Johan em dose dupla
Quando pensamos num futebol bem jogado e prazeroso de se ver (ou ler), pensamos no Futebol Total de Johan Cruyff e da Laranja Mecânica, certo? Mas nem só de lances geniais era praticado o Futebol Total, alguém tinha de se encarregar de correr e sujar o uniforme para obter a posse de bola. Se Johan Cruyff era o coração daquele futebol vistoso, falaremos hoje do pulmão do Futebol Total, Johan Neeskens. Desde criança Neeskens já mostrava paixão por esportes, principalmente pelo Beisebol. Praticava o esporte com a mesma raça e a determinação que o faria ser notado anos depois no nosso amado esporte. Pelo Racing Club Heemstede chegou até a disputar campeonatos de Beisebol, mas foi no futebol que Neeskens se familiarizou e no mesmo RCH tornou-se profissional. Foi descoberto por Rinus Michels, técnico do Ajax à época que solicitou para o mais breve possível a contratação daquele jovem que tinha a raça como principal característica, porém não deixava a desejar com a bola nos pés e equilibrava estes dois aspectos de maneira impressionante. E então com apenas 19 anos, Neeskens já era jogador alvirrubro. No Ajax conheceu Johan Cruyff e formou uma espécie de “Santíssima Trindade” formada por seu xará e o professor Michels. Cruyff era quem organizava e concluía em gol as jogadas do Ajax, e Neeskens era uma espécie de carregador e tocador de piano, pois era ele quem fazia o trabalho da marcação e roubada de bola, mas também quem abria espaços na defesa com passes e lançamentos, e é claro sendo o elemento-surpresa na frente. Johan I e Johan II possuíam total entrosamento, quase que por telepatia! E como não poderia ser diferente, Johan Neeskens aprendeu a atuar em mais de uma posição, sendo escalado muitas vezes como lateral direito, volante e até zagueiro. Após a Copa de 1974 Neeskens transferiu-se para o Barcelona. Principalmente pelo fato de seu amigo Cruyff e o técnico Rinus Michels estarem no elenco blaugrana. Não demorou muito para que Neeskens conquistasse a torcida com a sua entrega e leitura tática que impressionava seja contra qualquer adversário. Na sua primeira temporada com título, acabou sofrendo com lesões porém esteve presente na final da Copa do Rei contra o Las Palmas, vencida por 3 a 1. Depois de quase 6 anos atuando pelo Barcelona, Neeskens rumou ao New York Cosmos para começar o seu pé de meia, e curiosamente ainda atuou com Cruyff que estava nos Estados Unidos há um ano. Atuou ainda com Franz Beckenbauer, Giorgio Chinaglia, Romerito e nosso eterno Capita. Por que jogava de terno? Johan Neeskens era o pulmão do então Futebol Total. Toda a beleza das jogadas iniciava-se em recuperação de bola e desarmes, até a transição ao ataque, e Neeskens em boa parte dos lances era quem começava o show. Apesar de não ter seu nome tão lembrado como o de seu xará, com toda certeza se não fosse Johan II, o futebol denominado Total seria apenas Parcial. 👤 Johannes Jacobus Neeskens 👶 15 de setembro de 1951 (65 anos) 🏠 Holandês 👕 Racing Club Heemstede, Ajax-HOL, Barcelona-ESP, New York Cosmos-EUA, Groningen-HOL, Minnesota Strikers, Fort Lauderdale Sun-EUA, Löwenbrau, Baar, Sug-SUI e Seleção Holandesa. 🏆 (principal) Campeonato Holandês 71/72 e 72/73, Copa da Holanda 70/71 e 71/72, Liga dos Campeões da UEFA 70/71, 71/72 e 72/73, Mundial Interclubes 72 (Ajax); Copa do Rei 77/78 (Barcelona); Campeonato Norte-Americano 80 e 82 (New York Cosmos). 👑 FIFA 100, Chuteira de Prata da Copa do Mundo da FIFA 1974 Classômetro: 👔 👔 👔 👔 👔 👔 👔 (7,5)