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Hristo Stoichkov: o gigante da pequena Bulgária


Quando Hristo Stoichkov marcou de cobertura um gol em Andoni Zubizarreta, goleiro do Barcelona, pelas semifinais da Recopa da UEFA de 89 o treinador catalão Johan Cruyff não teve dúvidas e disse "quero ele no meu time". No ano seguinte, o atacante baixinho e invocado saiu do CSKA Sófia para o Barcelona para jogar ao lado de outro baixinho invocado, que você já deve imaginar qual é, e assim fazer uma das melhores duplas de ataque de todos os tempos. Antes de se consagrar pelo principal time da Bulgária, Stoichkov passou por times menores, sempre marcado pelo temperamento explosivo, as confusões dentro de campo a também a promissora habilidade com a bola. A principal delas, pela final da Copa da Bulgária de 85. Stoichkov, então com 19 anos, se envolveu em uma briga generalizada após o jogo. Ele, vários jogadores e até mesmo os times envolvidos foram banidos do futebol. O CSKA se tornou "Vitosha" e o Levski virou "Sredets". Um ano depois o jovem atacante recebeu a anistia e voltou a defender o agora Vitosha, onde conquistou os principais títulos daquele país. Em 89, a punição aos times também foi atenuada e o CSKA Sófia voltou ao seu antigo nome. E foi nesse ano que o caminho dele e do Barcelona se encontraram. Stoichkov aceitou defender o terno vermelho e azul do Barcelona. Mesmo ainda se envolvendo em brigas e suspensões, ele não demorou nada para fazer história no clube. Ali conquistou nada menos que 4 campeonatos espanhóis seguidos e a primeira conquista da Liga dos Campeões do clube em 91/92. Tudo parecia ir bem nessa parceria. O Barcelona colecionava títulos e Stoichkov gols (e cartões) até a contratação de Romário, em 94. Ele seria o 4º estrangeiro no clube enquanto na época o limite permitido para equipes europeias era 3 (os outros dois eram o neerlandês Ronald Koeman e o dinamarquês Michael Laudrup). Mas o que tinha tudo para ser uma grande desavença entre os baixinhos se tornou uma grande amizade e uma dupla de ataque imbatível. Na conquista do campeonato espanhol de 93/94 o Barcelona marcou nada menos que 91 gols em 38 jogos. Naquele mesmo ano a dupla também fez sucesso na Copa do Mundo de 94. Enquanto Romário conduzia a seleção brasileira à conquista do título, o búlgaro surpreendeu o mundo, eliminou a então atual campeã Alemanha nas quartas-de-final e só parou na semifinal contra a Itália. O desempenho fantástico tanto no Barcelona quanto em uma seleção sem qualquer tradição no futebol renderiam a Stoichkov a Bola de Ouro da revista France Football e o segundo lugar no prêmio de melhor jogador do Mundo pela FIFA. E adivinha quem foi o primeiro? Ele mesmo, Romário. Apesar de um ano inesquecível, o que se viu depois disso foi uma vertiginosa queda na carreira. A perda do título da Liga dos Campeões de 93/94 para o Milan minou aquele timaço que encantou o mundo com a dupla Stoichkov/Romário à frente. Um ano depois, em meio a brigas com Cruyff, ele disse adeus ao Barcelona e nunca mais conseguiu ter o mesmo desempenho. Foi para o Parma, voltou ao Barcelona mas, àquela época, Ronaldo em 96/97 e Rivaldo em 97/98 eram as grandes referências do time e uma nova parceria com um jogador brasileiro nunca aconteceu e o jogador que encheu os olhos da torcida e a rede de gols acabou perdendo espaço. Depois continuou rodando pelo mundo até encerrar a carreira em 2004, jogando na modesta liga americana. Por que jogava de terno? Para Franz Beckenbauer ele foi "o melhor búlgaro que vi jogar". Bom, vamos combinar que isso não é lá grande coisa, já que a Bulgária nunca foi uma potência no futebol. Já José Mourinho disse que ele foi "um gigante" e a gente acha essa definição bem melhor. Stoichkov engrandeceu a pequena Bulgária ao levá-la para uma inédita e inesquecível semifinal de Copa do Mundo. Engrandeceu o Barcelona ao colocar o clube de volta ao rumo dos títulos. Engrandeceu todo o futebol com suas arrancadas, dribles desconcertantes e uma potente perna esquerda de onde também saíram muito gols e muitos deles belíssimos. E engrandeceu a si mesmo ao se imortalizar como um dos maiores atacantes de todos os tempos. O baixinho, afinal, era mesmo um gigante. 👤 Hristo Stoichkov Stoichkov 👶 8 de fevereiro de 1966 (50 anos) 🏠 Búlgaro 👕 Hebros Harmanli (BUL) CSKA Sofia (BUL), Barcelona, Parma, Al-Nassr (EAU), Kashiwa Reysol (JAP), Chicago Fire e DC United (EUA) e Seleção Búlgara 🏆 (principais) Liga Búlgara 86/87, 88/89 e 89/90 e Copa da Bulgária 87, 88 e 89 (CSKA Sófia); Campeonato Espanhol 90/91, 91/92, 92/93 e 93/94; Liga dos Campeões da UEFA 91/92, Copa do Rei 97 (Barcelona) US Open Cup 00 (Chicago Fire) e MLS Cup 04 (DC United). 👑 Artilheiro do Campeonato Búlgaro 89 e 90; Chuteira de Ouro 89/90; Jogador Búlgaro do Ano 89, 90, 91, 92 e 94; Chuteira de Ouro da Copa do Mundo FIFA 94; Bola de Bronze da Copa do Mundo FIFA 94; Seleção Da Copa Do Mundo 94; Melhor jogador estrangeiro pela revista Don Balón 94; Ballon d'Or: 94; 2º Melhor jogador do mundo pela FIFA 92 e 94; Seleção da Eurocopa 96; FIFA 100 Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8)

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