O eterno "capita" do futebol
A tarde de ontem começou mais triste para o futebol mundial. Morreu no Rio de Janeiro Carlos Alberto Torres. O “Capita”. Tido como o maior capitão que o futebol brasileiro já teve - e por que não o mundo? - despediu-se da vida vítima de um infarto fulminante. Tem seu nome cravado na história do esporte bretão, já que foi um defensor completo. Era um primor taticamente, implacável na marcação, inteligente e veloz dentro de campo. Fora das quatro linhas? Líder nato. Com estas qualidades, Carlos Alberto Torres desfilou, literalmente, pelos tapetes verdes do mundo. Desde os 16 anos no futebol, honrou grandes ternos, como: Fluminense, Santos, Botafogo, Flamengo e Seleção Brasileira. Ah, a seleção da Copa de 70! Foi por lá que o nosso classudo recebeu a alcunha de “Capita”. Era ele o líder máximo das estrelas. Para citar algumas: Clodoado, Gérson, Jairzinho, Tostão, Rivelino e Pelé. Conta-se que o capitão era o único que ousava a chamar a atenção do rei do futebol. Na goleada por 4 a 1 em cima da Itália, o último gol foi uma pintura do futebol-arte. Depois de uma troca de passes envolventes e movimentação que mais parecia uma dança, Pelé achou o espaço vazio e passou a bola. Em plenos pulmões, o "Capita" chegou finalizando, de peito de pé e estufou as redes italianas. Golaço que tirou um nó na garganta do nosso classudo, que levantou a taça de campeão do mundo e a trouxe para o Brasil em definitivo. Não foi só na seleção canarinho que Carlos Alberto Torres marcou época. Revelado no Fluminense, assumiu a lateral-direita logo que subiu das categorias de base. O destaque nas Laranjeiras chamou a atenção do Santos e o fez se tornar mais uma estrela da década de ouro do alvinegro praiano. Em 74, o Capita não pode ir a mais uma Copa do Mundo devido uma lesão no joelho. A idade já chegava e o corpo já dava sinais de cansaço. Era muito tempo de futebol intenso. Já consagrado, porém sem a mesma explosão, voltou ao Fluminense para ser bicampeão Carioca 75/76. Ao fim da década de 70, juntou-se a Backenbauer e Pelé para encerrar a carreira dentro da cancha no New York Cosmos. Mas o futebol era a vida de Carlos Alberto Torres. Por isso, assumiu o comando técnico do Flamengo em 83. E a estreia não podia ser melhor! Foi campeão brasileiro com o rubro-negro. De 83 até 2005 treinou inúmeros times brasileiros, estrangeiros e até as seleções de Omã e Azerbaijão. A história do Capita no banco não teve as mesmas glórias dentro das quatro linhas. Referência no futebol mundial, Carlos Alberto Torres viveu os últimos anos da sua vida como comentarista. Até o último domingo, esteve presente ao vivo no programa Troca de Passes, do Sportv. O coração que pulsava tão forte pelo futebol, de repente, parou. As lembranças é que nunca pararão. O Capita é eterno. Por que jogava de terno? "Foi o melhor lateral-direito que vi jogar", palavras de Zico. O Capita era mesmo diferenciado. Taticamente perfeito. Líder nato. Usou a faixa direita do campo como ninguém. Era pra defender? Tava lá. Era pra atacar? Tava lá também. Quando faltava na técnica, sobrava na vontade. Respeitado mundialmente, poderia ostentar a faixa de capitão em uma seleção mundial. 👤 Carlos Alberto Torres 👶 17 de junho de 1944, falecido em 25 de outubro de 2016 🏠 Brasileiro 👕 Fluminense, Santos, Botafogo, Flamengo, New York Cosmos e Seleção Brasileira. 🏆 Como jogador: Campeonato Carioca 64, 75 e 76 (Fluminense), Recopa Sul-Americana 1968, Campeonato Brasileiro 65 e 68, Campeonato Paulista 65, 67, 68, 69 e 73, Torneio Rio-São Paulo 1966 (Santos); Copa do Mundo 70 (Seleção Brasileira). Como técnico: Campeonato Brasileiro 83 (Flamengo), Campeonato Carioca 84 (Fluminense) e Conmebol 93 (Botafogo). 👑 Sem prêmios individuais de destaque Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8,7)