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Existem três coisas que param no ar: helicóptero, beija-flor e Dadá Maravilha


Dario José dos Santos. Ou simplesmente Dadá, o Dadá Maravilha. O homem que encontrou no futebol a oportunidade de vencer na vida. Carismático, midiático, goleador e "perna de pau". O grandalhão de infância sofrida e pobre no Rio de Janeiro tornou-se um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro, mas em suma nunca foi um classudo com os ternos que vestiu. A história de vida de Dario é de superação. Com apenas 5 anos de idade, viu sua mãe cometer suicídio ateando fogo no próprio corpo. Seu pai, sem condição de criar ele e seus dois irmãos, os levou para o Serviço de Assistência aos Menores, atual Funabem. Com a infância perdida, Dario cresceu um jovem rebelde. Cometia furtos e estava sempre metido em brigas. Os anos se passavam e o futuro artilheiro percebia que precisava mudar de vida. Foi quando encontrou o futebol, enquanto servia ao exército. Alto, magricela e desengonçado, Dadá Maravilha tinha "800 defeitos e duas virtudes", segundo Grandim seu primeiro técnico no Campo Grande-RJ. O primeiro contrato como jogador profissional aos 18 anos, foi destaque no primeiro Campeonato Carioca que disputou e chamou a atenção Jorge Tavares Ferreira, dirigente do Clube Atlético Mineiro. Em 68 estava no Galo e amargou a reserva até 69, já que não tinha a confiança dos companheiros de time e muito menos da torcida. Com a chegada do técnico Yustrich, Dadá começou uma nova rotina de treinos. Fazendo por merecer, ganhou a chance de titular em amistoso contra a URSS. Jogou muito e não saiu mais do time titular. Depois disso, até marcou gol contra a seleção do Brasil, no amistoso em que o Atlético venceu por 2 a 1, no Mineirão. Não demorou e a fama de goleador de Dadá Maravilha, "Peito de Aço" ou "Beija-Flor" se espalhou pelo Brasil e muita gente o queria no time para a Copa do Mundo de 70. Em plena ditadura militar, até o presidente General Médici, elogiava e pedia o artilheiro alvinegro na seleção. João Saldanha, técnico do Brasil na época, disse: "ele escala o ministério e eu escalo a seleção". O ditador não gostou e mandou que demitissem Saldanha. No seu lugar, Zagallo foi contratado. O novo técnico da seleção canarinha, convocou Dadá e o levou para ser tricampeão mundial no México. O "Peito de Aço" não teve muitas chances no ataque que tinha Jairzinho, Pelé e Tostão, mas pra ele já era uma honra estar ali. Quando volta campeão mundial para o Atlético-MG, Dadá Maravilha faz o gol mais importante de sua trajetória em Minas Gerais. É dele o gol que consagra o Galo campeão brasileiro de 71, em cima do Botafogo. Foi do melhor jeito do artilheiro, subindo mais que os zagueiros, parando no ar e cabeceando para estufar as redes. Na primeira edição do Brasileirão, Dario foi o primeiro artilheiro, feito que repetiu em 72 também com o terno alvinegro. Em 290 jogos defendendo o Galo, fez 211 gols. Nos seus 21 anos de carreira, o “Beija-Flor” passou por 16 clubes. Além do Galo, marcou seu nome também pelo Sport e Internacional. Sua grande marca como atacante é pelo time de Pernambuco. No Campeonato Pernambucano de 76 fez 10 gols dos 14 que o Leão marcou em cima do Santo Amaro-PE. Já vestindo o terno colorado, foi campeão brasileiro do mesmo ano do recorde de gols em uma só partida. Segundo suas próprias contas, fez mais de 900 gols na carreira e mais da metade deles de cabeça. Em 86, Dadá aposentou-se dos campos no Douradense-MS. Dentro da cancha, o atacante ainda investiu na carreira de técnico, sem muito sucesso. Midiático e carismático, encontrou-se na televisão como comentarista. Já passou pelas filiais mineiras da Record e Globo. Hoje está no SBT, também de Minas Gerais, sendo um dos representantes do Atlético-MG, no programa Alterosa Esporte. A alegria de Dadá Maravilha, contrasta com sua história de vida. Dadá escolheu ser além de artilheiro, um poeta da bola. É querido nacionalmente, sendo contador de histórias nato, com entrevistas impagáveis e dezenas de frases de efeito. Várias delas, inclusive, se consagraram entre os ditados populares da bola. Uma das mais marcantes: “Não existe gol feio. Feio é não fazer gol”. Mas também sabia zoar as próprias limitações: “Chuto tão mal que, no dia em que eu fizer um gol de fora da área, o goleiro tem que ser eliminado do futebol”. Contudo, amigo classudo, a frase que mais marca Dadá Maravilha é: "Nunca aprendi a jogar futebol pois perdi muito tempo fazendo gols". Por que jogava de terno? Porque segundo o próprio, "com Dadá em campo, não existe placar em branco". A velocidade e a impulsão de Dadá Maravilha, o fazia enfrentar qualquer zagueiro. Aliou a irreverência à sua força de vontade como atacante, se tornando um dos maiores goleadores brasileiros. Nunca foi um classudo, mas sempre foi um artilheiro nato com os ternos que vestiu. 🚹 Dario José dos Santos 👶 4 de março de 1946 (70 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Campo Grande, Atlético-MG, Flamengo, Sport, Internacional, Paysandu, Ponte Preta, Náutico, Bahia, Santa Cruz, Goiás, Coritiba, América-MG, Nacional-AM, XV de Piracicaba, Douradense-MS e Seleção Brasileira 🏆 (principais) Campeonato Brasileiro 71 (Atlético-MG), Campeonato Brasileiro 76 (Internacional); Copa do Mundo 70 (Brasil). 👑 Artilheiro Campeonato Brasileiro 71, 72 e 74 (Galo); recorde de gols em uma só partida 76 (Sport) Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔 (6,7)

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