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A montanha-russa de Fernando Torres


De ídolo incontestável no Atlético de Madrid ao fracasso no Milan. A terceira contratação mais cara da história do futebol inglês e o retorno ao Atlético de Madrid, a custo zero, cinco anos depois. Fernando Torres -e sua história cheia de altos e baixos no futebol- é o personagem de hoje no Joga de Terno. Inspirado pelo anime Capitão Tsubasa, que fez enorme sucesso no Brasil nos anos 90, Fernando Torres começou sua história de amor com o Atlético ao fazer um teste no clube, então com 10 anos. Aquele menino loiro e com sardas chamou a atenção dos olheiros que viram no jovem garoto, logo apelidado de "El Niño", um atacante versátil, veloz, com um chute muito preciso e um enorme potencial. A aposta em Torres foi tamanha que com 15 anos já assinava seu primeiro contrato profissional e aos 16, na temporada 00/01, já fazia parte do elenco principal, mesmo ano que Atlético caiu para segunda divisão. O começo foi tímido, poucos jogos e alguns gols. Mas quanto mais o time apostava em Torres, mais ele correspondia. Temporada por temporada Torres fazia mais gols, jogava mais e se firmava como titular absoluto. O jogador-torcedor respondia com sucesso às expectativas criadas quando ele ainda era garoto e a torcida via ali um baita atacante que faria o time se reerguer novamente desde o seu rebaixamento. E como todo time que quer se reerguer e precisa de grana, em 2007 os madrilenhos aceitaram a proposta do Liverpool de 36 milhões de euros (cerca de R$ 94 mi) e ele então se despediu rumo a Anfield. O valor pago por ele - àquela época a contratação mais cara da história do Liverpool- colocava uma expectativa ainda maior do que a criada em Madrid. Torres, aos 23 anos, já era considerado um dos melhores atacantes do mundo. Em sua primeira temporada na Premiere League quebrou o recorde do jogador estrangeiro a marcar mais gols em sua temporada de estreia na liga, que pertencia a Van Nistelrooy. Tudo parecia ir bem até precisar passar por uma cirurgia no joelho, às vésperas da Copa do Mundo em 2010. Ele até foi pra Copa na África, mas com um desempenho bem abaixo do que havia apresentado na Euro 2008, quando marcou o gol da final. Mesmo com poucos jogos se sagrou campeão mundial com a Fúria. De volta à Inglaterra com o título na bagagem, Torres se prepararia para mudar de terno ainda em 2010. Do vermelho do Liverpool para o azul do Chelsea. £ 50 milhões (R$ 133 mi). A terceira contratação mais cara da história do futebol inglês. E uma enorme decepção. Com um desempenho muito abaixo do apresentado nos Reds, Fernando Torres não conseguia se firmar no time. O número de gols caiu drasticamente e em Stamford Bridge já se discutia que aquilo se tratava de um péssimo negócio. Nos bastidores se dizia que um dos motivos para essa queda decepcionante seria a aceleração da preparação do atleta para disputar a Copa do Mundo. Comprado a dois dias do fim da janela de transferências daquele ano, não teve tempo de passar por testes físicos e seu mau momento era visto apenas por "falta de ritmo". Se discute até a possibilidade de o Liverpool não ter avisado ao Chelsea a verdadeira situação do atleta. O clube então decidiu emprestar o jogador ao Milan, em uma passagem tão apagada que muitos nem se lembram. Foram apenas 10 jogos e um único gol. Foi então repassado ao clube do coração, o Atlético de Madrid. Aquele que um dia foi uma das contratações mais caras da historia chegava a Madrid a custo zero. O filho que saiu de casa para conhecer o mundo resolveu voltar para ter o carinho e aconchego que não teve fora de lá. Hoje, ainda jogando pelo Atlético - e sem pretensões de sair novamente- Fernando Torres está em uma carreira descendente, normal para um atacante de 32 anos. Mas a torcida entende. Ele é mais um torcedor, a diferença que no estádio ele está sempre no campo, jogando. Este ano completou 100 gols com o terno do Atlético e marcou de vez o seu nome na história do clube. Por que joga de terno? Dream Team da Euro 2008 mas inoperante na Copa de 2010, quando pouco jogou. Marcou um gol que garantiu o Chelsea na final da Champions League 11/12 mas um dos piores na final do Mundial contra Corinthians naquele mesmo ano. Matador, mas também culpado por perder gols fáceis. A carreira de Torres nunca foi uma parábola, onde cresce até o máximo da carreira e depois desce, ali pelos 30 anos, quando a idade chega. Tá mais pra uma montanha-russa mesmo. Talvez isso explique as notas tão discrepantes da equipe JdT para o classômetro. Alguns veem Fernando Torres como um atacante matador, veloz e decisivo. Outros veem ele apenas como um jogador superestimado pelo seu bom início de carreira, mas que depois se mostrou um atacante que perdia gols fáceis e com atuações apagadas. E você? 🚹 Fernando José Torres Sanz 👶 20 de março de 1984 (32 anos) 🏠 Espanhol 👕 Atlético de Madrid, Liverpool, Chelsea, Milan e Seleção Espanhola 🏆 (principais) 2ª divisão do Campeonato Espanhol 01/02 (Atlético de Madrid); Liga dos Campeões da UEFA 11/12, UEFA Europa League 12/13 (Chelsea); Eurocopa 2008, Copa do Mundo 2010 (Seleção Espanhola) 👑 Seleção da UEFA 08, 3º Lugar no Prémio de Melhor jogador da FIFA 08, Equipe da Euro 08, FIFPro World XI 08 e 09, Seleção do Campeonato Inglês 07/08 e 08/09, 2º Lugar no Prêmio de Melhor jogador da UEFA 09, Equipe da Copa das Confederações 09, Chuteira de ouro da Euro 12 (3 gols), Chuteira de ouro Copa das Confederações 13 (5 gols), Equipe da Copa das Confederações 13 Classômetro: 👔👔👔👔👔👔 (6,7)

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