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Arrepia zagueiro, limpa a área zagueiro, sai jogando zagueiro


“Para ser um bom zagueiro não pode ser muito sentimental. Tem que ser ciumento e ganhar todas as divididas. Tem que ser o rei e o dono da área nessa guerra maravilhosa de 90 minutos”. Os versos do flamenguista nato Jorge Ben Jor coroam toda a defesa, mas cairiam muito bem a um zagueiro em especial: Aldair Santos do Nascimento, o baiano de Ilhéus e sereno rei dos desarmes, peça fundamental na conquista amarelinha do Tetra e dono absoluto do terno de número 6 aposentado na Roma. Aldair começou a carreira no Flamengo em 1985, fazendo dupla com Mozer no rubro-negro de Zico, Andrade e Leandro, garantindo a lendária e controversa Copa União de 87 (Módulo Verde do Brasileiro). Alheio às bagunças e confusões daquele torneio, despontou como referência de pura técnica e calmaria na zaga, mostrando que um bom zagueiro não precisa necessariamente ser gigante, robusto ou truculento. Com a cabeça fria sobrepondo-se aos atributos físicos, logo chamou a atenção do Benfica e, em seguida, da grandiosa Roma, onde passaria produtivos treze anos de carreira, entre 1990 e 2003. Na plenitude de suas atuações pela Giallorossi, já era nome mais do que certo para vestir o terno canarinho em três Copas do Mundo (90, 94 e 98) e nas Olimpíadas de Atlanta 96. Consagrou-se de fato na irretocável conquista do Tetra em 94, desfilando técnica e inteligência no gramado do Rose Bowl para conter ninguém menos que a dupla de ataque Massaro e Roberto Baggio. Nesse meio tempo, conjugou a titularidade da amarelinha com a idolatria italiana do terno 6. Não tão comum no Brasil, a ideia de aposentar a camisa de determinado jogador é praxe na Europa como uma forma de demonstrar máximo respeito e reconhecimento pelos trabalhos prestados. E assim foi feito em nome de Aldair até meados de 2013, quando o zagueirão recebeu uma ligação dos dirigentes da Roma pedindo-lhe autorização para liberar o uso da aposentada camisa 6, que seria agora ocupada pelo holandês Kevin Strootman. “Eu disse que nunca achei justo aposentarem a 'minha' camisa, porque outros grandes jogadores passaram por lá e eles não fizeram a mesma coisa. Então achei melhor falar que já era hora de eles voltarem a usá-la". Em 2004, e aos 39 anos de idade, Aldair ainda jogou no Genoa, outro clube italiano. Um ano depois, sobrou fôlego para disputar algumas partidas pelo Rio Branco, do Espírito Santo. Mas o dono da zaga só resolveu mesmo deixar os gramados aos 41 anos, pelo Murata, principal clube de San Marino, onde participou da fase preliminar da Liga dos Campeões em 2007 e 2008. Nos dias de hoje, o cinquentão defende novamente o terno do rubro-negro carioca, agora no futevôlei, pela Liga Nacional. Por que jogava de terno? Porque provou que na zaga mais valem calmaria e inteligência do que força e truculência. Sua grandeza como zagueiro absoluto foi construída ao longo dos anos, com pés no chão, terno intacto e cabeça fria. 👤 Aldair Santos do Nascimento 👶 30 de novembro de 1965 (50 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Flamengo, Benfica, Roma, Genoa, Murata (San Marino), Seleção Brasileira 🏆 (principais) Módulo Verde da Copa União de 87 (Flamengo); Copa da Itália 90/91, Campeonato Italiano 00/01 (Roma); Campeonato Samarinês 07/08 e Copa Titano 07 (Murata); Bronze nas Olimpíadas 96; Copa América 89 e 97; Copa do Mundo 94 e Copa das Confederações 97 (Seleção Brasileira) 👑 Hall da Fama da Roma 12; Time dos Sonhos do Flamengo (Placar) 06 Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8)

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