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Oscar, o "Belo"


Em 1954 a Europa sediava sua primeira Copa do Mundo no pós-guerra, e a FIFA, sediada na Suíça, comemorava seu 50º aniversário. No dia 20 de junho o mundo acompanhava (apenas uma força de expressão) extasiado a fantástica seleção húngara golear a poderosa Alemanha Ocidental por 8x3, revelando ao mundo jogadores como Gyula Grosics, Nándor Hidegkuti, Jósef Bozsik, Zoltán Czibor, Ferenc Puskas e Sándor Kocsis, este último autor de 4 gols na partida e que terminaria a competição com incríveis 11 gols em apenas 5 jogos. Neste mesmo dia, na pequena cidade de Monte Sião (Minas Gerais), nascia Oscar, filho de pai taxista e mãe costureira. Poucos dias depois de completar 28 anos, a vida o colocaria diante de outro atacante matador, Paolo Rossi, que com 3 gols decretou a queda da aclamada seleção brasileira, no que passou a ser conhecido como “a tragédia de Sarriá”. Esta história poderia ter outro final, se o veterano goleiro Dino Zoff não tivesse feito, nos instantes finais, uma espetacular defesa depois de uma cabeçada certeira de Oscar. Oscar começou sua carreira amadora na Associação Atlética Monte-Sionense, inicialmente como goleiro, depois como zagueiro central, e passou pelo time de Águas de Lindóia. Aos dezesseis anos foi levado para a Ponte Preta, mas sua estreia no time profissional, em um jogo contra o Santos, só ocorreu em 72. Destaque da equipe, foi convocado para para a Seleção Brasileira juvenil, campeã sul-americana em 74. Dois anos depois de sua estreia, Oscar participou de um jogo histórico, também contra o Santos, quando enfrentou novamente o Santos no jogo de despedida do Rei Pelé na Vila Belmiro. Tornou-se, assim, o “último marcador de Pelé no campeonato paulista. Destaque na “Macaca”, Oscar formou com Polozzi uma das melhores zagas da história do time, sendo o xerife do vice-campeonato de 77 e, pela primeira vez, foi convocado para a seleção brasileira. Titular em todos os jogos ao lado de Amaral, do rival campineiro Guarani, Oscar, chamado de “Belo” pelos companheiros, consolidou sua fama de excelente zagueiro e passou a despertar o interesse de vários clubes, como já havia acontecido com o Palmeiras, Cruzeiro e Corinthians. Em 79, já formado em Fisioterapia pela PUC de Campinas, Oscar transfere-se para o New York Cosmos, ajudando a Ponte a aliviar seus problemas financeiros. Não se deslumbrou com a megalópole Nova York, não se tornou frequentador assíduo dos melhores restaurantes e casas noturnas e, depois de apenas sete meses, retornou ao Brasil, agora para envergar o terno do São Paulo F. C. Considerado “um dos jogadores mais bem pagos do futebol brasileiro” à época, Oscar fez sua estreia no tricolor, já como capitão, ajudando a aplicar uma goleada por 4 x 0, em jogo amistoso contra o Palmeiras, placar que se repetiria no jogo seguinte contra o Corinthians, pelo campeonato paulista. Os títulos foram obtidos de imediato, com dois paulistas (81 e 82), formando uma zaga considerada intransponível com o uruguaio Dario Pereyra. Vice-campeão brasileiro em 81, Oscar foi novamente convocado para a seleção brasileira e disputou a Copa do Mundo no ano seguinte, titular em todas as partidas, tendo marcado um dos gols na vitória contra a Escócia, na primeira fase do torneio. De volta ao São Paulo, só conseguiu novos títulos no campeonato paulista de 85 e no campeonato brasileiro de 86, quando participou de sua terceira Copa do Mundo, desta vez na reserva de Júlio César. No ano seguinte, depois de desentendimentos com o técnico Cilinho, o zagueiro rescindiu seu contrato e, aos 32 anos, transferiu-se para o Nissan Motors (Japão), time pelo qual foi bicampeão nacional em 88 e 89. Encerrou a carreira de jogador em 90, tendo sido treinador de várias equipes no Brasil, Japão e Arábia Saudita. Atualmente é agente Fifa autorizado e possui um centro de treinamentos em Lindóia (SP). Por que jogava de terno? Clássico e excelente nas bolas aéreas, tanto na defesa quanto no ataque, Oscar era um zagueiro que anulava os ataques adversários com jogadas de categoria, mas também não se furtava a dar chutões em caso de necessidade. Destacou-se por sua impressionante capacidade de roubar bolas ao adversário sem cometer faltas e, nas jogadas aéreas de ataque era mortal, tendo feito 13 gols pelo São Paulo e dois pela Seleção Brasileira 👤 José Oscar Bernardi 👶 20 de junho de 1954 (62 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Ponte Preta, New York Cosmos, São Paulo, Nissan Motors, Seleção Brasileira 🏆 (principais) Campeonatos Paulista 80, 81, 85 e 87 e Campeonato Brasileiro 86 (São Paulo); Campeonato Japonês em 88 e 89 (Nissan Motors) 👑 Bola de Prata da Revista Placar (77) Classômetro:👔👔👔👔👔👔👔 (7,0)

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