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Terno de Linha #0 - Chapecoense 2009-2016


Começamos hoje uma nova série aqui no JdT, em que não contaremos a história apenas de um jogador, mas sim de um time inteiro, e assim como fizemos com os mais de 250 nomes que já passaram pela nossa página, estes times também trouxeram a sua contribuição ao nosso futebol e fizeram história. O número 0 dessa série vai ser não apenas o início desse novo projeto, mas também uma homenagem de toda a equipe JdT para a Associação Chapecoense de Futebol. Mesmo que hoje não estivéssemos lamentando tamanha tragédia que chocou não só o esporte mas o mundo, a Chapecoense fez o suficiente para que pudesse ter a história dela contada aqui. Afinal de contas, aquele time que embarcou para Medelin iria em busca de um feito inédito: conquistar a Copa Sulamericana. Era o momento mais marcante da história do clube fundado em 1973. O "Verdão do Oeste" como é conhecido na pequena Chapecó - município de Santa Catarina com pouco mais de 160 mil habitantes - ascendeu à elite do futebol Brasileiro em 2014 e de lá nunca mais saiu. Até 2009, ainda disputava a série D do certame. Por isso, hoje, o Joga de Terno, ainda de luto, veste o Terno de Linha verde e branco e conta como foi essa ascensão que conquistou a simpatia a torcida de todo Brasil. Desde o começo, o time de Chapecó conseguiu suas glórias superando grandes batalhas, como tem sido toda sua ascensão. Seja dentro do tapete verde ou fora dele, a Chapecoense traz consigo histórias curiosas que enchem de orgulho seus torcedores. O primeiro título foi assim: com apenas quatro anos de fundação, sagrou-se campeão catarinense. Surgia então uma força futebolística no interior de Santa Catarina para fazer frente aos times do litoral. Começava também ali, o envolvimento do seu povo, já que há relatos que a festa da primeira conquista durou por 3 dias. Contudo, a ascensão nacional começou mesmo em 2009 com o acesso para a série C do Campeonato Brasileiro. A esta altura, a Chapecoense iniciava uma organização administrativa impressionante. Além disso, a união da cidade em torno do time, com a ajuda de empresários e, claro, dos torcedores. A propósito, esta sempre foi uma marca do time, que em outros tempos angariou fundos através de bingos. Na série C, o time do Índio Condá ficou durante três temporadas. Aparecia vez ou outra como azarão da Copa do Brasil, mas caía nas fases iniciais da competição. Até que em 2012 chegou à série B e em um pulo já estava na série A do Brasileirão no outro ano. Surgia então, os grandes ídolos da torcida. O primeiro deles, o goleiro Nivaldo que jogou pela Chape por mais de 10 anos. Lá no ataque, Bruno Rangel contribuía com seus gols que o tornaram o maior artilheiro da história do time com 81 gols. Em 2014, a Chapecoense estreava na série A do Brasileirão! Como zebra da vez, a grande conquista seria permanecer por ali. O elenco era formado, basicamente, por jogadores que não emplacavam nos grandes times do Brasil. Mas as rodadas passavam e o novo time se mostrava indigesto. Sob a proteção do Índio Condá e o apoio dos torcedores, jogar contra a equipe em Chapecó era difícil. Nesta temporada, por exemplo, goleou o Inter por 5 a 0. Camilo, hoje no Botafogo, era o maestro da equipe. A Chapecoense cumpriu o objetivo de seguir na série A. Mais que isso, conquistou a vaga na Sul-Americana 2015, o que já era mais que suficiente para lotar as ruas de Chapecó com camisas verde e branco. Na primeira competição internacional de sua história foi batido pelo poderoso River Plate, sem que isso desanimasse a torcida. Ao contrário, começava ali uma mobilização dos brasileiros com o time. Era a menina dos olhos do futebol nacional. Em 2016, após ser eliminado na terceira fase da Copa do Brasil, a Chapecoense teria nova oportunidade de disputar a Copa Sul-Americana. Na primeira fase passou pela equipe do Cuiabá, se classificando para as oitavas de final. Enfrentou então o temido Independiente da Argentina, conquistando a vaga nos pênaltis. Nas quartas de final, a Chapecoense passou pelo Junior de Barranquilla, da Colômbia. Na semifinal, a equipe catarinense passou pelos também argentinos do San Lorenzo, time do Papa Francisco em uma decisão onde o que não faltou foi emoção. No último minuto o goleiro Danilo defendeu com o pé uma bola chutada na pequena área pela equipe argentina e consolidou a sua vaga para a tão sonhada final. O adversário seria o Atlético Nacional, atual campeão da Copa Libertadores da América. E hoje? Em meio a tanta rivalidade no futebol, é difícil encontrar algum torcedor que torça contra aAssociação Chapecoense de Futebol. Sempre ali no meio da tabela desde que chegou à série A em 2014, enfrentar a Chapecoense na Arena Condá não era nada fácil. Ainda que o time fosse montado sem muitos recursos e usando jogadores pouco aproveitado em outros clubes, ele contava com o apoio maciço de seus torcedores no estádio. Com capacidade para 22 mil pessoas, a Arena se tornava um caldeirão fervendo em verde e branco e empurrando o time. Se no Campeonato Brasileiro não era visto como favorito ao título ou mesmo a uma vaga pra Libertadores, na Sul-Americana ela surpreendeu ao ficar muito perto de garantir as duas coisas: o título e a vaga. Algo que talvez seria inimaginável mesmo ao torcedor mais fanático em 2009, quando ainda estava na série D. Se ela teria vencido caso a final viesse a ser disputada contra o Atlético Nacional nós nunca saberemos. O que era certo é que Chapecó iria parar para ver o time jogar,o estádio que ainda havia sido escolhido para a final estaria lotado, e que o time teria também o apoio de torcedores de times de diversos cantos do país. A união das torcidas que hoje demonstram solidariedade, naquele jogo mostrariam respeito e simpatia por um clube que, mesmo sem grandes investimentos, almejava conquistar a América. Conquistou o mundo. "Ó glorioso verde que se expande Entre os estados, tu és sempre um esplendor Nas alegrias e nas horas mais difíceis Meu furacão, tu és sempre um vencedor" (Hino Oficial da Chapecoense) 👔 Time Base:* Danilo, Caramelo, Neto, Tiego, Dener Assunção; Josimar, Gil (Sérgio Manoel), Cléber Santana, Tiaguinho (Lucas Gomes); Ananias e Kempes (Bruno Rangel). Técnico: Caio Júnior. 🏆 Títulos conquistados: Campeonato Catarinense 11 e 16; Copa Sul-Americana 16 👤Os principais classudos: Josimar, Danilo, Cléber Santana e Bruno Rangel. *O JdT considerou o time que jogou a partida épica contra o San Lorenzo na semi-final da Sul-Americana.

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