"Meu coração é um escudo de cinco pontas, vermelho, preto e branco"
Critique o quanto quiser, mas nenhum jogador de seu time, seja ele qual for, se dedicou tanto tempo quanto Rogério Ceni ao São Paulo Futebol Clube. Se você é torcedor São Paulino e tem entre 0 e 25 anos, com certeza não se lembra do clube do Morumbi sem Rogério Ceni. Rogério Mücke Ceni, nascido em Pato Branco no interior do Paraná, mas desde jovem morador de Sinop no Mato Grosso. É o maior ídolo da torcida Tricolor sem sombra de dúvidas. O m1to, foi campeão mato-grossense em 90 pelo time homônimo de sua cidade, e depois foi direto ao São Paulo, através de uma peneira para integrar as divisões de base do clube. Ao lado de uma geração vitoriosa, o goleiro foi chamando atenção do mestre Telê. Um marco importante na carreira de Rogério é o falecimento de Alexandre, segundo goleiro do São Paulo no início dos anos 90. Alexandre era cotado como uns dos melhores goleiros jovens do Brasil, tinha total capacidade para ocupar a vaga de Zetti em sua ausência, mas infelizmente a vida é cheias de surpresas. Ceni, ocuparia sua vaga na suplência de Zetti após o falecimento do garoto Alexandre em um acidente de carro Personalidade forte, Rogério sempre foi contestado por suas entrevistas, já que no início de carreira polemizava em querer jogar. Foi com sua personalidade forte e a saída do já veterano Zetti que Rogério vestiu a camisa 1 do time da fé. A princípio, muito criticado pela torcida, já que era um goleiro com muita elasticidade e pouca experiência, sofrendo com falhas juvenis causadas muitas vezes por falta de experiência e afobação. Ceni foi ganhando espaço com o passar do tempo. Começou a cobrar faltas e fazer gols. Virou um amuleto para o clube e se garantiu como titular. Em 2000 fez um dos maiores gols de sua carreira, na final contra o Santos do Paulistão. Já capitão da equipe ao lado de Raí, Rogério liderava o clube nos tempos de “vacas magras” ou “pós Telê” com a conquista de dois paulistas. Cada ano que passava evoluía dentro de campo, tanto dentro do gol, quanto em suas já tradicionais cobranças de faltas e pênaltis. No ano de 2004, sofre com uma das suas maiores decepções de sua carreira, com a derrota para o Once Caldas na semifinal da Taça Libertadores. Rogério e Luís Fabiano sofrem com a ira da torcida, carente de títulos importantes, fato que culminou na saída do centroavante. Em 2005 tudo muda na vida de Ceni. Com um time cascudo, formado nos últimos três anos, o São Paulo foi campeão do Paulista e realizou maior sonho de goleiro com a camisa do Tricolor, ganhar a Taça Libertadores da América. Além disso, no mesmo ano, Rogério foi o artilheiro do time na competição sul-americana. No segundo semestre o goleiro tricolor faz um de seus maiores jogos da carreira, contra o Liverpool. Com uma lesão no menisco adquirida dois dias antes da partida nos treinamentos, Rogério fez o jogo inteiro contra os “Reds” com dificuldade de apoiar o pé esquerdo. O mesmo pé que apoiaria seu corpo para fazer uma das maiores defesas da história do futebol, em um chute no ângulo de Gerrard e ajudando o clube do Morumbi a erguer o seu terceiro Mundial Interclubes. Já incontestável no gol e com uma máquina de ganhar títulos, o São Paulo ainda ganharia três títulos nacionais seguidos, feito inédito para qualquer clube brasileiro. O veterano, tinha alcançado seu auge, sendo o maior ídolo do clube, mais vencedor e, ainda tinha sede para continuar tentando vencer. Em 2011, Ceni fez seu centésimo gol sobre o arquirrival Corinthians. Mas, devido a uma administração política contestável do clube, sofreu com a falta de elenco de qualidade para campeonato, tendo um último respiro de glórias com a revelação do jovem Lucas e o título da Copa Sul-americana em 2012. Os restantes das temporadas em que jogou foi um reflexo do ambiente conturbado politicamente do clube. Mas, que de maneira alguma apagou ou apagará o amor da torcida pelo que representava a equipe tricolor. Rogério acabou se aposentando no final de 2015, dez anos depois do seu memorável jogo em Yokohama. Com dois livros, alguns filmes e diversos relatos, Rogério não conseguiu em sua essência relatar tudo que viveu no Tricolor do Morumbi e ainda é muito cedo para isso. É justo muitas críticas em cima do jogador, mas, muitas vezes o torcedor são paulino se viu nele. E é essa a idolatria do tricolor pelo goleiro, os títulos, defesas e gols ajudaram o São Paulo a ser o que é. Mas, seu amor pela camisa que sempre vestiu, além de sua garra em entrar em todo jogo como se fosse o último, fez do Rogério a lenda que é hoje. Lenda essa que ainda é pequena, comparada com o que vai ser daqui a algumas décadas. Por que jogava de terno? Rogério Ceni jogou de terno por ter se preparado para isso. Quando chegou ao São Paulo não sabia cobrar tiro de meta - obrigação para seu ofício de goleiro. Durante toda sua carreira chegou uma hora antes dos treinos para evoluir tecnicamente tanto com os pés, quanto com as mãos. Foi muito bom em cobranças de faltas, sendo considerado um dos melhores de sua época. Além disso, fez 132 gols com a camisa do São Paulo, 1238 jogos dentro de campo e mais de 978 vezes capitão de um clube. 🚹 Rogério Mücke Ceni 👶 22 de janeiro de 1973 (43 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Sinop, São Paulo e Seleção Brasileira 🏆 Mundial de Clubes: 93, 05; Copa Libertadores da América: 93, 05; Copa Sul-America: 12, Copa Conmebol: 94; Campeonato Brasileiro: 06, 07, 08; Copa dos Campeões Mundiais: 95, 96; (São Paulo) Copa das Confederações: 97, Copa do Mundo de Seleções: 2002 (Seleção Brasileira) 👑 Melhor Goleiro do Mundo - (RSSSF - Rec.Sport.Soccer Statistics Foundation): 2005, Melhor Goleiro da América do Sul (IFFHS): 05, 06, 07 e 08, Goleiro Ideal da América do Sul (El País, Uruguai): 05 e 06, Bola de Ouro do Mundial de Clubes da FIFA: 2005, Melhor Jogador da Copa Libertadores da América: 05, Melhor Goleiro da Copa Libertadores da América: 05, Melhor Goleiro da Copa Sul-Americana: 2014, Bola de Ouro (Placar): 08, Melhor jogador do Campeonato Brasileiro: 06 e 07, Rei da Bola do Brasileirão: 07, Craque da Torcida: 07 e 14, Bola de Prata (Placar): 00, 03, 04, 06, 07 e 08, Melhor Goleiro do Campeonato Brasileiro: 06 e 07, Melhor Goleiro do Brasil: 02, 03, 05 e 06 - RSSSF, Seleção Ideal do Brasil: 02, 03, 05 e 06 - RSSSF, 3º Maior Goleiro Brasileiro do Século XX - IFFHS, 10º Maior Jogador Brasileiro do Século XX - IFFHS, 13º Melhor goleiro do mundo - IFFHS da década: (01 - 09). Classômetro 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8,6)