou por um tempo. Era um atacante rápido e certeiro. Sua pouca idade e visível bom futebol, despertou o interesse do São Paulo que viu surgir a oportunidade de ter um grande jogador em seu elenco. Depois da confusão, Sandro nunca mais rendeu o mesmo e apenas é lembrado pela grande confusão que ajudou a causar no final dos anos 90.
👤 Sandro Hiroshi Parreão Oi
👶 19 de novembro de 1979 (37 anos)
🏠 Brasileiro
👕 Tocantinópolis, Rio Branco, São Paulo, Flamengo, Figueirense, Al-Jhazira, Guarani, Daegu-COR, Chunnam Dragons-COR, América-RN, Suwon Bluewings-COR, Santo André, Red Bull Brasil.
🏆 Campeonato Paulista: 00; Torneio Rio São Paulo: 01 (São Paulo); Campeonato Catarinense: 03 (Figueirense); Copa da Coreia do Sul: 06, 07 (Chunnam Dragons), 09 e 10 (Suwon Bluewings).
👑 Sem premiações individuais.
Classômetro: 👔👔👔👔 (4,5)