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"O bicho é certo!"


Hoje é dia do goleiro e vocês classudos que nos acompanham sabem o porquê? Porque... “O BICHO É CERTO!” Manga é o aniversariante de hoje! E como manda a cartilha, mesmo num esquadrão com Nilton Santos, Amarildo, Quarentinha, Didi, Zagallo e Garrincha, um bom time há de se começar por um bom goleiro. E entre estes nomes sagrados para qualquer botafoguense, há de se ter um goleiro como Manga! Hoje, o JdT homenageia os 79 anos de um monstro sagrado dos tapetes verdes do Brasil, seja vestindo o terno Colorado, seja o Alvinegro Carioca. Manga começou de forma surpreendente no Sport, no juniores do time pernambucano: sem sofrer nenhum gol na conquista do estadual da categoria em 54. Logo, postulou a posição de titular da equipe principal, sagrando-se o número 1 do time alguns anos depois. Foi na década de 60 que Haílton Corrêa de Arruda viveu seus primeiros anos de auge. Formou o time duas vezes bicampeão carioca (o de 61 e 62 e o de 67 e 68), cuja principais peças foram os jogadores citados acima e até hoje celebrada por botafoguenses Brasil a fora. Não só por atuações seguras, com pontes sensacionais e um posicionamento primoroso, Manga ficou marcado na lembrança dos torcedores por sua tenacidade em provocar o adversário que ele mais adorava enfrentar: antes de encarar o Flamengo, o goleiro declarava que “O leite das crianças está garantido”, justamente por ser o rubro-negro o time que ele enfrentou durante as campanhas dos títulos de 61 e 62 sem levar gol (neste último ano, na final, inclusive). Por isso, sempre dizia que contra o Flamengo “O bicho é certo” (Bicho, no jargão boleiro, é a premiação dada para os jogadores em caso de vitória). Se Manga brilhou na Estrela Solitária de várias estrelas, não pode-se dizer o mesmo da seleção canarinho. Por suas incontestáveis atuações no Rio, Manga foi convocado para a copa de 66 na Inglaterra, onde conheceu um cidadão português de brio e de exímia qualidade: Eusébio. Naquela copa, o Brasil perderia para a estreante seleção Portuguesa do Pantera Negra, justamente quando Manga assumia a camisa titular do veterano Gilmar, machucado. Daí começava sua decadência no Glorioso. Algum tempo depois da copa, começou a ser duramente criticado pelo jornalista botafoguense (de grande influência em General Severiano) João Saldanha. Revoltado, Manga marcou um encontro nada amistoso com o inimigo. Certo que levaria uma sova, João foi armado e quando viu o goleiro disparou tiros em direção ao chão perto de Manga. O goleiro saiu correndo e viu o clima pesar pra ele no time. Isso, depois do título da Taça Brasil de 68 (hoje, considerada campeonato brasileiro). Foi então jogar no Uruguai, vestindo o terno do Nacional e conseguiu se tornar ídolo por lá também, ganhando Libertadores e mundial de clubes. Ficou até metade da década de 70 para, depois, formar novamente um esquadrão nacional: dessa vez, junto a Falcão, o Internacional de 75 e 76. Foi neste primeiro ano que Manga se imortalizou no Beira-rio: num jogo contra um Cruzeiro cheio de estrelas, o goleiro pegou uma bola que pra ele mesmo foi a mais bonita de sua vida: Nelinho cobrou uma falta quase frontal, num efeito de por inveja a muitos Roberto Carlos que estariam por vir. Manga, sempre bem posicionado, acompanhou a trajetória até o último segundo e se esticou todo para espalmá-la a meia altura. Neste jogo, Manga seria campeão brasileiro e repetiria a façanha um ano depois. Saiu do time desentendido dois anos depois. Em 77, Manga foi jogar no Mato Grosso do Sul e em seguida no Coritiba. Depois, teve a audácia de ir para o Grêmio e desafiar seu antigo time e arquirrival do tricolor dizendo que “o Inter iria pagar caro e não faria mais gols no tricolor”: conquistou o título estadual de 79. Se despediu do futebol nos anos 80, no Equador, onde se exila até hoje. Por que jogava de terno? O texto acima fala por si e responde a pergunta. Manga é ídolo de Pernambuco ao Rio Grande do Sul - mesmo ídolo no Inter, é imensamente respeitado no Grêmio - do Equador ao Uruguai e Sagrado como Nilton Santos, Garrincha e Didi no Botafogo. Manga viveu tão intensamente sua vida de goleiro-ídolo que suas mãos carregam as marcas de sua coragem e de seu arrojo: não há um dedo que não seja torto em ambas as mãos. 👤 Haílton Corrêa de Arruda 👶 26 de abril de 1937 (79 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Sport, Botafogo, Nacional (URU), Internacional, Operário-MS, Coritiba, Grêmio, Barcelona de Guayaquil (EQU) e Seleção Brasileira 🏆 Bi-Campeonato Carioca: 61 e 62, 67 e 68; Taça Brasil: 68 (Botafogo), Tetra-Campeonato Uruguaio: 69, 70, 71 e 72; Copa Libertadores da América: 1971; Mundial Interclubes: 1971 (Nacional-URU); Bi-Campeonato Brasileiro: 75 e 76 (Internacional); Campeonato Equatoriano: 1981 (Barcelona de Guayaquil-EQU). 👑 Bola de Prata: 76, 78. Eleito para o time dos sonhos do Botafogo e Internacional pela revista Placar. Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8,6)

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