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Quem é esse cara?


Não podemos fazer diferente pra falar do técnico classudo de hoje, campeão do estadual paranaense. Devemos começar pelo começo, quando um mero desconhecido de 99,9% da torcida brasileira desembarcava de Portugal para comandar o Botafogo, em 95. “Vitória de Guimarães, Nacional da Ilha de Madeira e Marítimo. O currículo do novo técnico do Botafogo é piada de português?”*. O trocadilho digno de piada de português (mesmo), foi feito por Arthur Dapieve em sua coluna no O Globo. Botafoguense, ainda tentava entender o que o time queria com aquele técnico. O espanto não era pra menos, pois o currículo de Paulo Autuori era mesmo esses times. Se a conquista do Botafogo naquele ano foi surpreendente, tudo começou ai. Um cara puramente acadêmico, estudioso de formação. E que ninguém conhecia. Novo, não era um ex-jogador e foi procurar adquirir experiência nos menores do futebol de Portugal. Voltou pro Brasil e de cara foi campeão nacional. O espanto foi geral no final de 95, bem como sua decisão de novamente voltar a Portugal no final daquela temporada. Comandou em 96 o Benfica, mas por lá não encantou ninguém, decidiu voltar à terra natal pra fazer ainda mais que em 95. Pegou o Cruzeiro e pôs pra ganhar a libertadores de 97. Autuori parecia ter aptidão pra surpreender, porque depois da conquista dos mineiros, voltou ao Rio de Janeiro, agora no Flamengo e passou a mudar de time com frequência e sem destaques, até meados dos anos 2000. Se Autuori passou de desconhecido pra campeão nacional e de campeão nacional a campeão da libertadores pra depois passar um tempo sumido (chegando inclusive a treinar a seleção peruana), em 2005 ele comandaria o São Paulo pra superar novamente a desconfiança de que já não era um técnico de alto nível: com o tricolor paulista, conquistou novamente a libertadores e o mundial daquele ano. Esse cara é o rei da superação da desconfiança! O final dos anos 2000 mais uma vez foi de inércia para o técnico, que voltou a treinar diversos clubes, entre brasileiros e times do Catar. Voltou ao Brasil novamente pelo Rio de Janeiro, em 2013 em seu time de coração, o Vasco. Saiu insatisfeito no mesmo ano, voltou ao São Paulo, passou pelo Galo Mineiro, foi ao Japão e agora quebra um jejum de sete anos do Atlético Paranaense sem ganhar um estadual. Será que Autuori ainda nos surpreenderá? O tempo dirá, porque a história nos deixa essa dúvida. Por que joga de terno? O aspecto de Autuori já deixa um certo ar de classe. Os principais times que ele dirigiu, e onde conquistou suas maiores vitórias, tinham na classe uma de suas principais características. Seja o surpreendente Botafogo de 95 ou parte do papão de títulos São Paulo da década de 2000. Autuori montou times organizados e de raça. Certamente lhe cabe a gravata de classudo 👔 👤 Paulo Autuori de Mello 👶 25 de agosto de 1956 (59 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Portuguesa–RJ, América-RJ, São Bento, Marília, Bonsucesso, Nacional-POR, Vitória de Guimarães-POR, Marítimo-POR, Botafogo, Benfica-POR, Cruzeiro, Flamengo, Internacional, Santos, Alianza Lima-PER, Kashima Antlers-JAP, Al-Rayyan-CAT, Grêmio, Al-Rayyan-CAT, Vasco da Gama,São Paulo, Atlético Mineiro, Cerezo Osaka-JAP, Atlético Paranaense, Seleção Olímpica do Catar, Seleção Peruana 🏆 (principais) Campeonato Brasileiro: 95 (Botafogo); Campeonato Peruano: 01 (Alianza Lima) e 02 (Sporting Cristal), Copa Libertadores da América: 97 (Cruzeiro) e 05 (São Paulo); Mundial de Clubes: 05 (São Paulo). 👑 Sem títulos individuais de destaque Classômetro: 👔👔👔👔👔👔 (6,6) *A citação feita no texto da coluna de Arthur Dapieve no O Globo foi retirada do Livro “O Botafogo de 95” de Thales Machado, 2015.

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