O incansável e eterno Wágner!
Após o último apito do árbitro na final do Brasileirão de 95, saia o peso da desconfiança que torcida, clube e imprensa depositavam sobre os ombros do camisa 1, então campeão brasileiro pelo Botafogo. Durante os dois anos de titular do Glorioso, Wágner nunca havia sido uma unanimidade pra ninguém e naquela segunda partida da final entre Botafogo e Santos, toda polêmica que existe, não apaga a atuação impecável de nosso aniversariante de hoje. Wágner, o incansável camisa 1 do Botafogo. Jeito simples, discreto e jeitão bem diferente da maioria dos jogadores de futebol. Wágner iniciou sua carreira no Botafogo como reserva daquele improvável time Campeão da Comnebol de 93 liderado por Capita, como técnico e pelo (mais improvável ainda) atacante Sinval. Wágner era reserva de Willian Bacana. A falta de confiança em Wágner já existia: contratado depois de ser revelado pelo Bangu, o niteroiense não era a primeira opção do time depois da saída de Bacana. Para a temporada de 94, o time de General Severiano ainda contava com Carlão para a posição e pensava em contratar o goleiro americano Tony Meola. Mesmo com essa pressão e algumas falhas marcantes (que lhe renderam a famigerada alcunha de "Goleiro que não enxerga à noite") Wágner conquistou a camisa 1 ainda em 94. Sob muita desconfiança! Mesmo sem a certeza que continuaria sendo o titular do time, Wágner continuou sendo o principal arqueiro do time, dessa vez num outro improvável elenco: o de 95. Sob vários olhares desconfiados naquele time liderado por Túlio Maravilha, o goleiro foi um dos destaques das finais do torneio, quando conseguiu fazer defesas que garantiriam (deixemos Marcio de Rezende de Freitas pra lá, agora) o título, então inédito, do Glorioso. Wágner seguiria no time já com status de ídolo, ao lado de Túlio, Donizete e Gonçalves, por exemplo. A marca de Wágner já está gravada na história do clube, como o 10º jogador a mais vezes vestir o terno alvinegro: o terceiro entre os goleiros, perdendo pra Manga e pro atual dono da posição, Jefferson. Ao todo, Wágner permaneceu na equipe por nove anos seguidos e 412 jogos ostentando o 1 às costas. Depois de 2002, tentou, sem sucesso treinar pequenas equipes cariocas, como Boavista e São Cristóvão. Não decolou. Tentou ser treinador de goleiro. Também não deu certo... Por fim, comprou uma pequena frota de táxis (um carro era dirigido por ele mesmo) e hoje é dono do “Bar do Wágner”, uma peixaria em Niterói onde corriqueiramente é abordado por saudosos torcedores daquele time de 95. Por que jogava de terno? Não, classudo, Wágner não é um exímio goleiro. Viveu sob desconfiança até 95 quando praticou milagres contra o Santos naquele título brasileiro. Mas Wágner, apesar da enfadonha fama de não enxergar à noite, é bem lembrado por Botafoguenses que recordam de pontes e bons pulos que lhe renderam o campeonato de 95 e a vaga na final da Copa do Brasil de 99. Hoje, completa 48 anos e o JdT não poderia deixar de prestar essa singela, mas honrosa homenagem a um improvável e eterno ídolo botafoguense. 👤 Sebastião Wágner de Souza e Silva 👶 20 de Janeiro de 1969 🏠 Brasileiro 👕Bonsucesso, Bangu, Botafogo, Santo André, América-RJ e Madureira 🏆 Campeonato Carioca: 97; Copa RJ-SP: 98; Campeonato Brasileiro: 95; Copa Conmebol: 93 (Botafogo) 👑 Bola de Prata - Melhor Goleiro: 95 Classômetro: 👔👔👔👔👔👔 (6)