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Ponha-se no seu lugar


Emily Lima foi oficializada em 2016 como treinadora da Seleção Feminina. Um anúncio que não teria tanta relevância se não fosse pelo fato de ela ser a primeira mulher a assumir o comanda da seleção brasileira... de mulheres. O anúncio foi feito pela CBF no mesmo dia em que anunciou as séries A e B do Campeonato Brasileiro de futebol feminino. Com a valorização do futebol jogado por elas -ainda que bem aquém do que acontece no masculino- nada mais que justo -e meio óbvio- ter uma mulher no comando da seleção principal. Emily Lima é a pioneira e por isso hoje, em homenagem ao Dia das Mulheres, vamos contar um pouco da carreira da agora treinadora da Seleção Brasileira. Como não poderia deixar de ser no universo do futebol feminino, marcado por pouco apoio e visibilidade e muita força de vontade para permanecer dentro do tapete verde, Emily é mais uma a rodar por diversos times em busca do sonho de jogar futebol profissionalmente. Se o apoio dos patrocinadores e da mídia ainda é pequeno, em casa ela nunca teve esse problema. Incentivada pela família, começou a jogar bola bem cedo. Aos 13 anos, chegou à equipe do Saad Esporte Clube e depois foi para o São Paulo. Atuando como volante na equipe paulista conquistou os títulos do Torneio Primavera, Paulistana, e o Brasileiro de 1997. Em 2000, porém, prestes a disputar o Campeonato Paulista daquele ano, o São Paulo resolveu encerrar as atividades de futebol feminino. Passou então por São Bernardo, Barra de Teresópolis e Veranópolis até ser convidada a jogar na Espanha. Permaneceu no Velho Continente por 8 anos -7 na Espanha e um na Itália- e devido à sua cidadania portuguesa defendeu também a Seleção Portuguesa. Apesar de todos os méritos que conseguiu na carreira, mesmo com as dificuldades típicas do futebol feminino, ela não conseguiu lidar com um adversário que a seguiu por toda a carreira: as lesões no joelho. Encerrou a carreira aos 29 anos. Depois de pendurar as chuteiras seguiu no futebol fazendo cursos na Europa e no Brasil até estrear no cargo de treinadora do Juventus, em 2011, onde ficou até o fim de 2012 pois no ano seguinte ela receberia o convite da CBF para ser a comandante da seleção Sub-17. Depois assumiu a função na equipe Sub-15 até pedir seu desligamento para comandar a equipe do São José dos Campos, tradicional na modalidade. Em 2016, enfim, veio o inédito convite de assumir a seleção principal. No primeiro desafio, o Torneio Internacional de Manaus, foram 4 jogos e 4 vitórias. Por que joga de terno? Apesar de estar à frente da Seleção Brasileira, Emily Lima não tem sequer uma fração do reconhecimento de Tite, que nem é preciso dizer se tratar do treinador da equipe masculina. Ainda que discreto, o feito conquistado por ela merece ser celebrado. Em uma sociedade onde a mulher poucos cargos de chefia se comparados ao homem, colocar Emily no comando da seleção feminina não é apenas reconhecimento, é dar a elas o que deveria ser comandado por elas. E ela já anunciou que deseja um dia treinar uma equipe masculina. Aí sim teríamos uma mulher em um papel de protagonista. Enquanto isso, elas seguem como coadjuvantes, com pouco reconhecimento e às margens das cifras milionárias que movem o futebol. O masculino, claro 👤 Emily Alves da Cunha Lima 👶 29 de setembro de 1980 (36 anos) 🏠 Brasileira/Portuguesa 👕 Como jogadora: São Paulo, São Bernardo, Barra de Teresópolis, Veranópolis, Baloncesto Estudiantes, Sporting Huelva, Lestartit, Napoli e Seleção Portuguesa. Como treinadora: Juventus, Seleção Brasileira Sub 17, Sub-15, São José e Seleção Brasileira 🏆 (principais) Campeonato Paulistana, e Campeonato Brasileiro 97 (São Paulo); Campeonato Paulista 15 (São José), Torneio Internacional de Manaus (Seleção Brasileira) 👑 (não há títulos individuais de destaque) ♀ Primeira mulher a assumir o cargo de treinadora da Seleção Brasileira Feminina

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