top of page

O fio de esperança: mestre Telê


Das grandes unanimidades do futebol brasileiro, uma talvez seja sobre esse classudo que vestiu ternos, mas se consagrou com a jaqueta à beira do campo. De um ponta que voltava pra marcar para um mito imortal de treinador. Hoje o Brasil lembra dos dez anos da perda do Mestre Telê. Falar do mineiro Telê Santana da Silva não é mexer com o imaginário só de atleticanos de Minas, de são paulinos ou tricolores cariocas, mas com toda a nação brasileira. Mas há quem pense que o técnico viveu sempre de bons momentos: para chegar ao céu, passou por muitos infernos. Depois de uma carreira de algum destaque no Fluminense, Telê saiu das quatro linhas e, do banco, comandou o time juniores do tricolor carioca, ainda na década de 60. Logo, passou para o time profissional e ganhou o título estadual em 1969, garantindo um time que jogava bonito e inteligente, semeando o que seria o time campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970, ironicamente, contra o time que começou a comandar no começo desse ano, o Galo Mineiro. A redenção, foi no ano seguinte, no recém criado Campeonato Brasileiro. Telê foi o grande cérebro do time campeão do então primeiro certame nacional com esse nome. Telê ainda passaria, fazendo história, claro, no Rio Grande do Sul onde comandou o Grêmio, e também em São Paulo - numa passagem esquecível no tricolor e no Palmeiras – até chagar a Seleção brasileira. Montou um esquadrão para a copa de 1982, até hoje lembrada como um dos melhores times já feito para o escrete canarinho (há quem considere o time melhor do que o de 70). A história nos lembra da dramática partida contra a Itália e da precoce eliminação nas quartas de final daquela copa, mas o estilo de jogo, ficou marcado no futebol mundial. O Mestre deixaria a seleção depois daquela copa, voltando em 1985 para jogar a Copa no ano seguinte, quando, mais uma vez, o Brasil seria eliminado nas quartas, desta vez pela França de Platini. Telê nunca mais assumiria a Seleção, mas seus anos de glória começariam a partir dali: depois de passagens por Flamengo e novamente Galo e Palmeiras, voltou para o São Paulo em 1990 para se tornar ídolo: montou um esquadrão que dominaria a América em 1992 e 1993, antes, ganhando o campeonato brasileiro de 91. Não só bi-campeão da libertadores nesses anos, Telê mostrou ao mundo o poderio de seu time conquistando também os mundiais nos dois anos. Conquistando títulos e mais títulos pelo São Paulo, começou a sofrer com problemas de saúde em 1995, se afastando de vez da profissão em 1996. Voltou a Minas para viver com família, originaria da cidade de Itabirito, próxima a capital Belo Horizonte. Dez anos depois, sofreu uma grave infecção abdominal, sendo internado às pressas num hospital belorizontino. Deixou o mundo dos viventes, mas é imortal na memória de todos os torcedores do futebol brasileiro. Por que jogava de terno?

Apesar de uma carreira de jogador regular, Telê é consagrado como técnico: montou esquadrões que são lembrados até hoje por milhares de torcedores, como o Galo de 71, a seleção de 82 e o São Paulo de 92 e 93. Foram mais de 30 anos de carreira sempre montando times fortes, inteligentes e de jogo bonito. Com a seleção de 82 viveu o ápice do futebol arte, mesmo que, depois, precisasse rever seus conceitos e formar times que valorizassem o resultado somente, deixando de lado o espetáculo. Ainda assim, comandou o mundo com um quase imbatível São Paulo no começo dos anos 90. Jogou e comandou de terno. Até hoje, a torcida são-paulina grita seu nome em jogos importantes: “olê olê olê Telê, Telê”. 🚹 Telê Santana da Silva 👶 26 de julho de 1931, faleceu em 21 de abril de 2006 (74 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Como jogador: Fluminense, Guarani, Madureira e Vasco. Como treinador: Fluminense, Atlético Mineiro, São Paulo-BRA, Botafogo, Grêmio, Palmeiras, Seleção Brasileira, Al-Ahly-ARS e Flamengo. 🏆 (principais como treinador) Campeonato Brasileiro: 71 (Atlético Mineiro) e 91, Copa Libertadores da América: 92 e 93, Mundial Interclubes: 92 e 93 (São Paulo) 👑 Melhor treinador do Mundo (Jornal El Pais): 92, 93; Treinador Sulamericano do ano: 92 Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔👔 (9,25)

bottom of page