O Napoleão
Baixinho, genioso, inteligente e conquistador. Poderíamos usar essas características ao líder político francês, mas essa não é lá nossa área. Nossa área, a do futebol, foi conquistada pela França e um dos seus gênios da bola. Nosso classudo de hoje tem todas essas características e algumas outras, que o fez ser apelidado como Napoleão. Raymond Kopa marcou época no futebol mundial e talvez você nem saiba. Trata-se de um dos principais parceiros de Just Fontaine, um os maiores artilheiros de Copas do Mundo. Just deve alguns gols aos precisos passes de Kopa. Antes de ser referência da França, terceira colocada da copa de 58, cabe contar que Kopa foi para o futebol devido a uma fatalidade: seu pai, mineiro, o fazia ajudar em uma das minas de carvão da família. Aos seis anos, um acidente amassou seu dedo indicador esquerdo, o fazendo ser amputado. Devido a isso, Kopa teve que se afastar das atividades da família e se aproximar ao futebol. Depois de um concurso de jovens jogadores (que só não ganhou por ser muito baixo e ter descendência polonesa), Kopa teve seu primeiro contrato profissional no Angers. Depois de dois anos, em 51, assinou com o Stade de Reims, time em que, com seu talento acima da média, ajudaria a chegar ao patamar de grandes times da Europa. Com 13 gols, Kopa foi o artilheiro do time campeão francês de 52/53. Era um tapa na cara da imprensa francesa que constantemente dizia que Kopa driblava sem objetivo e prendia demais a bola. Com tamanha habilidade e faro de gol, ficou difícil não ser chamado para a seleção francesa. Jamais largaria o terno dos Bleus até aposentar. Em sua primeira copa, em 54, não conseguiu evitar a desclassificação ainda na primeira fase. Em território francês, sua unanimidade como craque se confirmava. Na temporada 55/56 o Reims disputaria sua primeira Liga dos Campeões e, de cara, chegaria a final. No jogo decisivo, o já poderoso Real Madrid, de Di Stéfano. Kopa e os franceses já ficariam na história pelo feito. O jogo poderia render ainda mais glória a essa história: os franceses abriram 2x0 em Paris. Mas os espanhóis chegaram ao empate, o Raims desempatou, mas os madrilenos viraram e sagraram-se campeões. Se para os franceses a derrota foi ingrata, para Kopa, nem tanto. Os espanhóis ficaram impressionados com o talento de Raymond e o contrataram para a temporada seguinte. Contudo, tinha a tarefa de conseguir uma vaga num time com Di Stéfano, que jogava na mesma posição que Kopa. O técnico José Llorente deslocou Kopa para o outro lado e deu certo: nascia uma dupla que infernizou a defesa adversária Europa afora. Pelos bleus, Kopa teve outro grande parceiro, Fontaine, como já dissemos, e na Copa de 58 a dupla fez a França alcançar a terceira colocação. Graças aos passes de Kopa, Fontaine marcou boa parte de seus 13 gols naquela copa, recorde em uma única edição e até 2006 recorde em todas as copas. Por que jogava de terno? Rápido, driblador, cerebral e extremante técnico. Kopa marcou época na Europa e no mundo mesmo tendo que repartir a fama com nomes de peso como Fontaine e Di Stéfano. Na França, o Napoleão do Futebol é reconhecido como o segundo maior jogador francês do século XX (dados do IFFHS), perdendo apenas para Platini. Um classudo de peso: Terno completo! 👤 Raymond Kopaszewski 👶13 de outubro de 1931 (85 anos) 🏠 França 👕 Angers-FRA, Stade de Reims-FRA, Real Madrid e Seleção Francesa. 🏆 (principais) Campeonato Francês: 53, 55, 60 e 62 (Reims), Campeonato Espanhol: 57 e 58; Liga dos Campeões: 56, 57, 58 e 59 (Real Madrid). 👑 Bola de Ouro de Melhor Jogador da Europa: 58, Bola de Prata de Melhor Jogador da Europa: 59, Eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA: 58, Eleito o 21º Melhor Jogador do Século XX pela revista France Football, Eleito um dos 50 Melhores Jogadores do Século XX pela Planète Foot: 96, Eleito o 2º Melhor Jogador Francês do Século XX pela IFFHS. Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8,5)