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Zé do Monte: O dono do Galo forte e vingador


José do Monte Furtado Sobrinho ostenta com total garbo e elegância uma posição no seleto grupo dos jogadores de mais raça e amor à camisa que já passaram pela história do tapete verde. Ainda que restritos à visão apenas de quem já frequentava as arquibancadas naquela época, seus lances ritmados e assistências certeiras puderam ser transmitidos ao vivo através das ondas de ouro do rádio, que também reinava no Brasil dos anos 50. Nascido em 1928, Zé do Monte iniciou sua carreira pelo Usina Esperança, de Itabirito, em Minas Gerais. Aos 15 anos, veio a grande chance: foi o jogador destaque de uma goleada do Usina contra a equipe do Meridional de Conselheiro Lafaiete, chamando atenção de dirigentes do Fluminense, que queriam levá-lo para o Rio. No entanto, o Atlético Mineiro reagiu de prontidão e lhe fez a contra proposta. Mais que depressa, Zé vestiu o terno alvinegro número 5 para capitanear uma época de glórias do Atlético e ostentar a fatídica Taça do Gelo pela equipe. Com um galo carijó debaixo do braço, ele pisava no gramado como quem adentra um campo de guerra. Tecnicamente, o volante das jogadas clássicas não se tratava de nenhum monstro. Mas, quando o assunto era raça, ele não poupava esforços: vencer, vencer e vencer era mesmo seu ideal. E as partidas lhe costumavam sair caro. Ele pagava com lágrimas nos olhos, sangue na camisa, supercílios rasgados ou pontos sem anestésico. Ao todo, foram dez anos defendendo o Atlético Mineiro, em um total de 443 partidas e 26 gols marcados. Precocemente aos 27 anos, seu hobbie favorito o fez encerrar a carreira futebolística. Ele arrebentou as cartilagens do joelho enquanto pescava e, a partir daí, deixou o campo de futebol para atuar no campo político, com um diploma de arquiteto e também com passagens pela arbitragem e pelo rádio esportivo mineiro. Faleceu em São Paulo aos 61 anos, vítima de um ataque cardíaco. Para os torcedores, Zé do Monte foi o irreverente. Para as torcedoras, o belo. Para os companheiros, o líder. Para a família, o sereno. Para o Rádio, o ilustre. E, para o futebol, o raçudo jogador de um time só. Por que jogava de terno? Porque capitaneava o time mineiro com muita raça e muito amor: “Meu futebol é só para o Atlético”, ele dizia no auge de sua carreira, ao ser assediado por várias equipes. Consolidou a mascote alvinegra entrando em campo com seu fiel companheiro igualmente classudo, um galo carijó. E também pelos toques ritmados, marcação certeira e pés e cabeça com a mesma eficiência. 🚹 José do Monte Furtado Sobrinho 👶 3 de agosto de 1928, faleceu em 27 de junho de 1990 (61 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Atlético-MG 🏆 Taça do Gelo 50 👑 Sem premiações individuais de destaque Classômetro: 👔👔👔👔👔👔 (6)

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