"Tu, em campo, parecias tantos, e no entando, que encanto! Eras um só...
...NILTON SANTOS” Não que o JdT precisasse esperar o dia 16 de maio pra homenagear a Enciclopédia do Futebol, por conta de seus 91 anos. Não também que estamos a altura para falar com propriedade - poética como Armando Nogueira nos versos acima, ou jornalística, como tantos outros farão no dia de hoje – desse ícone supremo do futebol. Nos cabe escrever como fãs. Fãs do futebol, fãs de Nilton Santos – mantendo essa relação da mesma maneira intrínseca e simbiótica, como foi a vida do jogador com o esporte. A reverência se justifica pela história, do jogador e do esporte (estas, sempre unidas aqui). Se na filosofia a palavra mito tem como significado aquela narrativa que, de forma simbólica e/ou imagética, procura explicar a origem das coisas, muito por meio de ações ou a própria personalidade das personagens envolvidas na história, podemos dizer que Nilton é um. O que dizer do jogo da seleção brasileira, na copa de 58 contra a Áustria, num lance que surpreendeu torcida, adversário e o próprio time canarinho, quando o lateral saía da defesa (algo impensável para alguém da posição naqueles tempos), adentrava no ataque, tabelava e fazia o gol? Vicente Feola, técnico da seleção, foi do desespero à gloria em instantes com o lance. Justifica aqui a origem de uma nova maneira de atacar: com quem defendia. Reflitam: era algo impraticável e inimaginável na época. Nascia um mito, de fato. Não existem ternos, no plural, na carreira de Nilton. Só um em toda sua história, o do Botafogo (claro não contado o da Seleção). Ainda hoje a camisa 6 do alvinegro ostenta acima de seu brasão uma assinatura do lateral, nem a 7 - mística para qualquer Botafoguense - ou outra qualquer tem de outro jogador. A idolatria dos botafoguenses por Nilton só é comparada a de Garrincha, aliás, era só pra Nilton Santos que o anjo das pernas tortas abaixava a cabeça. O estádio Engenhão deixou de ser “Estádio Olímpico João Havelange” para ser simplesmente “Estádio Nilton Santos” para os Botafoguenses. Homenagem mais que justa àquele que mais vezes vestiu o terno alvinegro. Em julho de 2007, o governo do Rio de Janeiro determinou o dia 16 de Maio como dia do Botafogo Futebol e Regatas. A idolatria é muita e sabemos o quão ela é justificável. Nilton foi daqueles incontestáveis na história do futebol: pra muitos o maior em sua posição. Seu falecimento, em 2013, deixou órfãos não só botafoguenses como também qualquer fã de futebol. Por que jogava de terno? "Era um amistoso na cidade do México: Botafogo x River Plate. Garrincha estava estraçalhando o beque Vairo. Nestor Rossi, o maestro da seleção argentina, chamou o lateral do River e aconselhou: ‘- Quer melhorar teu futebol? Então faz o seguinte: aquele ali é o Nílton Santos, beque esquerdo como você. Vai lá perto, disfarça e passa a mão na perna dele. Só isso. Passa a mão que naqueles pés está o futebol de todos os beques do mundo.’ Pés que jamais deram um bico na bola; reflexos que jamais foram traídos pelos efeitos de uma bola; atleta de equilíbrio assombroso, que jamais caiu no campo, a não ser derrubado. Nílton Santos, craque extraordinário que encarnou a prefiguração de toda a evolução tática do futebol moderno. Craque que viveu no campo duas faces de uma equipe, porque sendo zagueiro sempre teve alma e audácia de atacante. Nasceu com o talento de fazer gols e acabou glorificado pela arte de evitá-los." (Armando Nogueira) 👤 Nilton dos Santos 👶 16 de maio de 1925 🏠 Brasileiro 👕 Botafogo e Seleção Brasileira 🏆Campeonato Carioca: 48, 57, 61 e 62 (Botafogo); Copa do Mundo: 58 e 62 (Seleção Brasileira) 👑 Eleito para a seleção do Século XX da América do Sul, Eleito o Lateral-Esquerdo da seleção do século XX de todos os tempos: 1998, Presente na seleção do século XX da Revista Placar: 1981, Presente na seleção do século XX da Italian FA: 1988. FIFA 100: 2004 Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔👔 (9,5)