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Um tanque, L'imperatore


Nenhuma outra definição pode ser melhor para Adriano Leite Ribeiro, o Imperador (ou Didico, para os mais íntimos), que completa 34 anos hoje. Poucos atacantes na história do futebol conseguiram aliar a força física à técnica de forma tão marcante. Nascido na Vila Cruzeiro, uma no meio de tantas favelas da cidade do Rio de Janeiro e lugar que o jogador jamais abandonaria, Adriano deu seus primeiros passos da carreira no Flamengo, em 2000, ainda com 18 de anos de idade. O jogador já apresentava um vigor físico impecável, que o rendeu sua primeira convocação para a seleção ainda no primeiro ano de carreira. Em 2001, foi vendido para a Inter de Milão e marcou seu primeiro gol com a camisa do time italiano em sua estreia, no Santiago Bernabéu, contra o Real Madrid. Mesmo assim, acabou sendo emprestado à Fiorentina e ao Parma para se adaptar ao futebol italiano e europeu. Voltou para a Inter em 2004 e deu início à melhor fase de sua carreira, quando recebeu o consagrado apelido de L’Imperatore (O Imperador). No mesmo ano, foi eleito melhor jogador da Copa América, além de ser o artilheiro do torneio com 7 gols. Um deles foi o marcante gol no último minuto da final, quando o Brasil perdia para a Argentina por 2x1. A potente perna esquerda do Imperador começava a fazer sucesso pelo mundo todo. Em 2005, repetiu o feito da Copa América e foi o melhor jogador e artilheiro da Copa das Confederações, marcando dois gols na final, também contra a Argentina, na vitória por 4x1. Pela Inter, foi o astro do time nas conquistas de duas Copas da Itália, duas Supercopas Italianas e um Campeonato Italiano. Em 2006, começa um declínio na carreira do craque. Adriano havia perdido o pai, o quadrado mágico da Copa do Mundo da Alemanha acabou sendo um fracasso e o Imperador quase não marcava mais gols pela Inter. O jogador também já disse em uma entrevista que um acontecimento grave antes da Copa mexeu com a cabeça dele e o deprimiu, mas nunca entrou em maiores detalhes sobre o assunto. Em 2008, na tentativa de recuperar o atacante, a Inter empresta o jogador por 6 meses para o São Paulo, que disputava a Copa Libertadores da América. Didico, enfim, retoma seu bom futebol e faz 17 gols em 28 jogos pelo clube paulista. Na volta para a Itália, o Imperador chega a fazer alguns bons jogos, mas no início de 2009 abandona o clube italiano e retorna para o Brasil sem autorização. Até a morte do jogador chegou a ser cogitada. Adriano estava com a família na Vila Cruzeiro e, em entrevista coletiva, disse que havia perdido a alegria de jogar futebol . Após algumas semanas, o antídoto para sua depressão era anunciado: Adriano estava de volta ao Flamengo, estava de volta à sua casa. Embalado pelos gritos rubro-negros de “O Imperador voltou” e de uma paródia do bom e velho “Rap da felicidade”, de Cidinho e Doca, Didico fez uma dupla impecável (e também improvável) com Petkovic e carregou o clube da Gávea ao título do campeonato brasileiro após 17 anos. A dupla Flamengo-Vila Cruzeiro ressurgia o atacante, que retornou à seleção brasileira e foi artilheiro da competição nacional com 19 gols; um deles o gol de placa por cobertura após passe magistral de Pet contra o Coritiba no Maracanã. Após o título, Adriano ratificou sua condição de ídolo do clube da Gávea. Muitos rubro-negros afirmam que Adriano é o maior ídolo do Flamengo no século XXI. Em 2010, formando o ataque ‘Império do Amor’ com Vagner Love, Adriano voltava a se envolver em polêmicas com sua ex-mulher e por uma suposta relação com o tráfico de drogas da comunidade onde nasceu. E assim, após o turbilhão que resulta em sua saída do clube rubro-negro, começava mais um declínio da carreira do atacante, que deixa em todos os amantes do futebol a sensação de que ele poderia ter sido bem mais do que foi. Depois de 2010, passagens apagadas por Roma, Corinthians (apesar de um gol decisivo), Atlético Paranaense e uma tentativa em vão de retornar mais uma vez ao Flamengo marcaram a carreira do atacante. Há quem diga que, sem seus problemas psicológicos e físicos, Adriano hoje estaria no comando do ataque da seleção junto com Neymar. No dia 29 de Janeiro desse ano, o modesto Miami United, que disputa a 4ª divisão dos EUA, anunciou a contratação do atacante, que vai tentar mais uma vez reencontrar sua alegria de jogar futebol. Por que jogava de terno? Adriano mostrou ter uma das canhotas mais afiadas e potentes do futebol, além de ser um tanque que derrubava seus adversários um por um a caminho do gol. Além de sua técnica e força, o Imperador sempre demonstrou carisma e muita humildade em toda a sua carreira, sem esquecer jamais de sua Vila Cruzeiro, a favela carioca que o mostrou para o mundo. 🚹 Adriano Leite Ribeiro 👶 17 de fevereiro de 1982 (34 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Flamengo, Internazionale, Fiorentina, Parma, São Paulo, Roma, Corinthians, Atlético Paranaense, Miami United 🏆 Copa dos Campeões 01, Brasileirão 09 (Flamengo); Copa América 04, Copa das Confederações 05 (Seleção Brasileira); Copa da Itália 04/05, 05/06, Supercopa Italiana 05, 06; Campeonato Italiano 05/06, 06/07, 07/08 e 08/09 (Internazionale); Brasileirão 11 (Corinthians) 👑 Melhor jogador da Copa América de 04; Melhor jogador da Copa das Confederações de 05; Bola de Prata e Bola de Ouro da revista Placar 09; Seleção do campeonato Brasileiro 09; Artilheiro da Copa América 04, da Copa das Confederações 05 e do Brasileirão 09. Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8) Danômetro: 🍺🍺🍺🍺🍺🍺🍺🍺 (8) Ah, e QUE DEUS PERDOE ESSAS PESSOAS RUINS!

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