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Melhor que Eto'o


O jogador folclórico é aquele cara que traz na sua aparência, personalidade e jeito de jogar futebol uma irreverência singular em comparação com os demais. Obina é um deles. O centroavante baiano, com seu corpanzil avantajado, amante do acarajé e fazedor de gols - seja de canela ou de cabeça. Passou por grandes times brasileiros, caiu nas graças de torcidas e desgraçou-se também, quando trocou socos com o companheiro de time. Nem tão classudo assim, mas um homem-gol em suma.

Obina começou a fazer seus gols no Vitória, lá na Bahia. Mas ficou famoso mesmo quando foi jogar no Flamengo. A carência de atacantes na Gávea deram oportunidade para Obina atuar com certa frequência, mesmo estando um tanto quanto fora de forma. Foi no Brasileirão de 06 que o jogador folclórico destacou-se de fato. Fez gols em momentos importantes com o terno do Flamengo, como os três gols nas finais do Carioca de 08. Por isso, dar arquibancadas os rubros-negros entoavam o cântico: “Ôôô, Obina é melhor que Eto’o”.

O romance com a torcida do Flamengo terminou na temporada de 09, quando Obina começou a perder gols importantes. Perdeu espaço na Gávea e foi emprestado ao Palmeiras. O time alviverde vinha bem no Brasileiro daquele ano, sob o comando de Muricy Ramalho e com os gols do nosso classudo folclórico. Contudo, uma discussão com o zagueiro Maurício na saída pro vestiário ao fim do primeiro tempo, virou uma briga de socos e empurrões. Resultado: os dois jogadores foram expulsos do jogo e posteriormente afastados do Palmeiras.

Mesmo com esta mancha no currículo, Obina despertou o interesse do Atlético-MG. Com o terno do Galo, conseguiu uma média impressionante de 0,69 gols por partida. Era adorado pela massa atleticana, que via o time em péssima fase. Ficou ainda mais querido quando fez um hat-trick em cima do Cruzeiro, em um jogo eletrizante que terminou 4 a 3 para o alvinegro.

Ao sair do Galo, Obina foi um dos primeiros brasileiros a se aventurarem na China. Quando as cifras não eram tão astronômicas como atualmente. Ainda voltou para seu estado natal, desta vez para defender as cores do Bahia, com uma passagem apagada. No América-MG foi um dos destaques da campanha da série B, mas o acesso do time ficou no quase.

Obina, com seus 34 anos, ainda não se aposentou. Contudo, teve uma grave lesão na última temporada defendendo o Matsumoto do Japão e está em tratamento no Brasil, sem contrato com nenhum clube. Será que ainda tem espaço em algum time brasileiro?

Por que joga de terno?

“O importante é fazer gol e deixar os torcedores felizes”, foi o que disse Obina em entrevista recente ao Estado de Minas. Sua simpatia, porte físico e gols fizeram dele um jogador folclórico no futebol brasileiro. Este tipo de figura merece ser valorizada no esporte. Definitivamente não é melhor que Eto’o, mas é um artilheiro singular.

👤Manuel de Brito Filho

👶 31 de janeiro de 1983 (34 anos)

🏠 Brasileiro

👕 Vitória, CRB, Fluminense de Feira, Al-Ittihad, Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG, Shandong Luneng, Bahia, América-MG, Matsumoto Yamaga.

🏆 Campeonato Carioca 07, 08 e 09; Copa do Brasil 06 (Flamengo).

👑 Sem títulos individuais de destaque.

Classômetro: 👔 👔 👔 👔 (4,4)

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