"Quem não amou a elegância sutil de Bobô"
Franzino, magro e de uma genialidade tão grande que o transformou na principal peça de um surpreendente Bahia campeão nacional de 1988. Não se discute ídolo maior na terra de todos os santos quando falamos de futebol: Bobô! Antes de viver sua gloria no Bahia, foi jogador do Catuense. Viveu um período de tensão por conta de uma lesão no joelho. De família humilde do interior baiano, Bobô pensou em abandonar a iniciante carreira de jogador para investir em outra coisa, mas Aymoré Moreira, treinador campeão mundial de 1962, insistiu para que o garoto continuasse como jogador. Bobô o escutou e não deve ter se arrependido. Com uma boa campanha em 1984 pelo time do interior, Bobô despertou interesse de times europeus, como o Benfica e alguns da Suíça. Indiferente a essas propostas, Bobô quase fechou com o Fluminense, mas, reza a lenda, que o supervisor do time carioca não queria pagar 1 milhão (valor bem considerável na época) por alguém chamado Bobô. O garoto foi mesmo para a capital no que foi considerada a maior transferência entre times nordestinos até então. Já no primeiro estadual pelo Bahia, Bobô ajudou na conquista do título e no campeonato nacional, ajudou no incrível 5º lugar que o tricolor baiano alcançaria em 1986, no que seria a melhor campanha do time na história do campeonato nacional criado em 1971 (vale o friso, já que o Bahia fora campeão da taça Brasil de 1959). Em 1987, com um grande apelo da torcida - já era considerado ídolo -, Bobô volta a sofrer com o joelho e fica sete meses parado. Voltou num jogo contra o São Paulo, no campeonato nacional, no final marcando gol. Com muita humildade, sempre honrando o terno do Bahia, fez história em 1988. Capitão do time de Evaristo de Macedo, era o Maestro do time dentro de campo e uma referência para o elenco fora das quatro linhas. O time virou a grande surpresa do campeonato brasileiro depois de vitórias contra Corinthians, Palmeiras, Internacional, Cruzeiro, Santos e São Paulo. Chegou a final e surpreendeu o Brasil com uma vitória, no Beira-Rio, contra o poderoso Internacional, do goleiro Taffarel. 2x1, com dois gols do craque. No último embate com a Fonte Nova ao delírio com mais de 80mil pessoas, o Bahia segurou o 0x0 e sagrou-se campeão! Bobô se tornaria lenda depois disso! Em 1989 foi pro São Paulo, ajudou na conquista do Paulistão daquele ano e foi destaque no vice-campeonato do time. Depois, jogara, por empréstimo, no Rubro-negro carioca, onde fora campeão da copa do Brasil de 90. Da Gávea, Bobô fora pro Fluminense e formou um ataque quase mortal com Ézio. Passaria ainda por times como Inter e Corinthians até encerrar sua carreira em 1997 pelo Bahia. Porque jogava de terno?
Foi o líder de um Bahia que surpreendeu o Brasil no final da década de 80. Além disso, era um exímio meia e marcava gols “mais do que a posição o pedia” em suas próprias palavras. É ídolo numa das torcidas mais apaixonadas do nordeste e bem lembrado em torcidas como Fluminense e Corinthians.
*Título tirado da letra de Reconvexo, de Caetano Veloso. 👤 Raimundo Nonato Tavares da Silva 👶 28 de novembro de 1962 (53 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Catuense-BA, Bahia, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Corinthians, Internacional 🏆 Campeonato Brasileiro 88 (Bahia), Copa do Brasil 90 (Flamengo) 👑 Bola de Prata 88 e 89 Classômetro: 👔 👔 👔 👔 👔 👔 👔 (7)