O Divino
Ademir nasceu no berço de uma família que respirava futebol, filho do grande Domingos da Guia, considerado um dos maiores zagueiros de todos os tempos e ídolo do Bangu. Foi nesse terreiro que Ademir deu seus primeiros passos no futebol. Pelo Bangu venceu um torneio internacional e foi eleito MVP (atleta mais valioso) da competição. Mesmo com essa premiação ele não teve um devido reconhecimento no clube carioca, talvez pelo seu estilo de jogo cadenciado, considerado lento. Após essas exibições foi negociado com o Palmeiras por um valor considerado modesto na época. Lá passou a usar o sobrenome "da Guia" e só ganhou a condição de titular em 1963. Naquele ano o clube alviverde conseguiu um enorme feito: parou o Santos de Pelé e impediu o tetracampeonato do time da baixada, muito graças a esse meio campo que parecia ter "quatro olhos" e uma categoria inesgotável. Neste mesmo ano o time ganharia o apelido de academia pela forma de jogar futebol que, para os especialistas, era uma aula. Em 1964 o Palmeiras trouxe o meio campista Dudu, uma revelação do interior e assim estaria formada uma das maiores parcerias do futebol. Com Dudu e Ademir o Palmeiras ganharia, a partir de 1965, uma avalanche de títulos. O futebol apresentado pelo time era tão vistoso que ele representaria a seleção nacional em amistoso contra o Uruguai marcado para a inauguração do estádio do Mineirão, vitória por 3 a 0. No final dos anos 60 com o time envelhecido a primeira academia perderia a sua força, porém no início dos anos 70, Divino, já veterano, comandaria uma renovação que seria chamada de segunda academia. Com Leão, Eurico, Luís Pereira, Dudu, Leivinha, César Maluco e outros, o Palmeiras ganharia mais dois títulos nacionais e três paulistas. De fora das Copas de 1966 e 70, enfim Ademir seria convocado em 74 na Alemanha, porém o time canarinho sucumbiu diante da laranja mecânica de Cruyff. Graças a seu estilo cadenciado, Ademir nunca foi uma unanimidade na escrete verde amarela. O craque também sofreu com uma geração farta de camisas 10 (Pelé, Rivellino, Tostão, Jairzinho e Gérson), porém com seu estilo sempre tranquilo - dentro e fora de campo- não questionava as não convocações, melhor para seu clube que contava com seu craque quase que exclusivamente. Em 1975 Ademir foi acometido por um problema respiratório que o fez encerrar a carreira e assim a segunda academia de futebol. Divino foi o jogador que mais vezes vestiu o terno alviverde incríveis 901 jogos e é o terceiro maior artilheiro do Palmeiras: 153 gols. É também considerado por muitos o maior na história do clube. Sua marca está registrada para sempre nessa história, literalmente. São cinco homenageados com bustos de bronze na sede do Palmeiras: Junqueira, Waldemar Fiúme, Oberdan Cattani, Marcos e Ademir. Parabéns Ademir, parabéns Divino! Por que jogava de terno?
"Ademir jogava de uma forma tão elegante, que dava a impressão que não jogava de uniforme, jogava de terno, gravata, bem vestido, lembrando a elegância de um lorde inglês. Porque o Ademir sempre olhava para cima, sem olhar para baixo, uma elegância plena". José Trajano 🚹 Ademir da Guia 👶 3 de abril de 1942 (74 anos). 🏠 Brasileiro. 👕 Bangu, Palmeiras e Seleção Brasileira 🏆 (principais) International Soccer League 60 (Bangu); Campeonato Brasileiro 72 e 73; Torneio Roberto Gomes Pedrosa 67 e 69; Taça Brasil 67; Torneio Rio-SP 65; Troféu Ramón de Carranza; 69, 74 e 75; (Palmeiras) 👑 Bola de Prata 72 Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8,9)