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Aquele que fez surgir o silêncio mais tenebroso


Müller, Klose, Kross, Khedira e Schürrle. Esses cinco nomes foram os responsáveis pela maior vergonha do futebol nacional quando aplicaram os 7x1 na seleção canarinho em 2014 na Copa do Mundo aqui no Brasil. Antes do Mineiraço, o pior pesadelo de nosso selecionado era a da copa de 50, aqui também, o famigerado Maracanaço. Aquele 2x1 pro Uruguai na final teve no nome de Ghiggia sacramentado como o pior carrasco, por ter feito o segundo gol daquele jogo. Hoje, o uruguaio completaria 90 anos e o JdT relembra a carreira desse classudo “intragável”, mas deveras respeitado aqui no Brasil! Alcides Ghiggia começou sua carreira em 1946, no Atlante. Demorou dois anos para se firmar no Peñarol. Com uma campanha incrível, o time sagrou-se campeão em 49, de forma invicta. O feito fez com que a equipe servisse de base para a Seleção Celeste que viajaria para o Brasil jogar a copa do ano seguinte. Pela Celeste, Ghiggia só estreou mesmo 50, a tempo necessário para ganhar confiança do técnico Juan Lópes. O Uruguai chegou no Brasil num clima meio conturbado internamente e com fama de “freguês” dos donos da casa. Os celestes chegaram às finais com a vitória sobre a Bolívia por 8x0. O regulamento determinava, então, que o campeão surgisse por meio de um quadrangular, definido por apenas um jogo eliminatório. Junto à Suecia, Espanha e Brasil, franco favorito, nossos vizinhos chagaram ao jogo contra o Brasil com chances de ser campeão, diferentemente dos Europeus, o que fez esse jogo ser a grande final do Campeonato. Nosso Classudo, até então, havia marcado quatro gols no certame e um dos principais jogadores da Celeste. O episódio do Maracanaço todos conhecem: clima de já ganhou, Maraca cheio, mas virada uruguaia. Schiaffino marcou o primeiro dos nossos adversários e Ghiggia virou, aos 34 minutos do segundo tempo. Saiu como herói que derrotou a soberba brasileira. Ghiggia jogaria no Uruguai e pelo Uruguai até 52, quando se transferiu para a Roma. As dificuldades de translado aquela época impossibilitava alguns jogadores na Europa a jogarem pelas suas seleções. Foi o caso de Alcides. Ainda que, em 54, a federação uruguaia contasse com ponta-direita, mas acabou impedida pela Roma de o convocar. Mesmo na Itália, Ghiggia, com dupla-cidadania voltaria a jogar numa seleção, mas a Italiana. Ele e Schiaffino, seu ex-parceiro de Celeste, integrariam o elenco da Azzura depois de uma reformulação na seleção da Velha Bota. Pela Itália, Ghiggia viveria a dor de perder a vaga na Copa de 58, quando perdeu de 2x1 para a Irlanda do Norte. Foi a única copa que a Itália não participaria. Ghiggia se aposentaria em 68. Como a maioria dos jogadores da época, procurou exercer outros ofícios, longe do futebol, já que não lhe davam muita renda, à época. Mesmo sendo o maior carrasco brasileiro, até então, o uruguaio voltou ao Maracanã em 2009, para se imortalizar na calçada da fama. Na ocasião, muito emocionado, o ex-jogador declarou que: “Nunca pensei que seria homenageado no Maracanã, estou muito emocionado. Meus sinceros agradecimentos ao público. Agradeço profundamente. Viva o Brasil!”. Veio a falecer num mesmo dia 16 de julho, data de 65 anos do Marcanaço, em 2012. Por que jogava de terno? Rápido, oportunista e talentoso, era a principal arma de ataque do Uruguai naquele mundial de 50. De seus cinco gols pela Celeste, quatro foram no bicampeonato daquele ano. Seu talento despertou o interesse dos Italianos, que confiaram nele e em outros sulamericanos, a tarefa de reestruturar a Azzura, que acabou não dando certo. Apesar de ser lembrado pelo gol que deu o título Uruguaio em 50, sempre foi tratado com carinho pelos brasileiros, sendo reverenciado até hoje. 👤 Alcides Edgardo Ghiggia 👶 22 de dezembro de 1926 🏠 Uruguaio 👕 Atlante, Sud América, Peñarol, Roma, Milan, Danubio, Seleção Uruguaia e Seleção Italiana. 🏆 Campeonato Uruguaio: 49 e 51 (Peñarol), Copa do Mundo FIFA: 50 (Seleção Uruguaia) 👑 Sem registros de prêmios relevantes Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔 (7)

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