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"... para Didi, para Mané, para Pagão, para Pelé e Canhoteiro"


Em 1958 a seleção brasileira campeã do mundo era recheada de grandes craques, mas um em especial ficou de fora. O nome dele era José Ribamar de Oliveira, mais conhecido como Canhoteiro. Garoto humilde do interior do Maranhão foi por oito temporadas ponta esquerda do São Paulo, marcou 103 gols e conquistou somente o campeonato paulista de 57. Com somente um título paulista em sua carreira, Canhoteiro viveu uma época difícil pelo time até então do Canindé. O São Paulo iniciava no final dos anos 50 a construção de seu novo estádio e iria passar por uma década sem títulos devido aos esforços estarem voltados para o canteiro de obras. Por jogar em um time com folha salarial baixissima, o clube ficava atrás dos esquadrões da academia palmeirense e o time de Pelé. Fazendo com que só tenha ganhado um título paulista durante todo tempo que ficou no clube. Em um tempo onde o nacional e o popular eram cariocas, apenas quem viu suas partidas podem testemunhar seus grandes feitos dentro de campo. Para muitos o que o Garrincha fazia pela direita ele fazia pela esquerda. Dentro de campo buscava sempre desestabilizar o oponente com seus dribles. Uma de suas marcas era desmoralizar seu adversário para, segundo ele, poder jogar tranquilo. "Nunca vi nada igual", "Melhor que o próprio Garrincha", palavras de Zizinho, ídolo de Flamengo e do São Paulo. É um jogador que poderia ter ficado somente na história oral da cidade de São Paulo devido a dificuldade de comunicação além das fronteiras do municipio. Mas pela sua magia dentro de campo é lembrado por companheiros de trabalho por tudo que jogou. Na seleção brasileira sofreu, jogou somente 16 partidas e fez um gol. Algumas histórias tentam explicar a não convocação dele para a Copa do Mundo de 58. Titular absoluto de Pepe e Zagallo, Canhoteiro só fez gol em sua estreia pela CBD. Com o tempo perdeu a titularidade para Pepe. Mas Canhoteiro não foi convocado por alguns motivos. O principal foi que em uma concentração da seleção em São Paulo, Canhoteiro tinha hora pra voltar para o hotel e não voltou. Na semana seguinte, surgiu uma foto dele ao lado de Zezinho também do São Paulo em um grande jornal da cidade. A fotografia mostrava os dois em uma boite com a mesa cheia de copos, fato esse que culminou para o corte. Para Pepe, craque santista, Canhoteiro não foi um jogador de equipe enquanto jogou na seleção, mas ainda acha que tecnicamente era melhor que ele próprio e o Zagallo. Canhoteiro saiu do São Paulo com 31 anos, após uma contusão no menisco. Foi ao México jogar no Chivas Guadalajara. Voltou após três anos totalmente fora de condições físicas para encerrar sua carreira pelo Nacional de São Paulo e Saad de São Caetano. Faleceu jovem aos 41 anos de idade. Por que jogava de terno? Rápido, bom cabeceador, drible fácil e com uma canhota bem calibrada. Um exemplo do futebol malandro, de várzea, que estamos perdendo completamente. Canhoteiro fazia embaixadinha com moeda quando era jovem. Foi assim, sendo brincalhão e muitas vezes desleixado que o menino do interior do Maranhão conseguiu driblar até sua glória. 🚹 José da Ribamar de Oliveira 👶 24 de setembro de 1932 🏠 Brasileiro 👕 América-CE, São Paulo, Chivas Guadalajara, Toledo-PR, Nacional-SP, Saad e Seleção Brasileira 🏆 Campeonato Paulista 57 👑 Não possui títulos individuais de destaque Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔 (8,1)

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