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"Paulo Cézar prepara o seu chute fatal na barreira. Confusão é geral. Atenção, preparou, correu


Você pode não conhecer essa música toda, mas certamente o refrão (“é gol, que felicidade...”) você já ouviu em alguma transmissão de rádio. O personagem de “Replay” do Trio Esperança é Paulo Cézar (ou César mesmo), o Caju. Foi homenageado com a música quando jogava no Flamengo, mesmo que o gol seja fictício. Carismático, polêmico, controverso e gênio. Querido nos quatro grandes times do Rio de Janeiro e também na França. E cheio de ideologias que incomodou muita gente. O garoto pobre da favela de Cachoeira teve oportunidade de mostrar seu talento nos tapetes verdes do Brasil pelo Botafogo. Impressionou a comissão técnica que o elevaram ao time profissional em 67. Como ponta esquerda, marcou época no Glorioso até 72. Nesse meio tempo, era uma das peças principais do time de Zagallo na Seleção Brasileira. A rapidez que Paulo Cezar subiu pro profissional e não muito tempo depois chegou a Seleção demostra que ele não jogava pouco. Pelo contrário. Na seleção, apesar de ser figura certa, não foi titular no tri-campeonato no México. O esquema de Zagallo beneficiava mais Rivelino. Ainda assim, para muitos, era o 12º jogador daquele time. No Botafogo, teve a infeliz ideia de provocar os adversários por causa do bom time de 71. Primeiro no Carioca: com larga vantagem na tabela, Caju começou a fazer embaixadinhas contra o Fluminense. Ninguém gostou. Cada adversário enfrentava o Glorioso com o desejo insaciável de vitória por causa da soberba de Caju. Por isso, não deu outra: o Bota perdeu o título, logo pro Flu e Caju foi dito como responsável. A equipe se desestabilizou e terminou o ano batendo na trave no primeiro Campeonato Brasileiro (com esse nome), terminando em 3º. Com o clima pesado em General Severiano, foi para o Flamengo. Caju já era um “bom Vivant” naquela época e chamava a atenção pela sua extravagância extra-campo. Foi mais ou menos nessa época que o nome Caju pegou: certa vez seu black power apresentou uma coloração avermelhada, tom “acaju”. Pegou. Essa história, alias, se confunde com sua ida aos Estados Unidos, onde teve contato com os Panteras Negras. Conheceu suas ideias e fez com que Caju simpatizasse com elas. Contam que a revolta de PC fizesse ele deixar o cabelo crescer e pintasse naquele tom. Ainda foi um defensor dos diretos da população negra em plena ditadura militar. Muitos torceram o nariz. Na seleção, era titular absoluto em 74. Mas havia uma divisão nítida entre os paulistas e os cariocas. Caju não era querido por nenhum lado. Isso porque estava certa sua contratação para jogar no Olympique de Marseille e, por isso, os outros jogadores o acusavam de "evitar divididas" e não se entregar por inteiro nos jogos. Após relativo sucesso na França, PC voltou ao Brasil, e passou por Fluminense, Botafogo novamente, Vasco, Grêmio e Corinthians. Durante toda sua vida profissional, Caju foi um bom vivant mas nunca teve vícios. Era dotado de um físico que impressionava e de uma saúde de ferro. Contudo, depois da aposentadoria, se envolveu com bebidas e drogas à regalia. Viveu à beira da decadência: vendeu sua medalha de 70 e alguns apartamentos em troca de drogas. Mas hoje, aos 67 anos, Caju esbanja energia e vida. Carismático, ainda gosta de uma boa polêmica e não tem papas na língua. Se assume como alguém que caiu na tentação das drogas, mas que superou os momentos difíceis que a fama e o dinheiro podem oferecer a alguém que veio da pobreza. Por que jogava de terno? Era um ponta esquerda acima da média. Só não foi titular do esquadrão de 70 porque Zagallo achou melhor não montar um esquema com essa função, e, por isso, acabou preterido por Rivelino. Irreverente, polêmico mas sempre querido, PC Caju ainda ajudou o futebol pelo direito dos negros, ainda na ditadura militar. Um gênio, que ainda hoje faz muito pelo esporte com suas opiniões e posicionamentos firmes. 👤 Paulo Cézar de Lima 👶 16 de junho de 1949 🏠 Brasileiro 👕 Botafogo, Flamengo, Olympique de Marseille, Fluminense, Grêmio, Vasco, Corinthians, California Surf, AS Aix-EUA. 🏆 (títulos principais) Campeonato Carioca: 67 (Botafogo), 72, 74 (Flamengo), 75 e 76 (Fluminense); Campeonato Gaúcho: 79 e 80 e Copa intercontinental: 83 (Grêmio), Copa da França: 75 (Olympique de Marseille), Campeonato Brasileiro: 68 (Botafogo) e Copa do Mundo FIFA: 70. 👑 Bola de Prata da Revista Placar: 70, 72, 76 e 77 Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔 (7,6)

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