Renight
Semana passada nós discutimos com os classudos que nos seguem na nossa pagina do Instagram (@jogadeterno) quem foi melhor: Romário ou Ronaldo. Hoje a pergunta é: quem foi mais boleiro nos anos 90, Romário ou RENATO GAÚCHO? Ambos curtiam as praias e noites cariocas, futevôlei, fugiam de treinamento, sempre eram vistos com mulheres diferentes, brigas em campo, polêmicas fora dele e gols. Gols demais. O nome completo do classudo de hoje é Renato Portaluppi, nome que ele tem usado atualmente já que praticamente todo jogador que vira técnico ganha nome e sobrenome. Mas como aqui só vamos falar da carreira dele como jogador, será apenas Renato Gaúcho mesmo, nome que o consagrou em uma época que era muito comum a alcunha do jogador ser ligada ao estado dele (Juninho Pernambucano, Júnior Baiano, Marcelinho Paraíba, etc), e como é evidente, ele começou a carreira no Rio Grande do Sul, com o terno do Grêmio, ainda em 82. No ano seguinte o atacante já era campeão da Libertadores e da Copa Intercontinental (atual Mundial de Clubes), com direito aos dois gols da vitória na final contra o Hamburgo, da Alemanha. Aí o cara deslanchou, foi convocado pra Copa do Mundo de 86 mas cortado por indisciplina por Telê Santana. E esse foi só um dos casos polêmicos envolvendo o jogador. Mas como ele tava fazendo gol pra caramba conseguia se manter em alto nível em equipes de ponta. Foi para o Flamengo em 87 e ajudou o time a ser campeão do Módulo Verde do Campeonato Brasileiro. E recebeu a Bola de Ouro da Placar como melhor jogador da competição. Depois trocou as praias cariocas - das quais sempre foi frequentador assíduo - pelo clima europeu da Itália, na Roma, sua única passagem por um clube fora do Brasil. De lá, voltou pro Flamengo, foi pra Copa em 90 até parar no Botafogo. Você se lembra dele lá? Os botafoguenses que se lembram talvez queiram esquecer. Fez um péssimo início no Brasileiro de 91 e foi emprestado ao Grêmio. Quando voltou, no ano seguinte, o Glorioso estava em ótima fase no Brasileiro de 92. Na final, o confronto contra o antigo clube, o Flamengo, que venceu o primeiro jogo por 3x0. No dia seguinte à derrota, os jornais e TVs mostravam Renato em um churrasco comemorativo na casa de Gaúcho, antigo companheiro dos tempos de rubro-negro. Pegou mal demais e o afastamento foi imediato. Da praia para as montanhas de Minas, vestiu também os ternos de Cruzeiro e Atlético-MG. Aí bateu aquela saudade da maresia, sol escaldante, mulheres de biquini e tudo aquilo que ele sempre curtiu. Mas dessa vez foi defender o Fluminense. E mais uma vez se via enfrentando o Flamengo, na final do Campeonato Carioca de 95. Só que dessa vez a história foi diferente. De um lado Romário, o melhor jogador do mundo naquele ano, do outro Renato Gaúcho. O jogo estava 2x2 e o título estava indo para a Gávea. Aílton recebeu a bola, avançou, cortou o zagueiro Jorge Luiz para um lado, cortou para o outro e mandou pra área. Ali, parado, Renato fez apenas um pequeno movimento com o tronco, o suficiente para a bola bater na sua barriga e morrer na rede. E estava então eternizada a barriga de Renato Gaúcho. Gol que oficialmente não existe, já que na súmula o juiz anotou o gol para Aílton. No ano seguinte, viu o Fluminense ir muito mal no Campeonato Brasileiro. Era um dos líderes da equipe e prometeu que se ele fosse rebaixado andaria pelado na rua. Bem, de fato o Fluminense não jogou a série B em 97 depois que o rebaixamento foi anulado devido ao "caso Ivens Mendes" de manipulação de resultados, o suficiente para ele não cumprir a promessa. Para completar as histórias curiosas envolvendo Renato Gaúcho, ele foi encerrar a carreira no Bangu, já em 99. A ideia do time era ser campeão carioca em anos múltiplos de 33, como havia sido em 33 e 66. O atacante, já em fim de carreira, era o grande nome e esperança de gols. O resultado? Penúltimo lugar e o fim da superstição do Bangu e da carreira do jogador. Por que jogava de terno? Versátil, mulherengo, bom finalizador, provocador, técnica pra jogar e pra pular o muro da concentração. Sabia prender a bola quando precisava e quando não precisava também. Conhecia o caminho do gol e o caminho da praia. E, claro, artilheiro. Poderia ser Romário, mas é Renato Gaúcho. Você pode achar um absurdo ele ser comparado ao Baixinho com uma nota tão diferente no nosso Classômetro. Mas o futebol dos anos 90 nos trouxe grandes nomes que além de jogarem muita bola também eram folclóricos. Romário era um deles. Renato Gaúcho também. Porque o futebol também é história. E essa cara tem muitas pra contar. 👤 Renato Portaluppi 👶 9 de setembro de 1962 (54 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Grêmio, Flamengo, Roma, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro, Atlético-MG, Bangu e Seleção Brasileira. 🏆 (principais) Libertadores da América 83 e Copa Intercontinetal 83 (Grêmio); Módulo Verde da Copa União 87 e Copa do Brasil 90 (Flamengo); Copa América 89 (Seleção Brasileira). 👑 Artilheiro da Copa Europeia/Sulamericana 83, 7º Melhor jogador do Mundo pela revista World Soccer 84, Bola de Prata pela revista Placar 84, 87,90, 92 e 95 e Bola de Ouro 87. Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔 (7,2)