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Washington, o Coração Valente


O que você faria se alguém te dissesse que não deveria mais fazer aquilo que mais gosta na vida devido a problemas de saúde? Muitos aceitariam o conselho. Mas com Washington foi diferente. Ele não só não desistiu de jogar como entrou para a história do futebol brasileiro ao se tornar o jogador a fazer o maior número de gols em uma única edição do Campeonato Brasileiro. E a saúde vai bem. Washington Stecanela Cerqueira nasceu em Brasília, onde jogou nas categorias de base do clube com mesmo nome. Mas a carreira profissional mesmo começou bem longe dali. Foi em 1993, aos 18 anos, no Caxias, do Rio Grande do Sul, que Washington se profissionalizou. E chegou fazendo o que nunca foi dificuldade para ele em toda a carreira: gols. Não importava como, bola para o Washington era bola na rede. Foi vice-artilheiro da série C em 95. Também no clube gaúcho que ele descobriu o primeiro problema de saúde, a diabetes, diagnosticada em 96. Alheio a isso mas com o acompanhamento de nutricionista, endocrinologista e alguns medicamentos, Washington continuou balançando as redes. Tanto é que, no ano seguinte, teve a oportunidade de vestir o terno do primeiro time grande, o Internacional. Não teve muitas oportunidades e decidiu voltar pro Caxias. Depois de indas e vindas desembarcou em Campinas para jogar pela Ponte Preta e, enfim, chamar a atenção da imprensa nacional. Os dezesseis gols marcados no Campeonato Brasileiro de 2000 (Copa João Havelange) e as artilharias conquistadas nos anos seguintes lhe renderam, em 2001, a primeira convocação à Seleção Brasileira comandada à época por Leão. Com o passaporte em mãos foi contratado pelo Fenerbahçe, da Turquia. Para muitos, um caminho natural de todo jogador que se destaca. Para Washington, um novo obstáculo. Após sentir dores no peito depois um jogo pelo time turco, descobriu uma lesão na artéria esquerda e teve que passar por uma angioplastia e cateterismo. Ao saber dos problemas do atacante o clube turco parou de pagar os salários do jogador. Ele não teve outra opção a não ser voltar ao Brasil. Mas que time contrataria um jogador com problemas cardíacos? O presidente do Atlético Paranaense à epoca, Mário Celso Petraglia, assumiu o risco: repatriou o jogador em 2003 e bancou o tratamento. Sábia decisão. No Furacão, Washington ganharia a alcunha de Coração Valente, batendo no peito sempre a cada gol para lembrar que o coração batia forte e feliz por voltar aos gramados. E um ano após quase encerrar a carreira marcaria 34 gols no Campeonato Brasileiro, feito jamais igualado até hoje. Depois disso Washington ainda jogaria pelo Japão e voltaria ao Brasil para, dessa vez, vestir o terno do Fluminense e provar de uma vez por todas que o coração aguentava o tranco. Marcou de cabeça o gol decisivo das quartas de final da Libertadores de 2008, aos 48 minutos do segundo tempo, contra o São Paulo, em um jogo inesquecível. Depois foi contratado para jogar justamente no São Paulo, e voltou para encerrar a carreira no tricolor do Rio, em 2011. Por que jogava de terno? Mais do que superar os adversários com garra, domínio de bola e bom posicionamento, Washington Coração Valente superou a si mesmo. Era artilheiro mas não habilidoso, mas driblou a diabetes e os problemas no coração para se consagrar e, graças a isso, deu alegrias a alguns clubes brasileiros. E tristeza para os diversos adversários que sofreram com seus gols. 🚹 Washington Stecanela Cerqueira 👶 1 de abril de 1975 (41 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Caxias, Internacional, Paraná, Ponte Preta, Fenerbahçe (TUR), Atlético-PR, Tokyo Verdy (JAP), Urawa Red Diamonds (JAP), Fluminense, São Paulo, Seleção Brasileira 🏆 (principais) Campeonato Japonês 06 e Liga dos Campeões da AFC 07 (Urawa Red Diamonds); Campeonato Brasileiro 10 (Fluminense) 👑 Bola de Prata 04 (como melhor atacante e artilheiro) e 08 (como artilheiro); Chuteira de Ouro da Revista Placar 04; Troféu Mesa Redonda - Melhor Jogador do Brasileirão 04; Jogador do ano pela RSSSF 04; Seleção do Campeonato Japonês 06; Prêmio Craque do Brasileirão - Troféu Rei do Gol 08

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