Túlio não perdoa: mata!
Irreverente, polêmico, andarilho, falastrão, folclórico mas, sobretudo, artilheiro. Túlio é daqueles personagens certos em qualquer papo de futebol que trate de craques com personalidade, ainda mais quando falamos de números de gols: 1000! Ah, então você não acha ele craque? Nem mesmo acha que ele marcou 1000? Pronto, entramos na polêmica, entramos no folclore. Esse é Túlio Maravilha! O goiano Túlio Humberto Pereira Costa começou sua vasta (mas vasta mesmo!) carreira em 1987 no Goiás e se firmou no time comandado por Luiz Felipe Scolari em 88. Durante sua permanência no time esmeraldino (entre 87 e 1992) ajudou a conquistar o tri campeonato estadual. Por lá, também começou sua fama de artilheiro: em 89 do campeonato Brasileiro e em 91 do goiano, sendo considerado um dos mais novos artilheiros da competição nacional até então. Ai não parou mais: foram “por baixo” 14 artilharias em torneios que participava, desde aqueles amistosos até internacionais. Aliás, Túlio é o único jogador a conquistar a artilharia em três divisões diferentes no brasileirão. Junto a Dadá Maravilha (essa alcunha não pode ser usado por qualquer um, não acham?) e a Romário detêm o recorde de mais vezes artilheiro da série A do brasileirão: 3 vezes (89, 94 e 95). É o quinto maior artilheiro do brasileirão em todos os tempos até então. Bom, se formos falar de todos os feitos de Túlio por conta de seus números de gols iríamos longe... Depois de explodir no Goiás, em 1992 foi jogar na Suíça, onde conquistou o campeonato nacional de lá pelo Sion. Virou craque também por lá, tendo convites inclusive para jogar na seleção do país. Voltava ao Brasil, por conta de falta de adaptação em sua vida pessoal, em 1994 pra vestir a camisa 13 do Botafogo. Logo de cara marcou 3 contra o América e virou o Maravilha! Foi artilheiro daquele ano no Brasileirão e sua maior façanha estaria pra vir. Irreverente, agora vestindo o terno 7 Túlio, junto com Gonçalves, Sergio Manoel e principalmente Donizete, comandou o Botafogo para a conquista do título nacional de 1995! Mais uma vez artilheiro, sozinho, com 23 gols! Suas declarações, suas façanhas, suas histórias e a mítica da supersticiosa torcida do Botafogo com a camisa 7 elevaram Túlio a ídolo em General Severiano. Sobretudo por declarações contra os rivais. Em 95 era explícita e declarada a disputa entre ele, Romário, Valdir e Renato Gaúcho pelo título “Rei do Rio”. O baixinho, sempre marrento, pelo rubro-negro tinha mais moral (afinal foi o craque da copa anterior, campeão mundial...), mas Túlio levava a artilharia e a “resenha” pra cima do amigo. Graças a seu bom futebol foi a seleção brasileira. Poucos devem se lembrar de Túlio por lá, mas ele não passou em branco vestindo a canarinho. E do melhor jeito Túlio Maravilha: marcou, pra cima da Argentina, um “gol de mão”, em plena quarta de final da Copa América. Ele dava show! A partir do final da década de 90 seu futebol entrou em declínio, com passagens discretas no Corinthians, Fluminense e Cruzeiro. A partir daí foi uma peregrinação pelo país: foram mais de 20 times. E muitos gols. Quase tanto quando Pelé e Romário. Nas contas do folclórico jogador foram 1000. O milésimo, assim como os outros dois jogadores que chegaram ao feito, foi de pênalti, mas no modesto Araxá de Minas. Túlio tem história, muitas. Provou muitos ternos e teve (tem!) muita idolatria. Túlio foi o ídolo máximo de uma geração de Botafoguenses que cresceu vendo suas façanhas na TV. Crianças que em 95 gritavam, quase roucas com seu pai que TÚLIO NÃO PERDOA, MATA! Por que joga de terno? Artilheiro, matador: Túlio não perdoava, marcava, matava! Oportuno na frente, malandro. É inquestionável sua precisão nas finalizações. Muito por conta disso, comandou o título de 95 pelo Botafogo, apesar das contundentes polêmicas. Na frente, meu amigo, não tinha o que polemizar: passa pro Túlio, deixa com ele! 🚹 Túlio Humberto Pereira Costa 👶 2 de junho de 1969 (46 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Goiás, Sion (SUI), Botafogo, Corinthians, Vitória, Fluminense, Cruzeiro, Vila Nova, São Caetano, Vila Nova, Santa Cruz, Újpest (HUN), Brasiliense, Atlético Goianiense, Tupy, Jorge Wilstermann (BOL), Anapolina, Volta Redonda, Juventude, Al-Shabab(EAU), Volta Redonda, Fast, Canedense, Vila Nova, Itumbiara, Goiânia, Botafogo-DF, Potyguar, Barras, Canedense, Bonsucesso, CSE, Tanabi, Vilavelhense, Araxá. 🏆 Campeonato Suíço 92 (Sion), Campeonato Brasileiro 95 (Botafogo); Copa da Hungria 02 (Újpest), Campeonato Brasileiro Série C 02 (Brasiliense). 👑 Bola de Prata da Revista Placar 89, 91, 94 e 95; Chuteira de Ouro do Campeonato Brasileiro: 91, 94 e 95; Melhor atacante do Campeonato Brasileiro 95; Melhor atacante do Brasil 94 e 95; Chuteira de Ouro do Brasil 94, 95 e 1996; Jogador Brasileiro do Ano 95; Classômetro: 👔👔👔👔👔👔 (6,3)